Éramos Seis: Delicadeza e perfeição na cenografia

Por - 30/09/19 às 08:30

Divulgação/Éramos Seis/TV Globo/Raquel Cunha

Éramos Seis atravessará três décadas que marcaram a história do país e da cidade de São Paulo: 1920, 1930 e 1940. E, especialmente, por meio de dois personagens especiais, o bonde e a Avenida Angélica, a passagem de tempo será identificada facilmente. No início da trama, os arredores da Avenida Angélica terão uma inspiração bucólica, com direito a carroça e animais. Conforme o tempo passa, o bonde — que estará presente desde o início da trama, tem capacidade para 20 pessoas e anda numa velocidade máxima de 20km/h — ganhará cada vez mais prédios ao seu redor, mostrando a verticalização que a cidade sofreu no início da década de 30.

A cidade ganha ainda letreiros com luzes neon no comércio que não para de crescer, além de mais iluminação e cores. O público encontrará, ainda, elementos comuns à época, como os limpadores de trilho do bonde e os funcionários do governo responsáveis por acender e apagar os lampiões.

Naquela época, a arquitetura era eclética, com uma mistura de estilos. Na casa de Lola (Gloria Pires), por exemplo, há uma coluna grega misturada com uma influência renascentista, com alguns detalhes barrocos. Já a casa da tia Emília (Susana Vieira) é inspirada no Palácio de Versalhes, na França. O casarão utilizado nas gravações foi construído em 1922, no bairro Ipiranga, em São Paulo, e chama-se Palácio dos Cedros. É uma das mansões de uma rica família de origem libanesa e foi o primeiro local de gravação da novela.

Enquanto a passagem de tempo fica evidente na cenografia, o trabalho da produção de arte, com elementos que permeiam as décadas, tem pontos em comum entre elas. A cozinha, por exemplo, comandada por Durvalina (Virgínia Rosa) na casa de Lola, terá elementos que marcam bem o início do século passado, de 1920 a 1940. Além de muito material de madeira e cobre, pois não havia aço inox e não se usava alumínio, haverá também utensílios específicos da época como é o caso do balde de flandres e das panelas e louças de ágata. Diferentemente do que se pode imaginar, estes objetos da casa da Lola não vieram de antiquários, mas sim de lojas modernas que vendem produtos vintages.

Ainda na preparação, a produção de arte realizou com o elenco mirim um workshop de brincadeiras que eram comuns na década de 20. Elas aprenderam a jogar bolinha de gude, soltar pipa, brincar de pião, bilboquê e cinco Marias.

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