Dora Freind: ‘A arte é sempre política’, diz atriz das 21h

Dora Freind vem chamando atenção do telespectador de Amor de Mãe. A atriz, de 22 anos, é uma estudante do ensino médio, que, diariamente, dribla todas as dificuldades que a vida lhe impõe para seguir estudando.

A jovem, mãe de um bebê, gravou até uma cena com a criança no colo em plena sala de aula do fictício colégio da história.  

“A primeira vez que eu gravei com o meu filho no colo me marcou muito. Antes de começar eu estava apavorada (risos), não sabia nem segurá-lo direito. Mas quando deu o "gravando" parecia mágica, ele dormiu ali mesmo e encaixou de um jeito que eu conseguia até sentir a respiração no meu peito, me acalmou e deu tudo certo”, relembrou ela, em entrevista exclusiva para OFuxico.

Para viver Loyane, a artista nos contou como foi construindo o perfil da personagem na trama escrita por Manuela Dias. Recentemente, os estudantes da novela emocionaram o público em uma manifestação solidária, ocupando o colégio, chamando atenção das autoridades para o não fechamento do espaço.   

“Meu processo envolveu assistir muitos documentários, e um que me inspirou e usei muito como base foi o Meninas, da Sandra Werneck. A partir dele fiz vários exercícios de reprodução. Além disso, tentei buscar na Loyane, características que nos aproximam, e que eu tenho mais facilidade de alcançar, e as que nos afastam, para buscar meios de trazer para perto”, explicou.

Não bastasse tais desafios vividos em seu cotidiano, a aluna de Camila (Jéssica Ellen), enfrenta outro drama familiar: o desinteresse do irmão Farula (MC Cabelinho) pelos estudos.  

“A família dela foi um presente e uma surpresa. É interessante porque em casa, as pessoas sempre são diferentes do que em outros lugares. É ali que geralmente você mostra seu lado mais íntimo, mais despido de máscaras sociais. Tentei levar isso para ela também, o lar como um lugar que não exige dela uma ‘agradabilidade’”, pontuou.

Arte no DNA

Estudante de teatro desde os dez anos de idade, ela contou ainda que trilhou um caminho certeiro.

“Nunca pensei em fazer outra coisa. Mas eu sinto que o momento que eu entendi que para além de paixão, que artes cênicas é trabalho, foi no meu primeiro filme. Ficou claro para mim que eu precisaria estudar, me dedicar e que não era só um sonho, mas uma profissão”, refletiu.

Dora sabe o tamanho do poder que tem nas mãos ao abordar temas polêmicos e essenciais, através de seus trabalhos. Ano passado, por exemplo, no papel de Bárbara, a atriz pôde falar de um tema em voga: gordofobia, em Malhação – Vidas Brasileiras.

“Me posicionar através das personagens que eu interpreto é um presente. A arte é sempre política, direta ou indiretamente, e eu fico feliz de estar sempre do lado certo”, discursou.

Com looks sempre descolados, a gata finalizou definindo como utiliza o universo da moda a seu favor:

“Gosto de brincar de estilos completamente opostos entre si. Mas no geral, brinco muito com cores e amo uma vibe futurista”, concluiu.

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