Elenco de Sinhá Moça se reúne em São Paulo
Por Redação - 12/03/06 às 12:41
Reunião de talentos e muito glamour, na noite do último sábado, dia 11, no Museu da Casa Brasileira, em São Paulo, onde aconteceu a apresentação do elenco do remake de Sinhá Moça, nova novela das seis, que estréia nesta segunda-feira, dia 13, na Globo.
A trama de Benedito Ruy Barbosa, com direção de núcleo de Ricardo Waddington, tem como protagonistas Débora Falabella e Danton Mello, que foi o primeiro a chegar ao local. Trajando calça jeans e camisa branca, o ator falou sobre seu personagem, assim que passou por uma sessão de fotos numa carruagem:
"Rodolfo é um advogado, um cara bacana, com idéias revolucionárias, que quer acabar com a escravidão. Ele é movido a planos e é extremamente romântico e apaixonado por Sinhá Moça", explica o ator, que precisou estudar com afinco o resgate da linguagem, bem como as expressões e o comportamento da época em que a trama se passa.
Pela primeira vez protagonizando uma novela das seis, Danton Mello destaca o que há de semelhante entre ele e seu personagem: "Somos românticos, lutadores e, claro, preocupados com os seres humanos, além de solidários", define o ator, que completa: "Viver um personagem de época é genial, porque nos permite viajar no tempo. É um privilégio viver esse protagonista da novela das seis".
Em seguida, eis que surge Débora Falabella acompanhada do namorado Hipólito, do pai Rogério, da irmã Cynthia e da prima Vanessa. Assim que entrou no local, a atriz seguiu para cumprimentar o autor da novela, Benedito Ruy Barbosa.
Sobre sua personagem, Débora diz: "Ela é filha de um escravagista. Sinhá Moça volta de São Paulo cheia de idéias abolicionistas. Bate de frente com o pai e vai lutar pela liberdade dos escravos, por quem tem muito carinho desde pequena".
A jovem, que acaba de participar da minissérie JK, onde viveu Sarah Kubitschek, conta ainda como se desvencilhou de uma personagem tão rapidamente, para encarar outra.
"Não imaginava que seria convidada para uma novela agora, e fiquei surpresa. É a primeira vez que emendo um trabalho no outro. A composição da personagem foi um pouco difícil, porque uma (personagem) tem que ir embora para a outra chegar. Mas consegui, porque, assim que estava terminando de gravar JK, comecei a estudar a Sinhá Moça", revela Débora.
Questionada sobre a preparação da personagem, a atriz é enfática: "A tecnologia ajudou muito na composição de Sinhá Moça. Para alongar os cabelos, fiquei apenas três horas no salão. Além disso, fiz aulas de boas maneiras, para aprender a sentar. E estudei o comportamento na época, porque a educação era muito rígida então".
Débora não esconde a satisfação e alegria de contracenar com Danton, com quem garante ter uma química perfeita em cena. Mas, faz questão de mencionar o trabalho em equipe que, segundo ela, é a receita para do sucesso.
"O elenco é muito bom. Está sendo muito legal trabalhar com o Danton Mello, mas a química tem de ser com todos", diz a atriz, que precisou deixar a festa às pressas para apresentar o espetáculo A Serpente, que está em cartaz no Teatro Faap, em São Paulo, desde janeiro.
Elias Gleiser, Jackson Antunes, John Hebert, Lu Grimaldi, Carlos Vereza, Othon Bastos e Heriberto Leão também estiveram presentes no Museu da Casa Brasileira. Já Reginaldo Faria, Chico Anysio e Oscar Prado, que vive o Barão de Araruna, pai de Sinhá Moça, foram ausências sentidas na aparesentação do elenco.
Quem também esteve por lá foi Patrícia Pillar. Ela, que participou da primeira versão da trama de Benedito como Ana do Véu, agora interpreta Cândida, mãe da protagonista. Em conversa com a reportagem de OFuxico, a atriz contou como é voltar a compor o elenco de Sinhá Moça, depois de anos.
"É como se fosse uma paisagem feita e vista por dois pintores. Embora o conjunto da obra seja o mesmo, cada um tem uma visão diferente do tema, porque ambos trazem sua vivência. Assim é comigo nesta novela. Todo personagem passa pelo filtro do ator".
Sobre sua personagem, Patrícia diz:
"Ela não acha certo o que marido faz com os escravos, mas não tem argumentos para contestar. Com a chegada da filha da capital, ela começa a ganhar força para lutar contra as idéias do marido. Além do mais, Cândida deseja muito ser amada pelo Barão, que tem uma quedinha pelas escravas", conta Patrícia, depois de ser interrompida pela bateria da escola de samba Vai-Vai, que abriu a festa para a apresentação do
elenco.
A apresentação
No palco e com microfone em mãos, Ricardo Waddington convocou elenco e diretores, bem como toda a equipe do remake de Sinhá Moça para a apresentação. O diretor de núcleo, brincalhão, chamava os atores, que eram recebidos por uma salva de palmas e gritos dos colegas de trabalho. Ao final da apresentação, todos assistiram ao clipe da novela.
As primeiras cenas que apresentam a trama de Benedito Ruy Barbosa foram produzidas por Rogério Gomes, o Papinha, que foi aplaudido de pé e aclamado com um coro que gritava exaustivamente: "Papinha, papinha, papinha, papinha"…
Atores se rendem ao rap e hip hop
Logo após a apresentação, começou a festa. Helião, Negra Li e Happin Hood ficaram responsáveis pela animação e mostraram a que vieram. Assim que subiram ao palco e soltaram a voz, o elenco se rendeu ao rap e hip hop e caiu na dança.
Patrícia Pillar, Lu Grimaldi, Vanessa Giácomo e Daniel Oliveira eram os mais animados.
E por falar em Vanessa, ela era só felicidade por participar pela segunda vez de uma novela de época de Benedito Ruy Barbosa.
"Eu já fiz um remake (Cabocla) e estou adorando esse. Minha personagem é Juliana, uma menina órfã,
que vive no núcleo abolicionista. E ajuda o Augusto (Carlos Vereza) no jornal".
Questionada sobre as características que tem em comum com a personagem, Vanessa dispara: "Acho que a de lutar por um ideal. Se pudesse, eu mudaria o mundo".
Já Zezé Motta, que interpreta Virgínia, a Bá da Sinhá Moça, não acredita que tenha características de sua personagem, que tem o filho roubado logo após o parto.
"Embora eu tenha um instinto maternal muito forte, como Virgínia, não sou nada parecida com ela. A Bá é sofrida, chora em quase todos os capítulos", conta a sorridente atriz, dizendo que exercício mesmo é
conseguir arrancar tantas lágrimas para compor a personagem.
Quem também fez questão de comparecer na apresentação do elenco foi Bruno Gagliasso. O galã de olhos azuis, que recentemente interpretou um homossexual, o Júnior de América, garante que não se incomoda com o curto período de descanso entre uma novela e outra.
"Quantos anos você tem? Eu tenho 23. Para que quero descanso? Alguém com essa idade pensa em descansar, tirar férias? Agora eu quero trabalhar, que é meu motivo de viver hoje", disparou o bonitão,
que deu uma prévia de como será Ricardo, seu personagem.
"Ele é muito tímido. Ele foi o único que não foi para capital estudar, porque gosta mesmo é da terra, da natureza, dos animais".
Questionado se assistiu à primeira versão de Sinhá Moça, exibida em 1986, Bruno é enfático:
"Não quero assistir, para não copiar e muito mesmo me influenciar. Mas também para ter tesão em criar o Ricardo", diz Bruno, que foi à festa acompanhado do irmão Thiago.
Humberto Martins, Milton Gonçalves, Caio Blat, Sérgio Menezes, Edwin Luisi, Alexandre Moreno, entre outros atores, também compareceram à festa, que rolou noite a dentro, ao som de Happin Hood.
O autor
Trajando um conjunto de tactel e tênis, Benedito Ruy Barbosa, ao contrário de muitos atores que foram embora assim que o Negtra Li e Helião subiram ao palco, se manteve por toda a festa em uma área mais afastada e reservada.
Durante a apresentação do elenco, o autor subiu ao palco. Foi um dos mais aplaudidos, mas dispensou as palavras e preferiu nem encarar o microfone. O autor, que recebeu carinhosamente o elenco de sua trama, optou por ficar na companhia das filhas Edmara e Edilene Barbosa, que são responsáveis pelos textos desse remake.
Sinhá Moça
A história da trama de Benedito Ruy Barbosa se passa na segunda metade do séculoXIX, às vésperas da abolição da escravatura. Uma jovem, Sinhá Moça (Débora Falabella), cresce com a angústia de ser filha do maior escravocrata e dono de terras da região, o Barão de Araruna (Osmar Prado).
A trama conta ainda a história de amor da protagonista com o advogado abolicionista republicano Rodolfo (Danton Mello).Os dois se conhecem no trem, quando Sinhá Moça, depois de terminar seus estudos na capital da província, retorna a Araruna.
Assim como Rodolfo, ela tem idéias abolicionistas e critica as atitudes do pai, lutando em defesa dos negros. Sinhá Moça, junto com Rodolfo e outros abolicionistas, invadem senzalas à noite e libertam os
negros, entregando-os às associações abolicionistas, que os orientam rumo à liberdade.
Produção
Para recriar o ambiente da época, a equipe gravou em antigas fazendas do século XIX, que ainda resistem no interior de São Paulo. A cena do primeiro encontro entre Sinhá Moça e Rodolfo foi feita em Campinas. Algumas cenas externas já foram rodadas na cidade de Bananal. A cidade de Três Rios, no Rio de Janeiro, também serviu de cenário para uma grande fuga da senzala, que acontece nos primeiros capítulos.
Conheça os personagens:
Débora Falabella – Sinhá Moça Ferreira
Larissa Biondo – Sinhá Moça Ferreira (menina)
Danton Mello – Dr. Rodolfo Garcia Fontes
Patrícia Pillar – D. Cândida Ferreira, Baronesa de Araruna
Osmar Prado – Coronel Ferreira, Barão de Araruna
Vanessa Giácomo – Juliana
Eriberto Leão – Dimas (Rafael)
Lucas Rocha – Rafael (menino)
Isis Valverde – Ana do Véu Teixeira
Bruno Gagliasso – Dr. Ricardo Garcia Fontes
Zezé Motta – Virgínia (Bá)
Fabrício Boliveira – Bastião
Carlos Vereza – Augusto
Lu Grimaldi – Inez Garcia Fontes
Reginaldo Faria – Dr. Fontes
Gisele Fróes – Nina Teixeira
Oscar Magrini – Manoel Teixeira
Lucy Ramos – Adelaide
Gésio Amadeu – Justo
Chico Anysio – Everaldo
Caio Blat – Mário
Jackson Antunes – Delegado Antero
Celso Frateschi – Inácio
Eduardo Pires – José Coutinho
Cris Vianna – Maria das Dores
Humberto Martins – Feitor Bruno
John Herbert – Viriato
Elias Gleizer – Frei José
Maurício Gonçalves – Capitão do Mato
Sérgio Menezes – Fulgêncio
Alexandre Moreno – Justino
Othon Bastos – Coutinho
Alexandre Rodrigues – Bentinho
Milton Gonçalves – Pai José
Edyr Duqui – Ruth
Edwin Luisi – Martinho
Cláudio Galvan – Sacristão Bobó
Fernando Petelinkar – Tibúrcio
Bruno Costa – Renato
Rogério Falabella – Nogueira
Osvaldo Baraúna – Honório
Marcelo Batista – Bento
Joaquim De Castro – Pedro
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