De bermuda rosa e chinelão, Silvio Santos discursa para funcionários do SBT
Por Redação - 22/08/11 às 14:52
Quem ainda viveu, pôde ver essa cena inusitada e hilária no último fim de semana: Silvio Santos de bermuda cor de rosa, chinelão e camisa florida, em cima de um palco. No caso, não no palco do SBT, onde ele costuma gravar seus programas usando terno, gravata e o famoso microfone de lapela. A performance do apresentador e dono do SBT, ocorreu durante encontro com seus funcionários, pelos 30 anos da emissora, no hotel de sua propriedade, o Jequitimar, no Guarujá (SP).
Tudo começou quando o empresário chegou ao auditório do lugar e foi ovacionado pela plateia de funcionários do SBT que o aguardavam ansiosos para ouvir as palavras. Só que o patrão estava bem à vontade. Para começar, ele falou sobre a Record, que tirou a vice-liderança do SBT.
“Nós de televisão estamos vendo que por mais que a Record queira se aproximar da Globo, em todos esses anos ela não passou de onze pontos e ultimamente ela tem caído para dez, nove, oito pontos. O que significa que o público, dificilmente, vai deixar a Globo. A Globo é um muro. E ultrapassar esse muro a gente só consegue de vez em quando. É claro que se você tem um jogo de futebol entre Corinthians e São Paulo na Bandeirantes, isso pode dar 30, 40 pontos, mas no dia seguinte as pessoas voltam para a Globo. A gente já sabe que lutar contra a Globo, na minha opinião, é impossível”.
Um dos funcionários se levantou e questionou Silvio sobre qual é seu segredo como empresário:
“Não importa que ele tenha um líder, e que você nunca possa se aproximar do líder. Se você não sonhar alto, se você administrar bem a sua empresa com os pés no chão, não se preocupando nem com o primeiro colocado, nem com o segundo, nem com o último, se você fizer aquilo que a sua intuição manda, e usar o bom senso, deixando de lado a vaidade, você tem todas as possibilidades de conseguir o seu objetivo”.
O dono do SBT avisou que para se conquistar objetivos é muito difícil. Ele esclareceu aos seus pupilos que é necessário dar um passo de cada vez.
“Todas as coisas têm que ser lutadas. Quando você consegue uma coisa fácil, desconfie. Porque ela não é tão fácil quanto parece. Continue trabalhando, continue apostando na sua intuição, continue com os pés no chão, e não se importe com o que a sua esposa fala, com o que os seus filhos falam, com o que os seus amigos falam. Se importe com aquilo que você vive, o seu dia a dia. Pelo menos foi assim que eu consegui, de camelô a ser banqueiro."
Em certo momento, outro funcionário questionou sobre investir mais em futebol na emissora:
“Eu sempre achei que a melhor maneira de se viver é se viver como um cidadão de classe média. Tudo aquilo que passa de alguém que possa ter o suficiente para viver como um cidadão de classe média, na minha opinião, amalucada, como eu já disse, é troféu. O dinheiro para mim representa apenas troféus de sucesso, troféus de vitória”.
Patrícia Vasconcellos, repórter do SBT Brasil, quis saber se o patrão se vê como um grande ídolo:
“Eu nunca me preocupei com isso e me surpreendo com minha popularidade. Nunca foi um objetivo meu, nunca dei entrevistas aos meu colegas porque eu acho que eu exerço a minha profissão. Eu exerço aquilo como profissional. No SBT eu faço o meu programa e posso garantir a vocês que eu sou voluntário! Não ganho absolutamente nada. Os dirigentes estão aí e não me deixam mentir. O Baú me pagava 300 mil reais para fazer o programa, ele fechou e não me pagam mais absolutamente nada”.
Ao final, o Dono do Baú agradeceu por terem escutado sua história e disse que se tivessem que escrever sua vida inteira em livro dariam três ou quatro volumes e desejou que todos tenham uma vida feliz e saudável como ele tem.
Veja o vídeo do patrão conversando abertamente com os funcionários:
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