Daniele Suzuki traz refugiados da Síria para o Brasil

Por - 19/01/17 às 13:10

Reprodução/Instagram/danisuzuki

Dani Suzuki conseguiu o aval do governo brasileiro, para que crianças desacompanhadas e refugiadas da guerra na Síria possam ser trazidas, oficialmente, para o País. A atriz encabeçou o projeto Além das Fronteiras, ao lado da ACNUR (Agência da ONU para refugiados), da IKMR (ONG Eu Conheço Meus Direitos) e de outras instituições do Brasil, para dar um novo lar para 20 crianças em situação de risco extremo. 

"Quando vi a situação de Aleppo, onde crianças estão sendo torturadas, estupradas e não têm um adulto por elas, pensei o que eu podia fazer e decidi procurar meus amigos artistas e instituições nessa área", contou Dani, ao jornal Extra.

A ideia é que estes 20 menores estejam no Brasil, a partir de fevereiro. 

"Agora, começa a fase de captação de recursos. Nenhum dinheiro será do governo, vamos captar com empresários e a classe artística. Já faço trabalho voluntário há anos e meus amigos depositam na minha conta e confiam. Sabemos exatamente o destino da verba".

Entre os financiadores do projeto estão 120 artistas, como Bruna Marquezine, Bruno Gagliasso, Paolla Oliveira, Eliane Giardini, Mariana Ximenes, Carolina Ferraz, Paulo Vilhena, entre tantos outros. Dani quer ir, pessoalmente, aos campos de refugiados buscar as crianças. 

"Não estarei numa zona de conflito, elas estão em um campo para refugiados nas fronteiras. Mas quero tirá-las de lá o mais rápido possível. É inverno e já tem crianças morrendo de frio".

Quando chegarem ao Brasil, as crianças irão para um abrigo mantido pela ONG Aldeia, com uma mãe para cuidar deles. As crianças não serão adotadas por famílias brasileiras. 

"Temos esse acordo, até porque teremos dois anos para investigar algum parentesco dessas crianças e, quando a guerra acabar, poder reintroduzi-las em sua terra de origem", explicou a atriz ao veículo.

A publicação destacou ainda que Kauai Novaes, o filho de cinco anos de Dani Suzuki, tem um papel determinante no projeto. 

"Não tem como olhar para o meu filho e não imaginar como ele estaria sem mim, se eu faltasse. Se ele fosse um destes sírios, estaria vulnerável, abandonado à própria sorte, atravessando um deserto sozinho. É assim com todos eles".

A preocupação de Dani com as crianças desacompanhadas, ou seja, aquelas que sequer possuem algum parente, começou no fim do ano passado, ao ver as atrocidades cometidas em Aleppo. O herdeiro, mais uma vez, esteve presente no malabarismo que a mãe teve que fazer para escrever o projeto e reunir gente para ajudá-la a levar até Brasília. 

"Ele sabe do meu trabalho, conhece o que eu faço. No Natal, ele foi comigo até Gramacho distribuir filtros, brinquedos e cestas básicas".

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