David Gilmour emociona fãs com seu primeiro show no Brasil

Por mais de 40 anos os  fãs brasileiros do Pink Floyd cantavam para David Gilmour os versos de um dos seus maiores sucessos que diz “Como eu queria, como eu queria que você estivesse aqui”. E quando muitos já haviam perdido as esperanças de ver o guitarrista tocando por aqui, o sonho se realizou. Na noite desta sexta-feira (11), o estádio Allianz Park reuniu gente com 15, 20, 30, 40 e até 60 anos, todos ansiosos para ver pela primeira vez , ao vivo, o eterno guitarrista do Pink Floyd. Muitos já haviam perdido a esperança, levando em conta que David Gilmour, 69, ficou 10 anos sem lançar um novo álbum, e em seus longos anos de estrada, nunca havia anunciado uma passagem pelo Brasil.

Trilhando um caminho completamente oposto de seu ex companheiro de banda, Roger Waters, Gilmour se apresentou num palco sem qualquer parafernália, usando apenas por um grande telão redondo instalado ao fundo, elemento já utilizado na turnê de lançamento do álbum  Division Bell, do Pink Floyd, lançado em 1994. De resto, o guitarrista utiliza apenas efeitos de fumaça, luzes e laser. E precisa mais?

 Durante três horas, interrompidas apenas por 20 minutos de intervalo, o músico emocionou a plateia de  40 mil pessoas que cantou, viajou e aplaudiu cada uma das canções apresentadas, em especial os esperados clássicos do Pink Floyd como Money e Us and Then (ambas de 1973), Wish you were here (1975), Comfortably Numb (1979 ), Fat old sun (1970), Sorrow (1987), Astronomy Domine, de 1967, e High Hopes(1994), entre outros.

Logo no comecinho do show, um problema técnico no contrabaixo atrapalhou a performance de Money, um dos maiores sucessos do Floyd. Como bom inglês, Gilmour interrompeu a música tranquilamente por duas vezes, e até  quebrou seu jeitão fechado e sério para explicar o contratempo com  uma brincadeira: “Na única música que precisamos do baixo e ele desaparece…”.

Independente do imprevisto, o show foi perfeito, com som impecável e Gilmour mostrando o que sabe fazer de melhor.

O momento mais empolgantes aconteceram quando o guitarrista cantou Shine on you crazy Diamond, acompanhado por um coro de milhares de vozes. Wish you were here também levantou a plateia e iluminou o estádio com as luzes dos celulares levantados.

Como já era de se esperar, as músicas do novo CD não fizeram tanto estardalhaço na plateia, mas de maneira alguma decepcionaram. Os solos de Gilmour são hipnotizantes e seus fãs também querem conhecer o que ele faz de novo.  Do novo álbum ele mostrou 5 A.M, Rattle That Lock, Faces of Stone, A Boat Lies Waiting, The Girl in the Yellow Dress e Today. The blue e The girl in the yellow dress, dois belos momentos e sua carreira solo, também foram tocadas.

Acompanhado por uma banda impecável, formada por Phil Manzanera (guitarra), Guy Pratt (baixo), Jon Carin (teclado), Stevie DiStanislao (tambores e percussão), Kevin McAlea (teclados), Theo Travis (sax e clarineta), Bryan Chambers e Louise Marshall (backing vocals). Entre os músicos, o destaque maior ficou com o saxofonista brasileiro João de Macedo Mello, um curitibano de apenas 20 anos que viveu uma noite de consagração, ovacionado pelo publico. Polly Samson, mulher do guitarrista e autora de várias letras do álbum Rattle That Lock também viaja com ele e participa da produção de maneira bem ativa.

A equipe de produção que acompanha Gilmour conta com 150 profissionais que viajam com ele, além de outros 150 contratados pela produção local. Todo o equipamento de luz, pertence à produção do artista que, onde quer que se apresenta carrega 10 containers, oito deles dedicados exclusivamente ao equipamento de iluminação e efeitos cênicos.

A nova turnê de David Gilmour tem como pretexto a promoção de seu novo álbum de estúdio, Rattle that Lock . O artista faz mais um show em São Paulo neste sábado (12), depois segue para Curitiba (14) e Porto Alegre (16). Terminada a turnê brasileira, ele segue para Buenos Aires (Argentina), onde se apresenta dia18, no Hipódromo San Izidro, e depois Santiago (Chile) no dia 20 no Estádio Nacional.

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