Daniela Mercury: “Não adotei para ser exemplo. Foi por amor”

Por - 17/03/13 às 17:15

Ag.News

 

Daniela Mercury adotou uma criança de três anos no dia 25 de fevereiro deste ano, na Paraíba. Outra boa notícia para a cantora baiana é que a Justiça também concedeu à ela a guarda definitiva de outras duas meninas, de 11 e 14 anos.  As três crianças paraibanas moram com Daniela Mercury há dois anos.

A artista, que já é avó, tem dois filhos biológicos, do primeiro casamento. Ao site G1, Daniela falou sobre as adoções:

“Eu fiquei muito lisonjeada de elas terem me escolhido pra cuidar delas, para ser essa segunda mãe, de criação delas, essa amiga, essa pessoa que vai estar na vida delas e que passou a ser a família delas por amor”, revelou, acrescentando:

“Eu estou adorando tê-las comigo. Elas estão agarradas a mim e a minha família. Às vezes é até mais forte do que um laço de sangue, porque é construído ali, com muito amor, com muita dedicação, com muita delicadeza”.

Questionada pelo site G1 sobre a possibilidade de servir de inspiração com o gesto, foi taxativa: "Não foi por solidariedade nem caridade. Foi por vontade de ter uma família. Não adotei para ser exemplo. Foi por amor".

Confira trecho da entrevista:

Motivação para adotar as crianças

“ Eu já tinha esse plano desde o começo da minha vida. Eu quase adotei uma criança há 14 anos. Cheguei a começar o processo de adoção de uma menina. Então eu sempre tive certeza de que quando a vida ficasse um pouquinho mais tranquila ou quando os meninos estivessem maiores, que a primeira brecha que eu tivesse, que eu ia adotar. Aí eu já tinha isso na cabeça, eu já tinha vontade, os meninos cresceram, saíram de casa. A casa ficou vazia. E eu sou muito leonina, sou muito mãezona e não resisti a encher a casa de novo. Eu queria a alegria delas, eu gosto muito de criança. Minha vida se esvaziou e eu disse: 'Eu acho que é agora'. É a hora de fazer aquele plano que eu tinha desde o começo da minha vida'.”

Escolha de três meninas

“Duas são irmãs, né, vieram de presente juntas. Eu quando me cadastrei disse que poderia ter irmãs. Eu fiz o cadastro para me habilitar para a adoção. Então eu não restringi idade, não restringi sexo, não restringi cor da pele, nada disso. Para mim, qualquer criança era bem-vinda. E aí aconteceu de virem Ana Alice e Ana Isabel. E a Márcia, quando fomos conhecer, quando fomos convidados para conhecer as crianças, ficamos encantados com a mais velha e trouxemos ela porque ficamos com vontade de tê-la conosco também. Aí vieram três meninas por acaso. Quase trouxemos cinco, mas seguramos as três aos poucos e cada uma, são as trigêmeas, cada uma com suas particularidades, idades diferentes, cada uma quer atenção de uma maneira diferente. São mulheres fortes, todas as três, são moças danadas, cada uma com sua idade, inteligentes, cada uma com seu brilho, cada uma com seu encanto e já é bastante trabalho fazê-las felizes”.

Construção dos laços familiares com as crianças

“ Os laços familiares são criados. Primeiro, você vai percebendo quais os bloqueios, se a criança está mais disponível para amar, se ela está mais confiante no amor que vai receber da gente ou não, isso então tem que ser percebido com delicadeza, com cuidado. Filho dá muito trabalho, filho precisa muita atenção. Filho precisa de vigilância, de limite, de amor, de alimentação, de educação, de construção de valores humanos. Eu ainda estou aqui, disciplinando televisão, hora disso, hora daquilo, como toda criança. Não são diferentes dos meus. Nem são diferentes do que eu era. Estou ali mais vigilante do que nunca, porque estou vendo a formação dessas crianças e vendo o que é que elas trouxeram consigo desde de sua infância, primeira infância, principalmente as mais velhas. Mas a pequenininha também, eu não sei o que ela já tem no inconsciente dela, na cabecinha, no coração. Eu sei que tem uma parte que vai sempre ser um mistério pra mim e está aí o desafio de adotar crianças, eu acho que é isso. E a gente tem que lidar com o mistério e é bom aceitar isso porque é divino. Somos seres humanos e nunca sabemos nem de nós mesmos, quanto mais dos outros".

 Espera influenciar outras pessoas a adotar?

“ É uma adoção também multirracial. Elas não são somente de idades diferentes. Ana Alice é morena, uma morena jambo, praticamente negra, então eu fiquei muito feliz de ela vir também, realizar esse sonho de ter uma menina linda perto de mim. Também tem essa nossa coisa da diversidade brasileira. Por isso que eu disse, eu não escolhi raça, não escolhi idade, não escolhi nada, me cadastrei e me coloquei para adotar. Eu não queria mais ter filhos biológicos, não estava mais disponível pra isso. Mas sobre o exemplo, gente, eu com esse convívio estou muito feliz com as crianças, muito feliz. É um presente. Não está sendo diferente de ter filhos biológicos ter filhos adotados. A alegria é a mesma, o encantamento é o mesmo, o trabalho é o mesmo, por incrível que pareça não está sendo mais difícil do que foi criar os meus filhos. E o que eu percebi no processo de adoção é o seguinte: está com vontade de adotar, faça logo seu cadastro, se coloque disponível para adoção. Você pode ser solteiro, você pode ser casado, isso não tem problema. Eu quero dizer que é uma alegria ser um exemplo para vocês adotarem. É uma motivação. Mas eu não adotei para ser exemplo. Eu adotei por amor, por alegria, por vontade de ter uma família maior e poder estender esse amor a crianças que já estavam precisando de apoio, de cuidado. Então está sendo uma alegria a mais cuidar delas. Não foi por solidariedade nem caridade. Foi por vontade de ter uma família e uma família que me ensinasse também a ser melhor como gente”.

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