Dica: Dez Encontros – Uma comédia (quase) romântica

Por - 21/11/18 às 12:59

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A vida é a arte do encontro. A frase de Vinícius de Moraes pegou, virou citação e entrou para o imaginário coletivo. Isso porque após encontrar-se com alguém por um par de vezes você nunca mais se esquecerá desta pessoa. Em outras palavras, depois de alguns encontros esse novo alguém passa a fazer parte da sua vida, quer você queira ou não.

O encontro de duas pessoas se assemelha ao contato de duas substâncias químicas: se alguma reação ocorre, ambos sofrem uma transformação. Esta frase, um tanto menos famosa, mas não menos esclarecedora é de Carl Jung. E podemos usá-la para definir sobre o que estamos falando. É sobre encontros. Duas pessoas. Duas vidas que de vez em quando se cruzam. E uma mexe com a outra. Há reações. E após cada um destes encontros, eles se transformam.

A peça Dez Encontros é sobre os encontros (e também os desencontros) do casal Herbert e Rosane. Eles se conhecem num baile do colégio. São jovens, cheios e dúvidas, medos, espinhas e incertezas. Nesta época eram conhecidos como Globo Terrestre, ele e Lombriga da Etiópia, ela. E deram seu primeiro, desajeitado e inesquecível beijo. Ambos estão fora dos padrões. São terrivelmente virgens. E a partir daquele momento, por mais que não tenham levado uma relação romântica, ambos continuam se encontrando sempre.

Anos mais tarde, estão na faculdade. Ambos jovens, com hormônios rodopiadores circulando exaustivamente por suas correntes sanguíneas. Como não poderia deixar de ser Rosane finalmente tem sua primeira experiência sexual em cima de um colchonete jogado no chão do quarto da república de Herbert.

Depois desse dia, ficam um tempo sem se ver de novo. Até que se reencontrarão uma, duas, três… Cada um desses reencontros acontece em uma fase diferente da vida deles e por motivos alheios às vontades dele, dela ou de ambos, os dois sempre acabam se separando ao final. Alguns encontros são contados sob o ponto de vista dela. Outros, sob o ponto de vista dele. E alguns, sob o ponto de vista de ambos. Poderia ser a mesma coisa, mas está longe disso. Um fato banal para ele é absolutamente relevante para ela. Uma frase solta que ela jogou displicentemente no ar é terrivelmente determinante para ele.

Isso não quer dizer que Rosane não seja o grande amor da vida de Herbert. Ela é! E Herbert, sem nenhuma dúvida, é o homem da vida de Rosane. E após acompanhar os encontros e desencontros deste não-casal é totalmente impossível não torcer para que eles fiquem juntos para todo o sempre. Ou, pelo menos, até o próximo encontro.

Só mais uma coisa. A frase de Vinícius tem continuação. A vida é a arte do encontro, embora haja tanto desencontro pela vida.

DEZ ENCONTROS

De Alessandro Marson

Direção: Wendell Bendelack

Com Carlos Bonow e Ana Carolina Dias

Dias: 22 e 23 de novembro, às 21h, e sábado, 21h30

Local: Teatro Laura Cardoso, no shopping West Plaza, na Barra Funda

Duração: 80 minutos – Classificação Etária: Livre.

Dez Encontros – Uma comédia (quase) romântica

Dez Encontros – Uma comédia (quase) romântica

Dez Encontros – Uma comédia (quase) romântica

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