Entrevista: Nanda Costa frequentou favela e fez aulas de funk para Salve Jorge

Por - 27/10/12 às 10:10

Luiza Dantas / Carta Z Notícias

A classe C tornou-se de vez o principal público-alvo das novelas. Com uma pegada popular e um dos ncleos principais ambientado no Complexo do Alemão – conjunto de favelas da Zona Norte do Rio , Salve Jorge precisava de uma protagonista que representasse a massa. A ideia inicial de Glória Perez era escalar Juliana Paes para interpretar Morena, repetindo a parceria de sucesso que a atriz fez com Rodrigo Lombardi o mocinho do atual folhetim – em Caminho das Índias, exibida em 2009. Mas ela já estava reservada para Gabriela.

Foi quando a autora pensou em Nanda Costa. Principalmente por ter visto a atuação da jovem no filme Sonhos Roubados, de Sandra Werneck, em que viveu uma adolescente de 17 anos que morava em um barracão com o avô e já era mãe.Situação bastante semelhante com a de sua personagem na novela, que é moradora do Alemão e trabalha duro para sustentar o filho.

"A Glória disse que viu o longa e falou: 'Eu sabia que você podia ser a Morena quando eu vi esse filme'", conta Nanda, que tem malhado duas horas por dia para alcançar o tipo físico mais curvilíneo que o papel exige.

"Eu não tenho muita vaidade de estar sempre bonita. Eu tenho a vaidade de estar com o corpo que a personagem precisa", explica.

Para entender o universo de Morena, Nanda frequentou a comunidade. Lá, conheceu Andrea Biju, dona de uma barraquinha de bijuterias, que apresentou a atriz a algumas meninas do local. Além disso, fez aulas de samba e funk.

"Tem muita preparação por trás do papel. Eu quero trazer a personagem cheia de novidades, de frescor, de garra, de determinação", ressalta.

Mas, apesar de ter um lado leve, Morena é uma das representantes da principal campanha da novela: o tráfico de pessoas. Atrás de uma suposta oportunidade de trabalho na Turquia, a mocinha se torna vítima deste crime internacional. Por isso, Nanda pesquisou bastante sobre o assunto. Assistiu a alguns filmes e leu livros, entre eles, O Ano em que Trafiquei Mulheres, de Antonio Salas. Também participou de workshops com o elenco, onde teve contato com pessoas que passaram por situações semelhantes à de sua personagem.

"Uma coisa é você ler, ver um filme. Outra coisa é ter contato com uma pessoa que passou por aquilo, como um pai de uma menina que foi assassinada. Foi bem doloroso", recorda.


Para gravar algumas cenas, Nanda viajou para a Turquia, onde ficou por 45 dias. Conheceu Istambul e Capadócia, que foi a região que mais gostou. Lá, fez o famoso passeio de balão, no qual também gravou uma sequência para a novela. Dentro dele, estavam Nanda, Rodrigo Lombardi, Cleo Pires, Domingos Montagner e o diretor Marcos Schechtman. No momento em que o balão subia, foi gravada uma cena apenas com Cleo e Domingos, enquanto Nanda e Rodrigo ficavam abaixados.

Na hora em que o casal de protagonistas foi rodar seu take, ela se surpreendeu com a altura.

"A gente começou a subir agachado e eu não tinha visto a altura. E a subida é muito sutil, quase não trepida, só deu uma pressão no ouvido. Lá de cima, olhei para baixo e vi que estava alto para caramba", conta, empolgada. 

Não faz tanto tempo que Nanda começou a atuar na tevê – sua estreia aconteceu em 2006, quando interpretou a Madá de Cobras & Lagartos. Mas a vontade de ser atriz já existia desde a infância. Tanto que ela, aos 14 anos, saiu da casa onde morava com os pais, em Paraty, cidade litorânea do Rio de Janeiro, e se mudou para São Paulo para estudar teatro.

"Minha família achava que era sonho de criança e que ia passar", conta ela, que chegou a morar em pensionato de freiras e casa de professores.

"Fui passando muito perrengue. Então, acho que sou focada e estou aqui", constata.

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