Danton Mello diz que reuniria quem ama, se o mundo acabasse
Por Redação - 11/11/12 às 10:09
Danton Mello assegura que sempre quis fazer humor na tevê, No entanto, em 27 anos de carreira, desde que estreou ainda criança, em A Gata Comeu, o ator jamais fez parte de uma produção fixa de comédia. Mas bastou a convivência com o diretor de núcleo José Alvarenga – que já dirigiu Os Normais e Minha Nada Mole Vida, entre outros seriados de Alexandre Machado e Fernanda Young durante a ltima temporada de Malhação, para que Danton fosse fisgado. Em Como Aproveitar o Fim do Mundo, da mesma dupla de roteiristas, o ator vive Ernani, um inseguro contador de uma empresa que acaba se apaixonando pela mística Kátia, do RH, de Alinne Moraes, que acredita que o mundo vai acabar no dia 21 de dezembro.
"Estamos com cada vez mais sintonia e agilidade em cena. O humor do texto é bem refinado e a direção do Alvarenga é precisa. Bom mostrar outra faceta na tevê", ressalta Danton.
OFuxico– Nos últimos anos você atuou em diversas peças de humor. Por que ainda não havia feito o gênero na tevê em 27 anos de carreira?
Danton Mello – Porque nunca aconteceu. Estou muito feliz. Na tevê consegui fazer personagens diferentes. Nos últimos oito anos, venho fazendo comédia só no teatro. Foram cinco espetáculos. Fui dirigido por grandes diretores de comédia. Agora estou tendo uma oportunidade de mostrar uma outra faceta para o público de televisão, que nunca me viu fazendo um personagem assim. Conheci o trabalho da Fernanda (Young) fazendo uma peça dela, Vergonha dos Pés. E agora foi uma grande surpresa ser chamado para o programa. Eu estava gravando Malhação e o Zé (Alvarenga) passou e me disse: "Estou pensando em você para um programa. Você faz teste?". Respondi: "Lógico!".
OF– Onde você buscou referências para compor um personagem cético que passa a acreditar no fim do mundo?
DM– Assisti a alguns documentários sobre o tema. Só isso. Fizemos apenas uma leitura no set e o Alvarenga começou a desenhar nossos personagens. Ele não é um cara de fazer preparação. Os atores que trabalham com ele, a Fernanda e o Alexandre, já sabem o que eles querem. No início, fiquei até meio perdido com o ritmo deles. O Alvarenga é um cara muito inteligente e ágil. Hoje estou bem mais solto. Trouxe um pouquinho do trabalho que fiz no teatro. Mas, no set, temos poucos segundos para assimilar o que ele quer, incorporar e realizar. Está sendo um prazer e um exercício. Quando começamos, muita coisa que eu tinha imaginado ele já cortou e logo mostrou o caminho dele.
OF – Como o ritmo de gravações de um seriado é bem menos intenso que em uma novela, de que forma o seu trabalho se torna mais artesanal?
DM – Sem dúvida tenho mais tempo de trabalhar esse personagem, seus gestos, sua fala acelerada. O Alvarenga deixa a gente à vontade para isso. Estou conseguindo fazer uma composição corporal e de voz. Na televisão, isso é difícil, porque sempre trabalhamos com o naturalismo. É a gente mesmo, mas com outra roupa. Essa história é artesanal mesmo. Buscamos reações. Eu falo rápido e atropelo. Estamos quase fazendo cinema, mas com ritmo de televisão, gravando muitas partes por dia. O trabalho é desgastante, mas saio realizado.
OF– O que faria se o mundo fosse acabar no dia 21 de dezembro?
DM – Teria um problema pela frente. Gostaria de ficar com minhas filhas e acho que a mãe delas, a Laura, não gostaria de ficar longe delas sabendo que o mundo vai acabar. Reuniria pessoas que eu amo e que gosto para curtir os últimos momentos.
OF – Daqui a três anos você faz 30 anos de carreira, desde que estreou em A Gata Comeu. Como analisa sua trajetória na tevê?
DM – É doido pensar nisso! Minha caçula acabou de fazer 9 anos! Que louco! Comecei cedo por acaso. Não foi vontade dos meus pais. Aconteceu. Olho para trás e tenho orgulho de cada personagem que fiz, construí uma carreira sólida. Apesar da pouca idade, já vivi muita coisa. Sobrevivi a um acidente (de helicóptero em Roraima, em 1998) e já pensava dessa forma, de curtir intensamente a vida. Viajei o mundo, casei muito novo, sempre fiz o que gostava. Se eu tivesse morrido no acidente, morreria feliz por já ter feito muita coisa bacana. A gente tem de fazer o que gosta.
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