Em entrevista exclusiva, vice-presidente da Record fala sobre ascensão no mercado
Por Redação - 04/08/17 às 13:44
Reservado, bem humorado e extremamente feliz no que faz. Marcelo Silva, vice-presidente artístico e de programação da Record, comemora com trabalho a boa fase da emissora. Para ele o combustível e a receita são fáceis: mão na massa. E não se priva disso. Numa conversa exclusiva com a reportagem de OFuxico, o executivo falou sobre os rumos da Record e a concorrencia. Confira.
OFuxico: Estamos num momento crescente de crise, no qual redações fecham, demissões não param, o mercado está cortando e a Record vem num caminho inverso, incluindo entretenimento, conratando novos funcionários, investido cada vez mais. Como o senhor avalia esse momento da emissora?
Marcelo Silva: Primeiro, o trabalho que tem sido feito atualmente na Record tem sido baseado muito em pesquisas. Faço questão de falar isso porque mostra a preocupação com o telespectador. O que ele assiste? Todos nós sabemos que a concorrência é feroz e temos hoje muitas opções e cada vez mais temos que ouvir o telespectador, que há muito tempo deixou de ser passivo. Ele quer fazer parte, se sentir parte. E toda vez que ele não se sente parte disso, acaba buscando aquilo que o satisfaça. Temos baseado a grade de programação da Record num trabalho incessante, sério de pesquisa. Eu acredito que isso que trouxe esse resultado.
OF: Mas a crise não os afetou?
MS: Mesmo com toda a crise, todas as coisas que tem acontecido nesse país, mesmo com toda a concorrência – dos canais fechado nem tanto, mas tem a Netflix da vida – emissoras que tem buscado também atender à expectativa desse telespectador e o trabalho sendo sério, tem que trazer o resultado que se espera. Eu fiquei muto feliz com o primeiro semestre desse ano. Celso me mostrou os números, não acompanho muito isso senão a gente fica mais preocupado com essas coisas e não produz. É claro que eu quero o resultado, que não quer? Todos nós! Isso é inerente ao ser humano. Ele faz seu trabalho e quer a recompensa. Quando fui informado de que esse primeiro semestre foi o melhor desde 2011, fiquei muito feliz só posso acreditar nisso: que estamos buscando atender às expectativas do telespectador.
OF: E quais são essas expectativas?
MS: Muitos que, como eu, não assiste mais TV como eu assistia. Tenho filhos, tenho neta e sei como eles assistem televisão. A gente tem que se adequar a esses novos telespectadores também. Para que se crie empatia e descubram a Record, gostem da Record e saibam que a Record os acompanha. É esse o trabalho que estamos fazendo.
OF: Essa lacuna que a Record preencheu trazendo ao telespectador histórias da Bíblia, seria uma questão do público se desligar da realidade do dia a dia?
MS: Acredito piamente nisso. Sou noveleiro e nunca escondi isso. Houve uma época na TV brasileira que a realidade era buscada. Tivemos a novela Avenida Brasil, que tinha muita realidade. Na proporia Record teve Vidas Opostas, mas o telespectador, é claro que quer se ver. Mas ele tem se visto tanto no noticiário que o público maior está buscando a fantasia, enriquecer a sua imaginação, viajar por lugares que nunca pode ir, conhecer outras culturas. A novela bíblica permite isso, e principalmente permite que a família possa se sentar novamente. Sinto muita falta disso.
OF: O que o senhor assiste na TV?
MS: Tudo! Como disse, sou noveleiro. Tem programas que gosto bastante, mas as vezes fico constrangido de assistir com meu filho do lado ou com a minha neta. Era tão bom quando a gente podia estar com toda a familia… as novelas da Record tem permitido isso e acredito que estejamos no caminho certo.
OF: Desde março vocês e outras duas emissoras enfrentam o corte do sinal das operadoras pagas. De que maneira isso alterou o fluxo normal da Record?
MS: É uma busca por direitos. Nós continuamos trabalhando. Estamos caminhando para o quinto mês fora das operadoras e olha quantas estreias estamos fazendo! O que queremos é alcançar o público. Existem coisas que desejamos, sabemos que são justas e temos que buscá-las também.
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