Entenda o Câncer de Pâncreas
Por Redação - 19/07/06 às 16:36
Raul Cortez morreu na última terça-feira, dia 18, às 20h15. Ele estava internado no hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, desde o último dia 30 de junho e sofria com um câncer no aparelho digestivo. Através de comunicado, o hospital citou que a morte ocorreu devido às "complicações relacionadas a um câncer no pâncreas".
Entenda o câncer no pâncreas
O pâncreas é uma glândula que faz parte do sistema digestivo. Seu tamanho é de, aproximadamente, 14 cms de comprimento e 5 cms de largura. Situa-se atrás do estômago, na parte superior do abdômen e conecta-se ao intestino delgado. O pâncreas é responsável pela produção de enzimas (suco pancreático), que possibilitam a digestão dos alimentos, bem como de insulina, que é o hormônio que regula o nível de açúcar no sangue.
Fatores de risco
A incidência de câncer de pâncreas aumenta com a idade e é mais freqüente em homens, a partir dos 50 anos. Sua causa ainda é desconhecida, porém, já se pode afirmar que o fumo de cigarro está entre os fatores de risco mais consideráveis.
Sintomas
O pâncreas localiza-se na área mais profunda da cavidade abdominal, onde não há nervos que possam emitir mensagens de dor. O câncer de pâncreas, geralmente, desenvolve-se de forma imperceptível, sem causar sintomas, o que torna sua detecção precoce praticamente impossível.
Na sua fase inicial, o câncer pode causar um certo desconforto, muito parecido com o de uma simples má digestão. Os sintomas mais perceptíveis são fraqueza, tontura, diarréia, perda de peso, de apetite e icterícia, quando há bloqueio do ducto biliar. O ducto biliar é um tubo que conduz o suco digestivo (bile) até o duodeno. Problemas na cabeça do pâncreas podem bloquear o ducto biliar, fazendo com que a bile retorne para o fígado e, em seguida, para a circulação sangüínea, causando icterícia.
Em alguns casos, o tumor pode reduzir o fluxo de bile, a ponto de interferir na digestão. Quando isto acontece, a insuficiência de bile causa problemas de digestão de gorduras, aumentando a quantidade de gordura nas fezes, que se apresentam esbranquiçadas, volumosas e com odor muito acentuado.
Importante: Os sintomas mencionados podem ser causas de outras doenças. Somente o médico poderá avaliá-los.
Como é feito o diagnóstico
Para determinar a razão dos sintomas, o médico escutará suas queixas, seu histórico e fará o exame clínico. Provavelmente, pedirá que faça alguns exames laboratoriais de sangue, urina e fezes. Caso o médico suspeite de qualquer problema, poderá solicitar exames que produzem imagens do pâncreas e seus arredores. Estas imagens mostrarão ao médico a extensão da doença e possibilitarão determinar o tratamento mais adequado para o seu caso.
Atualmente, os meios mais apropriados para produção de imagens são:
Radiografia
Em determinados casos, para se obter um diagnóstico mais preciso, é necessário fazer alguns exames radiológicos do trato digestivo. Para que os órgãos fiquem bem visíveis na radiografia, é preciso envolvê-los com bário, que é um líquido de contraste, tomado via oral, antes do exame. Ou seja, quando a radiografia é revelada, todo o caminho percorrido pelo bário pode ser visto nitidamente, possibilitando a detecção de qualquer anormalidade.
Tomografia computadorizada
Um tomógrafo, semelhante a um aparelho de raios X, acoplado a um computador, vai mapeando, com imagens tridimensionais, o paciente que, deitado em uma maca, passa por uma espécie de aro. Este procedimento é indolor, mas costuma demorar cerca de 30 minutos ou mais. Durante este período o paciente deverá permanecer imóvel, pois qualquer movimento poderá comprometer a nitidez das imagens. Em alguns casos, é preciso tomar um líquido de contraste, via oral ou intravenosa, para que se possa obter maiores detalhes da área mapeada.
Ressonância magnética
Este teste é similar ao da tomografia, mas as imagens são obtidas por um campo magnético, produzido por um aparelho sofisticado, porém muito barulhento. Este procedimento também é indolor. Alguns pacientes experimentam uma sensação de incômodo muito grande, por terem de permanecer, por cerca de uma hora, completamente imóveis, em um túnel estreito e fechado. Por outro lado, a precisão das imagens facilita o diagnóstico, o que faz valer o sacrifício.
Ultrassonografia
Através das ondas sonoras captadas pelo ultrassonógrafo, é possível visualizar órgãos internos, tais como pâncreas, fígado, bexiga e rins. O paciente deve estar em jejum de, no mínimo, 6 horas para poder fazer este exame.
Biópsia
O meio mais seguro de diagnóstico de câncer é a biopsia. Uma amostra do tecido tumoral é retirada cirurgicamente, para ser examinada, à luz do microscópio, pelo patologista, para saber se há presença de células malignas.
Tratamentos
O câncer de pâncreas, na maioria dos casos, é muito difícil de se controlar. A cura só é possível quando detectado precocemente, mas, pela ausência de sintomas na sua fase inicial, geralmente o câncer de pâncreas se alastra antes de diagnosticado. Para estes casos, há tratamentos paliativos, que visam melhorar a qualidade de vida do paciente.
Cirurgia
O procedimento cirúrgico dependerá de fatores tais como tipo, localização e estádio do câncer, dos sintomas do paciente etc.
Pode-se remover a cabeça do pâncreas, o duodeno, parte do estômago e tecidos circunvizinhos.
A pancreatectomia total consiste na remoção completa do pâncreas, do duodeno, do ducto biliar, vesícula biliar, baço e gânglios linfáticos próximos.
Na maioria das vezes, o câncer não pode ser removido totalmente. Entretanto, a cirurgia pode aliviar sintomas muito dolorosos e desagradáveis, que ocorrem quando o tumor comprime o duodeno ou bloqueia o ducto biliar.
Radioterapia
A radioterapia pode ser utilizada para atacar as células cancerosas, impedindo que o tumor cresça ou como um recurso pré cirúrgico, para fazê-lo diminuir de tamanho a ponto de poder ser removido.
Quimioterapia
Pode ser empregada isoladamente ou juntamente com a radioterapia, para redução do tumor, alívio de sintomas e, também, como tratamento pós cirúrgico.
Informações do site da Associação Brasileira do Câncer. Acesse: http://www.abcancer.org.br/materia.asp?id=142
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