Depois de Paula Fernandes, outras mulheres apostam na música sertaneja
Por Redação - 01/01/12 às 09:49
No dia 25 de dezembro de 2010, o Brasil conheceu o talento de Paula Fernandes através do programa especial de Roberto Carlos na emissora. Um ano após o país descobrir o sertanejo feminino, a cantora virou um verdadeiro ícone que abriu portas para as mulheres mostrarem que também podem fazer música caipira de qualidade.
Tal como a queridinha do Rei um dia já foi desconhecida da grande massa, outras meninas também colocam um chapéu na cabeça e batalham em busca do sucesso de seu trabalho e, muitas vezes, não tem nada a desejar comparado à musa sertaneja. O Fuxico pesquisou quem são os nomes promissores para 2012 e conversou com algumas mulheres que estão na corrida por um espaço no mercado que já foi predominantemente masculino.
Talita Real começou a se apresentar com apenas oito anos de idade na televisão, no extinto programa de calouros de Silvio Santos, no SBT, até gravou um CD em sua adolescência, mas – decepcionada com o mercado fechado – resolveu partir para os Estados Unidos, onde sua família estava morando, já que seu pai trabalha em uma aviação.
“Lá comecei a fazer faculdade de jornalismo e encontrei uma banda que me pediu para eu voltar a trabalhar na área. Cantava bossa e outras músicas em espanhol, já que nos Estados Unidos tem muitos latinos. Enquanto eu me apresentava alguns produtores vieram me procurar e gravei backing para o Alejandro Sanz e ganhei um Grammy quando ele faturou a premiação”.
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Com tanto talento assim, Talita, então, resolveu cair de cabeça em sua carreira de cantora e gravou um CD, ainda nos Estados Unidos, que foi produzido pela mesma pessoa que fez a produção dos trabalhos de Fabio Jr, Leonardo e Zezé di Camargo e Luciano.
“Fiz um disco inovador e ele caiu nas mãos do Xororó. Ele acreditou no meu talento, e ele achou que teria de ser readaptado para o Brasil. Foi assim que ele me apadrinhou no aspecto musical do projeto, com a parceria de dois produtores musicais”.
Fã de Paula Fernandes, ela diz que não se inspira em uma pessoa especificamente, mas busca inspirações em lugares diferente. Talita afirma que faz uma coletânea de inspirações nacionais e internacionais.
“A Pink, por exemplo, que nem é cantora sertaneja, fala uma linguagem de uma mulher cheia de problemas que eu gosto disso. Por outro lado, adoro a Paula, uma versão mais romântica. Meu padrinho Xororó também é uma pessoa que me inspiro. Todas as referências me ajudam. Eu gosto de pegar o que há de melhor em cada um deles, afinal o Brasil tem tanta coisa boa”, explica.
Outro nome promissor do sertanejo feminino é Janaína Kais. A paulista de Rio Claro desde os 12 anos se apresentava em um bar, já cantando música sertaneja, onde ficou por vários meses. Dez anos mais tarde, ela foi até a cidade de Vinhedo (interior de São Paulo), gravou uma música em uma coletânea e aí tudo começou.
“Depois eu fui para o Rio de Janeiro e comecei a fazer artes cênicas por lá. Antes de partir, fiz um curso na Escola Everton de Castro, me formei e fui para o Rio. Fiquei um tempo por lá, fiz outros cursos e quando retornei trouxe uma bagagem maior. Hoje faço trabalhos com atriz e cantora”.
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Apesar de sempre ouvir que este mercado do sertanejo é muito machista, Janaína não concorda com esta afirmação. Ela afirma que é necessário persistir para se chegar ao estrelato.
“Não é uma escolha fácil. Tem de ter um trabalho bom e as cosias acontecem. Estou no segundo CD e tive uma canção minha na novela Paraíso, da Globo. Estou tocando muito no interior e já abri o show da Paula Fernandes. Se tiver um bom trabalho a gente chega lá. O mercado está aberto. Hoje todos gostam do sertanejo, todas as classes sociais. Eu acredito 2012 será muito bom para o sertanejo”.
E por falar neste ano que está nascendo, Janaína está com um novo trabalho, ao lado do cantor Rick Sollo (ex-parceiro de Renner), no qual fizeram parceira na canção A Minha Pele e a Sua.
“Esta é uma composição minha e dele. Neste segundo CD são 10 músicas minhas, contando as parcerias que fiz. São canções que falam de amor, relações, de coisas sérias e corriqueiras. Gosto mais de falar de amor e relacionamento… E dos sonhos de toda mulher!”.
No ritmo inverso ao de Janaína, Naiara Azevedo prefere falar sobre o que a mulher pensa e prefere bater de frente com os homens que querem ver a mulher como uma ‘escrava’ do lar.
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“Eu falo sobre o sentimento da mulher se sentir inferiorizada pelo pensamento machista. Eu exponho sobre o que estou sentindo: ‘não me mande lavar roupa, louça,ou fazer comida’. Minha música Coitado foi composta em resposta ao mundo sertanejo machista. Sempre o cara diz que é o bom e inferioriza o sentimento da mulher, que é verdadeiro. Minha proposta é colocar em alta o ego feminino”.
Questionada se isso não provocaria uma guerra dos sexos, ela acredita que isso não aconteça porque nos bastidores todos são amigos e, inclusive alguns compõem em parceria.
“Todos somos amiguinhos. Até componho com duplas que têm as músicas machistas como o Ricardo e Jader. É uma brincadeirinha. Não é minha intenção fazer uma guerra. Meu trabalho foi feito pelo produtor do Luan Santana e a canção Coitado deu certo na mídia nacional”.
Dupla feminina
As irmãs Dailyelen e Katyelen formam a dupla Ellens que desde pequeninas já cantavam em casa, mas há 10 anos gravaram um CD demo no Paraná e desde então estão correndo atrás de seu lugar ao sol na estrada sertaneja. Recentemente, há cerca de quatro meses, elas gravaram o terceiro trabalho chamado de Sol e Lua e agora já estão planejando gravar o primeiro DVD.
“Estamos preparando um DVD que abrange os trabalhos dos três álbuns, gravados de 2008 paa cá, em uma só coletânea. Vamos incluir tudo o que já tocamos em rádio e músicas novas e devemos lançar em maio ou junho deste ano. Contudo nossa produção já vai começar no final de fevereiro”, responde Daily.
Para quem nunca ouviu o nome dessas meninas, elas avisam que já cativaram um público bem grande que estende-se do Rio Grande do Sul até Juazeiro do Norte, na Bahia.
“Ano passado fomos surpreendidas por uma solicitação de um show em Juazeiro do Norte e quando fizemos lá tivemos uma grande surpresa com o tamanho do público que encontramos lá. Nosso maior público é em Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Paraná, interior de São Paulo e agora Minas Gerais também”, conta a primeira voz das Ellens.
Mesmo sendo muito bonitas, Daily diz que nunca sofreram nenhum tipo de assédio dos admiradores que chegasse a ser prejudicial.
“Não existe um assédio masculino. Tudo é muito natural, nada que seja ofensivo. É legal porque as pessoas deixam de ver o lado da beleza e passam a ser fãs. Então quando nos veem com olhos de ídolos é tranquilo”, finaliza.
Conheça o trabalho de Talita Real, Eu Quero Ser a Outra: |
Conheça o trabalho da dupla Ellens, O Teu Lugar é Aqui: |
Conheça o trabalho de Naiara Azevedo, Coitado: |
Conheça o trabalho de Janaína Kais, A Minha Pele e a Sua: |
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