Douglas Silva: ‘Vou tomar calmante, na hora da entrega do Emmy’

Por - 07/11/05 às 13:37

Divulgação/TV Globo

Douglas Silva, o Acerola de Cidade dos Homens, foi indicado ao Emmy 2005 na premiação regional como melhor ator de série dramática. O jovem ator concorre com outros sete atores. Essa é a 57ª edição do prêmio, que corresponde ao Oscar da televisão americana e, segundoDouglas, acontecerá no próximo dia 10, em Nova Iorque.

“Desde a indicação, que meu coração está batendo mais acelerado. Mas, quando chegar o dia, na hora em que estiver lá na frente esperando o resultado, vou ter que tomar um calmante”, diz  o ator de 17 anos a OFuxico.

Ele conta ainda o que pretende comprar em Nova Iorque, como cuida do dinheiro que ganha e dos bens que adquiriu depois de ficar famoso. Fala de seu estado civil, da relação com o parceiro de Cidade dos Homens, Darlan Cunha, o Laranjinha, que já dura quatro anos. E da tristeza que sente com o final da série, que é uma co-produção O2 Filmes e TV Globo e o tornou conhecido em 49 países, nos cinco continentes. De como gosta de se distrair, da fase de crescimento e revela estar muito bem-resolvido quanto à questão de não ter conhecido seu pai.

“Este ano, serão cinco episódios de Cidade dos Homens e a despedida vai mostrar Acerola e  Laranjinha entrando na fase adulta”, resume Douglas.

OFuxico – Como está o coração, às vésperas de concorrer ao Emmy?

Douglas Silva – Com várias batidas mais aceleradas, desde que soube da minha indicação. Mas, no dia da premiação, quando chegar lá na frente e estiver aguardando o resultado, acho que vou ter de tomar um calmante”.

OF – Já preparou o smoking

DS – Só vou usar o tradicional, se for obrigatório. Caso contrário, vou fazer uma adaptação. Eu e uns amigos até já desenhamos um modelo bem no estilão de gringo americano. Mas, não posso detalhar, porque não sei se vai dar para me vestir assim.

OF – Você vai acompanhado de alguém da O2 Filmes?

DS – Sim. Vou com o Paulo Morelli e o Déo Berlink, que são assistentes do Fernando Meirelles.

OF – Você já conhece Nova Iorque?

DS – Não. É a primeira vez. Estou em contagem regressiva para a viagem, porque quero comprar muita coisa.

OF – O que, por exemplo?

DS – Um MP3 (Ipod) para mim e outro para o Darlan, que até já me deu a grana. Bastante roupa para aumentar minha coleção e tênis, porque lá é bem mais barato que no Brasil. Quando voltar, cheio dessas novidades, quero tirar uma onda. Pretendo ficar lá uma semana, depois do Emmy.

OF – Como lida com o seu dinheiro?

DS – Tenho uma espécie de caixa dois, de mensalão (risos). Mas, honesto. Setenta por cento do que ganho, eu coloco numa poupança. E os outros 30% uso para curtir, zoar, porque tenho apenas 17 anos e, como qualquer garotão da minha idade, tenho um lado consumista.

OF – Você já tem algum imóvel?

DS – Tenho. Dei uma casa em Cascadura (subúrbio do Rio) para a minha mãe, Clarinda, e meus quatro irmãos, Fernando, de 19 anos, Tatiane, de 14,  Michael, de 10, e Aline, de oito. E tenho meu apê em Copacabana (zona sul carioca), que é onde moro.

OF – Quer dizer que você virou playboy da zona Sul?

DS – (rindo) Que nada! Moro em Copa, mas não saio da casa da minha amiga Jaqueline, que fica na Abolição, zona norte. Antes, eu morava na Vila da Penha. Então, não vou perder minhas raízes.

OF – De onde vem essa amizade com a Jaqueline?

DS – Fiquei muito amigo dela, quando comecei o namoro com a filha dela, a Daiane. Mas, depois de oito meses de namoro, estamos separados desde janeiro deste ano.

OF – Está solteiro?

DS – Pior que não. Tô enrolado com uma outra menina da zona norte. Mas, tenho rolo em tudo que é lugar.

OF – Está pegando geral, é isso?

DS – (rindo) Parece que ficou mais fácil, depois do trabalho como ator. Mas, eu sei distingüir a mulher que quer o Douglas da que quer o Acerola. E, depois que fui crescendo, parece que fiquei mais pintoso. Quando eu era pequeno, era muito feio. Agora não. Tanto que as meninas cantam pra mim aquela música da Alcione que diz: “Você é um negão de tirar o chapéu"…

OF – Como você age, quando percebe que a garota é interesseira?

DS – Fico com ela só naquela noite, porque não sou otário. Hoje em dia, mesmo com as garotas maneiras, estou mais a fim de ficar.

OF – Vamos falar de Cidade dos Homens. São quantos episódios este ano, que marca o encerramento da série na televisão?

DS – Cinco. Em um deles, que não me lembro se é no episódio escrito pela Regina Casé ou o Fernando Meireles, nem o nome, já rola um clima de despedida. Foram quatro anos. Então, dá muita saudade. No último dia das filmagens, já pintou uma tristezinha, porque sei que não vai dar pra gente manter o mesmo contato, pois todos terão outros compromissos. Aí, só vai dar pra gente se ver uma vez ou outra. Eu, por exemplo vou fazer um anúncio de um tênis e ainda não tenho nada acertado com a televisão.

OF – Mas depois tem uma outra chance da galera se reencontrar, já que Cidade dos Homens vai para o cinema, não é mesmo?

DS – É. Ano que vem o Paulo Morelli , da 02 Filmes, vai dirigir o Cidade dos Homens para o cinema. É uma oportunidade da gente ficar junto. Mas, filme é bem mais rápido que o seriado.

OF – Você acredita que também vai acontecer esse distanciamento com o Darlan Cunha,  depois do final do seriado?

DS – Fiquei amigo do Darlan em 1999, quando a gente fez a oficina de cinema da Kátia Lund e do Fernando Meirelles, que resultou no Palace 2, e foi apresentado dentro de um Brava Gente, na Globo, onde nasceram os personagens Acerola e Laranjinha. Já fomos mais coladaços. Hoje, é cada um com o seu cada um. De vez em quando a gente se liga. Mas, sabemos o que é melhor para cada um, antes mesmo de Cidade dos Homens chegar ao fim.

OF –  Como é sua relação com a Regina Casé e o Fernando Meirelles?

DS – A Regina é muito amiga. Ela tem uma preocupação de mãe comigo e o Darlan. Quer saber se a gente está estudando, enfim, só quer o nosso bem. E com o Fernando Meirelles, agora que ele vive no exterior, falo só por e-mail.

OF – Como você gosta de se distrair?

DS – Já me amarrei mais em baile funk. Agora, tem uns quatro meses que não vou. Mas curto, porque funk é uma linguagem para todos. Seja playboy, patricinha, enfim, geral dança. É aquela história (cantarola): “é som de preto, de favelado, mas, quando toca, ninguém fica parado”. Me amarro também em rapper americano e pagode, de vez em quando. Na minha casa, ouço até MPB, como o Caetano Veloso e Djavan.

OF – Uma época você estava ligadão em pegar onda, continua?

DS – Parei de surfar por puro desleixo. Ter de acordar cedo, ficar olhando para ver como está o mar e enfrentar as ondas, mesmo se estiver chovendo, acabei dando um tempo. E ainda comecei a namorar, aí que parei mesmo! No momento, o máximo que faço é dar uma corridinha de skate pela orla de Copacabana, para me encontrar com meus amigos do Leme.

OF – Parar com esportes fez você ganhar alguns quilinhos a mais?

DS – Que nada! Até emagreci. Acho que é porque estou em fase de crescimento. Hoje, estou com 1m71 e pesando 70k. Tô virando um negão. Tenho tendência para isso, porque meus tio, avô e até meu pai, que não conheci, eram altos, gigantes mesmo.

OF – Você fica incomodado de falar no seu pai?

DS – Já virei essa página. Até os sete anos, isso me incomodava. Com o tempo, fui percebendo que, se minha mãe não tocava nesse assunto comigo, era porque não tinha importância na nossa vida. Aí, eu também não ficava perguntando nada a ela. Fui crescendo, sou uma pessoa tranqüila, tenho a minha família e aprendi que, se meu pai não quis saber de mim, eu também não tenho que querer saber dele.

OF – Quando for pai, gostaria de estar presente na vida de seu filho?

DS – Pretendo ser pai dentro de uns dois anos. E, desde já, planejo ser um pai muito presente.       
    
 
 

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