Diretor de série com Bruna Marquezine é preso nos EUA por desvio milionário
Por Flavia Cirino - 20/03/25 às 12:23

O diretor Carl Erik Rinsch acabou detido nos Estados Unidos na quarta-feira, 19 de março, acusado de desviar milhões de dólares da Netflix. Ele comandava a produção da série “Conquest”, que teria Bruna Marquezine e Keanu Reeves no elenco.
Ator indiano acusa Netflix de plágio
De acordo com as investigações, o cineasta utilizou parte do orçamento destinado ao projeto para investimentos arriscados e compras de luxo.
O promotor Matthew Podolsky afirmou que Rinsch “orquestrou um esquema para roubar milhões de dólares, solicitando um grande investimento de um serviço de streaming, e alegando que usaria o dinheiro para produzir uma série de televisão que nunca existiu”. Ele reforçou ainda que “a prisão de Rinsch é um lembrete que a promotoria e os nossos parceiros do FBI continuam vigilantes na luta contra a fraude”.
Desvio milionário e gastos extravagantes
As autoridades acreditam que o diretor desviou aproximadamente US$ 11 milhões, cerca de R$ 63 milhões. O valor acabou aplicado no mercado financeiro, mas a maioria dos investimentos fracassou.
No entanto, um deles gerou um retorno expressivo de US$ 27 milhões. Com esse dinheiro, Rinsch teria adquirido itens de luxo, incluindo cinco Rolls-Royces, uma Ferrari e um relógio avaliado em mais de US$ 350 mil.
O cineasta ganhou notoriedade no cinema com “47 Ronin”, estrelado por Keanu Reeves. Em 2018, vendeu a série “Conquest” para a Netflix, superando propostas da Amazon, Apple e Max.
O projeto prometia uma trama futurista em que um cientista desenvolvia uma inteligência artificial para resolver conflitos globais. No entanto, a situação fugia do controle, desencadeando um conflito mundial.
Apesar do alto investimento, as gravações foram conturbadas. Parte do orçamento inicial de US$ 55 milhões foi utilizado para filmagens em São Paulo, Montevidéu e Budapeste. Durante as gravações no Brasil, denúncias de maus-tratos a figurantes levaram o sindicato dos atores a intervir. Mesmo após consumir US$ 46 milhões da verba, Rinsch solicitou um adicional de US$ 11 milhões, que a Netflix liberou após uma disputa interna sobre versões divergentes do roteiro.
Teorias bizarras e batalha judicial do diretor com a Netflix
Com o novo montante em mãos, Rinsch aplicou US$ 10,5 milhões no mercado de ações, apostando em empresas emergentes. Uma delas alegava estar na fase final de desenvolvimento de um remédio para a covid-19. O investimento resultou em um prejuízo de US$ 6 milhões em poucos dias.
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Ao mesmo tempo, mensagens trocadas entre Gabriela Rosés Bentancor, ex-esposa e parceira criativa de Rinsch, e executivos da Netflix revelaram um comportamento errático do diretor. Ele afirmava conseguir prever a queda de raios, erupções vulcânicas e até a evolução da pandemia. Enquanto isso, apostou na criptomoeda Dogecoin e conseguiu um lucro inesperado de US$ 27 milhões.
Mesmo sem entregar um único episódio finalizado de Conquest, Rinsch decidiu processar a Netflix, alegando que o dinheiro gasto era seu por contrato. Ele justificou que os artigos de luxo adquiridos seriam incorporados como objetos de cena na série. Também declarou que a plataforma ainda lhe devia US$ 14 milhões.
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A Netflix, por sua vez, afirmou que o pagamento dependia do cumprimento de metas de produção, o que nunca ocorreu. Após o rompimento do contrato, a empresa permitiu que o diretor tentasse vender Conquest para outras plataformas, desde que houvesse reembolso dos valores já pagos.
É jornalista formada pela Universidade Gama Filho e pós-graduada em Jornalismo Cultural e Assessoria de Imprensa pela Estácio de Sá. Ela é nosso braço firme no Rio de Janeiro e integra a equipe de OFuxico desde 2003. @flaviacirino