Edson Celulari diz ter autonomia para selecionar papéis na TV

Por - 25/11/12 às 10:36

Jorge Rodrigues Jorge/ Carta Z Notícias

O crescimento da carreira de Edson Celulari na tevê foi gradativo. A complexidade de seus personagens acompanhou, proporcionalmente, as mais de 40 produções em que atuou. A estreia foi com um papel pequeno, quase sem fala, em Salário Mínimo, exibida pela TV Tupi entre 1978 e 1979.

Depois de mais de 10 trabalhos veio o primeiro grande deslanche, quando interpretou o Jean Pierre de Que Rei Sou Eu?, de 1989, na Globo. Agora, na pele do atrapalhado Felipe de Guerra dos Sexos, Celulari acumula alguns protagonistas no currículo, como o Flamel de Fera Ferida e o Vadinho de Dona Flor e Seus Dois Maridos, entre outros.

"Tive a felicidade e a sorte de começar gradativamente, assumindo maiores compromissos e responsabilidades com o tempo. Acho que isso foi bacana e me livrou de possíveis armadilhas da fama repentina", analisa.

Acostumado a trabalhar com o autor Silvio de Abreu e com o diretor Jorge Fernando, Celulari não pensou duas vezes antes de aceitar o convite para a trama atual. Além de se sentir à vontade por conhecer bem os dois, o ator, logo de cara, se identificou com o personagem. Celulari já estava com vontade de fazer comédia e se distanciar um pouco da imagem de galã que tanto lhe acompanha. Por isso, a oportunidade apareceu no momento ideal.

"Quando li o primeiro capítulo, vi que a última cena era o Felipe tomando uma torta na cara. Pensei: 'É esse o personagem!'. Pois levar uma tortada é divertido e me tira dessa coisa do supergalã, desmitifica", acredita ele, que preza por diversificar os papéis que interpreta.

E os anos de experiência lhe ajudam a ter um melhor discernimento sobre os trabalhos que surgem.

"Quando eu estava começando, fazia o que ia aparecendo. Agora, tenho mais autonomia sobre isso. É essencial saber selecionar e escolher cada papel. Nem o público aguenta ver você fazendo a mesma coisa sempre", pontua.

Celulari também fez parte do elenco da versão original de Guerra dos Sexos, exibida em 1983. Na época, interpretou Zenon, que hoje é vivido por Thiago Rodrigues. Apesar de guardar boas lembranças da primeira vez que a trama foi ao ar, o ator prefere encarar esta como uma nova novela.

"É carregada de frescor. Tem diálogos bem atualizados, um elenco ótimo e reduzido. Eu, que participei da outra versão, percebo no modo como o Silvio e o Jorginho constroem as cenas que existe algo novo", destaca.

Na trama, Celulari dá vida a um desajeitado executivo que, apesar de ser filho adotivo de Charlô, protagonista de Irene Ravache, fica do lado do tio, Otávio, de Tony Ramos, nos constantes embates entre homens e mulheres. O personagem perdeu a esposa e se sente culpado por não ser o melhor pai do mundo para as filhas, Juliana e Anal, interpretadas por Mariana Ximenes e Raquel Bertani, respectivamente.

"O Felipe, por ser um cara contemporâneo, não tem muitas características que deixem a composição dele mais complexa. O que gosto é que o personagem é bem diferente de mim. Ele é meio bobão, atrapalhado, e é preciso muita concentração para isso ficar convincente no vídeo", avalia.

Aliás, fazer comédia não é algo simples para Celulari. Para o ator, é um gênero que exige mais técnica do que o drama e o domínio do tempo correto de dizer o texto.

"Você tem de decorar com velocidade, marcação, 'gags'. Quando termina um ensaio, você já está suado", revela, aos risos.

Além disso, é preciso ter noção de que o público de atualmente é diferente do que acompanhava a primeira versão da novela: é, em sua maior parte, formado por telespectadores mais jovens.

"Acho que a comédia de hoje é mais exigente que a dos anos 80. Hoje, tudo tem de ser mais verossímil. O público não aceita certos absurdos", imagina.

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