Elymar Santos planejava surpresa pra porta-bandeira Maria Helena

A morte da porta-bandeira Maria Helena deixou o mundo do samba de luto e pessoas próximas à ela estão bastante consternadas. Uma delas é Elymar Santos. Bem antes de lançar sua carreira, num icônico show no extinto Canecão, alugado por ele em 1985, o cantor já conhecia a porta-bandeira. Ele, que viu a Imperatriz Leopoldinense nascer, no Complexo do Alemão, onde Maria também morava, na Zona da Leopoldina, sempre a teve por perto. Inclusive no palco de seus shows.

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“Na noite histórica em que aluguei o Canecão, ela estava no palco com o Chiquinho, dançando pra mim. A gente já viveu muitas situações juntos. Onde eu estivesse, qualquer show, qualquer temporada, ela estava”, disse ele à reportagem de OFuxico. 

No carnaval deste ano, que será realizado no próximo mês, Maria Helena será enredo da escola de samba Unidos de Manguinhos, da Série Bronze. E Elymar estava preparando uma surpresa para a amiga de tantos anos, abrilhantando o desfile “Maria Helena – a Imperatriz da Pasarela”.

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“O enredo foi lançado em 2020, eu disse que não participaria por causa da pandemia.

E, por incrível de pareça, um amigo que também era da Imperatriz me ligou essa semana, perguntando se eu não queria fazer uma surpresa. Ninguém da escola havia feito contato comigo novamente e eu falei: ‘Imagine, eu vou de surpresa e desfilarei ao lado dela’. Uma vez Maria Helena foi enredo da escola mirim e eu passei apresentando ela e o Chiquinho”, contou.

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Emocionado, o cantor destacou que sempre tinha a porta-bandeira e o filho dela por perto. Principalmente depois que ela foi dispensada da Imperatriz Leopoldinense.

“Eu já fui enredo várias vezes em estados e cidades, não apenas no eixo Rio x São Paulo. Na Sapucaí, foram duas vezes, no Império da Tijuca e na Em Cima da Hora. No Anhembi, fui enredo do Camisa Verde e do Tucuruvi. Em todas as vezes ela e Chiquinho estavam comigo representando a Imperatriz” contou Elymar Santos.

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FESTA DE DESPEDIDA

O cantor destacou ainda que Maria Helena morreu com uma grande mágoa por não ter sido reverenciada como achava que merecia. Ela não escondia que se sentia frustrada por não ter tido uma grande festa de despedida quando foi afastada do posto de porta-bandeira da Imperatriz.

“É muito triste. A gente sempre vinha tendo notícias de que ela estava no hospital fazendo dialise, mas a Maria Helena era um negócio louco. Anteontem estava na quadra dançando na quadra. A Imperatriz era a vida dela. E a grande magoa dela é que a escola não fez uma festa de despedida pra ela. Tiraram ela de cena sem uma homenagem e isso foi muito ruim, fez muito mal pra vida dela”, disse Elymar à OFuxico.

“Ela era uma guerreira, uma mulher simples, do povo, devota de São Judas Tadeu. Uma empregada doméstica, que junto do filho, se transformou num ícone do carnaval”, finalizou ele.

Pela primeira vez, Elymar Santos não vai desfilar na Imperatriz Leopoldinense. O cantor deixou a escola de samba à qual se dedicou por 36 carnavais, por não concordar com ideais da atual gestão.

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