Elizabeth Savalla se defende das críticas de ex-chacretes
Por Redação - 30/05/13 às 09:24
Márcia, vivida por Elizabeth Savalla em Amor à Vida, da Globo, tem deixado a atriz em êxtase. Na trama, ela é conhecida como a ex-chacrete Tetê Para-Choque e Para-Lama e tem feito sucesso fora da telinha. Contudo, a interpretação tem trazido “no pacote” a insatisfação de algumas ex-dançarinas do Chacrinha.
“Soube que várias delas estão chateadas porque a Márcia já se prostituiu. Gente, se o vilão gay (Mateus Solano) é mau-caráter, não quer dizer que todo gay é assim. A mesma coisa acontece com as chacretes. Novela é ficção. Se a Márcia foi prostituta, não quer dizer que toda chacrete se prostituiu. A minha versão é uma grande homenagem às pessoas que passaram pela vida com dificuldade, sem apoio de ninguém. A Márcia vende cachorro-quente, foge do rapa e faz de tudo para se virar e criar a filha (Tatá Werneck)”, explica Savalla em entrevista ao jornal O Dia.
Sem papas na língua, Elizabeth confessa que teve medo de interpretar Tetê.
Falei para os autores: ‘não quero fazer uma caricatura e cair em estereótipos, quero dar dignidade a essa mulher’”, lembra. “Márcia é uma personagem muito complexa de ser feita”, garante a atriz, que procurou Rita Cadillac para entender melhor sobre a vida das chacretes e os motivos que fizeram muitas delas irem da fama ao anonimato.
Durante o bate-papo, Rita contou que Chacrinha (1917-1988) as valorizava, ressaltando o que cada uma tinha de mais marcante. Elas ficaram famosas, mas, quando acabou o Cassino do Chacrinha (1988), muitas ficaram sem emprego.
“Vi vídeos no YouTube sobre elas e cada uma levou um tipo de vida após a fama. No caso da Márcia, ela se considera famosa até hoje”, comenta Elizabeth, que critica o atual culto às celebridades e acredita que o sucesso é algo muito perigoso.
“Tem muita gente que me diz: ‘Minha filha é linda, tem que ser atriz’, aí eu falo que, se ela é linda, tem que ser modelo! Minha profissão não tem glamour, isso é coisa de revista e jornal. Ainda bem que TV não tem cheiro, porque ator sua, viu?”, diz, bem-humorada.
Com 58 anos e 39 deles dedicados à carreira, na época em que Elizabeth escolheu as artes cênicas, chocou o seu pai, Francisco, e quase foi deserdada.
Quem trabalhava nesse meio era considerada prostituta. Mas eu escolhi essa profissão porque, para mim, o palco era como um palanque, tinha a ver com política. Éramos uma classe pequena e engajada. Quem quisesse ser celebridade era execrado na época. Nunca quis ser capa de revista, aconteceu.
A atriz, que já deu vida a mulheres supervaidosas como a primeira-dama Minerva, de Morde & Assopra (2011), e a dondoca Rebeca Ferraz, de ‘Sete Pecados’ (2007), diz não estar nem aí com a aparência física mais castigada de sua personagem no novo folhetim de Walcyr Carrasco.
“O fato de ficar mais gorda, eu realmente gostei. Ano passado foi muito barra pesada para mim. Entrei na menopausa, operei a tireoide por causa de um hipertireoidismo. E, até acertar os hormônios, meu amor…”, revela Elizabeth, que, além disso tudo, também perdeu o pai. “Quando chegou em outubro do ano passado, eu já sabia que ia fazer a novela. Fui para a Europa com a minha mãe, passei quase um mês viajando. Lá, comemos bem e bebemos muito vinho, o que colaborou bastante com os quilinhos a mais da personagem, diverte-se.
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