Elza Soares: ‘Queria ser congelada para visitar o futuro’

Por - 28/08/18 às 10:14

Reprodução Instagram

Lançando seu novo álbum, Deus é Mulher,  Elza Soares, se apresenta nesta terça-feira (28), no Teatro Oi Casagrande, no Leblon, na Zona Sul do Rio de Janeiro e, mais empoderada do que nunca, não usa meias-palavras para discursar sobre feminismo, racismo, homofobia e sexo.

"É tempo da mulher falar e ser o que quiser. Me deem liberdade, eu quero é isso! Sexo é importante na vida de qualquer um. O desejo existe, eu estou viva, né?  Mas tenho empenhado essa energia na minha música. Estou completamente solteira. Eu ainda gosto muito dos homens, esses bandidos. Mas não estou em busca de um amor… E, se me aparecesse um, não sei se estaria aberta. É difícil, porque estou me amando demais, muito apaixonada pela Elza. Não seria capaz de trocá-la por ninguém", disse a cantora ao jornal Extra.

O show terá a participação do bloco afro de percussionistas Ilú Obá de Min, formado só por mulheres.

Referência na luta feminista, Elza tem a TV como melhor companheira nos tempos livres. A cantora está na trilha da novela das 19h da Globo com uma nova versão de O Tempo Não Para, sucesso de Cazuza e Arnaldo Brandão.

"Adoro assistir a filmes! E vejo essa novela, é claro, porque tem minha música. A trama é muito interessante… Eu já falava sobre criogenia há muito tempo. 'My name is now' (meu tempo é agora), mas se pudesse, queria ser congelada para visitar o futuro e ver como será, o que a gente não teve o direito de experimentar hoje. Mas viver eternamente não dá… Chega um tempo em que você não aguenta mais, as coisas começam a amarelar, a raiz fica torcida… Cansa".

A cantora destacou ainda que não gosta de revelar a idade, especulada em  81 anos.

"Eu acho tão bobo falar disso! A gente faz idade de segundo em segundo. Quantos anos eu já fiz aqui, só nessa conversa com você? Tudo nessa vida é experiência. Outro dia eu estava pensando: como a minha existência é estranha! Eu acho que fui mandada a esta Terra para servir de lição. Não vim para ser uma pinta, sou uma mancha!".

Além de ter sua trajetória contada no musical Elza, em cartaz até o próximo domingo (02) no Teatro Riachuelo, no Centro do Rio, a cantora também tem sua biografia sendo escrita pelo jornalista Zeca Camargo.

"Temos encontros frequentes. Quando relembro os tempos no meu barraco, com meus filhos, me emociono. Mas a biografia vai ter muita coisa inédita. Minha vida não é um livro totalmente aberto, tem muita página que ainda não foi folheada".

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