Em biografia, Rebeca Gusmão revela como tentou se matar

Por - 09/06/16 às 10:30

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Daqui a dois meses, Rebeca Gusmão dará a luz ao primeiro filho, Zeus. Mas antes dele, verá nascer "outra cria", tratada com imenso amor. A ex-atleta lança em julho sua autobiografia, Virada Olímpica – a Carreira, a Queda e a Superação. O livro, da Editora Alto Astral, conta a história de vida de Rebeca, que chegou ao maior lugar do pódio na natação e, por pouco, não teve a vida interrompida numa queda fatal.

Pela primeira vez, ela conta com detalhes o dia em que tentou se jogar do 13º andar do prédio em que morava, em Brasília e adiantou para a coluna Retratos da Vida, do jornal Extra.

"Cheguei em casa, joguei a bolsa no sofá, abri uma garrafa de vodca e fui para a parte de cima do apartamento, que era um duplex, e sentei num parapeito. Gostava de ver o sol se pondo dali. Neste dia, planejei tudo. Eu bebia e chorava, olhava as pessoas pequenininhas lá embaixo e jogava o corpo para frente. Pensava nos motivos da minha vida ter chegado naquilo".

Depois que saiu da varanda, ainda sem coragem de se jogar, Rebeca tomou um coquetel que misturava tranquilizantes, veneno de rato e água sanitária.

"Eu não sentia nada. Tomei tudo como se fosse água. Só queria acabar com aquele sofrimento absurdo. A falta do esporte, minha separação, meu nome na lama. O que eu tinha a perder?".

A ex-nadadora foi encontrada pelo pai e pela irmã 12 horas depois, caída, em coma.

"O médico diz que não sabe como saí viva e lembro que acordei no hospital com muita raiva. De mim por fazer meus pais sofrerem".

Até hoje eles não sabem que Rebeca pensou em se jogar do apartamento em que morava. O auge do sofrimento é um dos capítulos do livro. O dia 29 de agosto de 2013, (data em que a tentativa de suicídio ocorreu) ficou marcado para sempre. Mas Rebeca conta que seu livro é um alerta, com passagens tristes, sim, mas com final feliz.

"O Zeus vai chegar em breve. Minha vida é uma série de coincidências. Fiquei grávida no dia 2 de novembro de 2015, no mesmo dia em que oito anos antes , fui banida das piscinas. Não duvido que ele nasça dia 18 de julho, quando ganhei minha medalha de ouro no Pan", em 2007.

Dois anos depois, Rebeca teve que devolver as medalhas conquistadas.

"Achei que não precisava de ajuda para passar por tudo aquilo. Que tinha de ser forte, aguentar firme e me calar".

Confira um trecho da biografia de Rebeca Gusmão

"No dia 29 de agosto de 2013 eu decidi colocar um ponto-final na minha dor. Aquela quinta-feira tinha sido marcada por mágoa e tristeza. Tirar a minha vida não seria uma atitude repentina, tomada por impulso em um momento ruim: eu vinha alimentando a ideia havia meses, e ela crescia muito rapidamente. Mas só vim a descobrir que ela tinha tomado forma quando voltei ao meu apartamento naquele final de tarde (…)".

 
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