Especial: Conheça a profissão dos pais de vários artistas da TV
Por Redação - 13/08/11 às 14:00
“Quando eu crescer, quero ser como meu pai”. A frase é recorrente na boca dos filhos. Seja no caráter ou na profissão, muita gente se espelha no pai. Os famosos não fogem à regra. Alguns seguiram os passos de seus genitores, outros aprenderam com eles lições de outras profissões que lhes foram úteis no ofício que escolheram.
Entre os atores, não é difícil identificar aqueles que se espelharam no pai. Caso de Dado Dolabella e o saudoso ator Carlos Eduardo Dolabella, Beth Goulart e Paulo Goulart, Bel Kutner, que traz no sangue o DNA de Paulo José, Tato e Cássio Gabus, com o pedigree de Cassiano Gabus Mendes, entre outros.
Na música não é diferente. Luiza Possi – além da mãe que é cantora – é filha do guitarrista e empresário Líber Gadelha. Ela até tentou fugir e foi espairecer fazendo teatro, mas não conseguiu escapar.
“Meus pais viviam em turnê. Eu excursionava com eles e sabia o show inteiro de cor”, conta.
Luciana Mello e Jairzinho tiraram de letra o maior desafio dos chamados “filhos de peixe” e deixaram logo de conviver com a sombra do pai.
“Sabíamos que sempre alguém diria que só faríamos sucesso por sermos filhos do Jair Rodrigues”, destaca Jairzinho, que rodou o Brasil com o grupo Balão Mágico, sucesso nos anos 80 e mais tarde, foi estudar jornalismo e desistiu três meses depois, viajando para estudar em Berklee, a maior faculdade de música dos Estados Unidos, e abrir a produtora S de Samba, deslanchando em carreira solo.
“Em casa, somos todos fãs um do outro. Nosso pai nos ensinou a rir e a chorar, a conviver com os altos e baixos da carreira”, diz Luciana Mello.
Wilson Simonal deixou sua herança musical para os filhos, Wilson Simoninha e Max de Castro, assim como a saudosa Elis Regina deixou seu dom e apuro musical para Maria Rita, Pedro Mariano e o produtor João Marcello Bôscoli, Moraes Moreira com Davi Moraes.
Especialistas dizem que a probabilidade de a profissão se repetir aumenta com o êxito da geração anterior. Se o pai for um fracasso, o filho tende a escolher outra atividade.
Nelson Ângelo, um dos sete filhos de Nelson Piquet, nunca acompanhou as corridas do pai e, mesmo assim, se tornou piloto. A ex-jogadora de vôlei Isabel viu os filhos Maria Clara, Pedro, e Carolina, também abraçarem o esporte.
Novos Rumos
Têm os que não seguiram os passos profissionais do papai, mas levou consigo lições que ajudaram na trajetória artística.
Policial militar aposentado, Everardo Oliveira exigiu que a filha se formasse em uma faculdade, paralelo a dedicação ao teatro. Hoje ele é um dos maiores incentivadores e admiradores da carreira de Paola Oliveira.
O mesmo ocorre com contabilista Claudio Castanho e Paulo Ruy Barbosa, pais respectivamente de Klara Castanho e Marina Ruy Barbosa, e com o professor João Barbosa, pai do cantor Thiaguinho, vocalista do Exaltasamba.
“Meu sobrenome virou ’Pai do Thiaguinho’”, diz ele, que é diretor de uma faculdade em Mato Grosso do Sul e achava, na infância, que o filho seria padre por conta de seu comportamento diferente dos outros, sempre envolvido nos projetos da igreja católica.
Pai que teve sua trajetória contada no cinema, Francisco José de Camargo, é o exemplo maior para os filhos e netos. Zezé Di Camargo e Luciano, Wanessa, Luciely, o clã Camargo é só orgulho quando o assunto é Seu Francisco, que reunirá a família para um almoço de Dia dos Pais.
O militar Jefferson, pai de Eri Johnson – já falecido -, lhe passou lições que foram primordiais na carreira do filho.
“Ele me ensinou que profissionalismo e seriedade devem ser base para qualquer ofício. Foi nisso que me prendi e procuro manter”, disse Eri.
Professor de interpretação, diretor e pintor, Luca de Castro sempre foi motivo de orgulho para a filha, Carol Castro.
Filha do engenheiro civil Autagenio Gonzaga, Francielly Freduzeski acostumou a ver o pai viajar a cada 4 meses. Por isso, quando coincidia dele estar em casa, no Dia dos Pais, era uma grande festa.
“Este ano não estaremos juntos porque ele mora em Aracaju e eu estarei no Rio de Janeiro. Mas sempre nos falamos. Sempre tivemos um ótimo relacionamento, com conversas francas e me lembro dele falando comigo 'Minha filha, nunca corte os cabelos porque os homens gostam de mulheres de cabelos longos'. Também foi ele quem mais me apoiou. Até quando minha mãe achou que eu devia desistir da carreira, ele esteve ao meu lado”, contou a atriz.
Também filha de engenheiro, Fernanda Pontes tem seu pai, Luiz Fernando, como herói.
“Ele sempre me acompanhou em tudo, apesar de ter sido um homem com uma intensa rotina de trabalho. Ele soube conciliar muito bem a tarefa de ser pai com o ofício de engenheiro. Além disso, ele é do tipo pai coruja mesmo, daqueles que fala da filha para todo mundo com orgulho. Se bem que agora ele só fala da neta, Maria Luiza! Com o meu pai, eu aprendi a amar e a respeitar as pessoas, independente da classe social delas. Amo o Dia dos Pais e esse ano será duplamente comemorado aqui em casa!”, diz Fernanda Pontes.
Filha do mecânico de helicóptero Jorge Prata, já falecido, Carla Prata, auxiliar de palco do Domingão do Faustão, lembra que com o pai aprendeu a importância da justiça e da honestidade.
“Meu pai era calmo, tranquilo, do tipo de pessoa que não esquentava a cabeça com nada. Eu aprontava muito quando pequena, tanto que uma vez ele dormiu na praia e eu fiz várias mechinhas loiras no cabelo dele! Quando acordou e percebeu, meu primo falou: ‘Vai brigar com você!’, mas ele ficou rindo e disse : ‘Você não é mole, hein, minha filha!’. Assim como eu, ele adorava dançar! Ia quase todo fim de semana dançar forró. Uma semana antes de morrer, ele esteve na minha casa para conhecer o meu noivo, Aluizio, e na hora de ir embora, falou para que ele cuidasse bem de mim e disse que me amava. Ele fazia de tudo pelas filhas”, recorda, saudosa.
Janaína Jacobina lembra com saudade da força que o pai, que é agricultor, lhe deu quando optou pela carreira de jornalista.
“Eu e minha irmã guardávamos dinheiro o ano inteiro para dar os presentes para o meu pai e no dia das mães, para minha mãe. Comecei a trabalhar muito cedo e no começo, meu pai, Carlos Ferreira, foi totalmente contra eu sair de Cuiabá para morar em São Paulo. Lembro como se fosse agora, ele com os olhos cheio de lágrimas e dizendo ‘Que Deus te proteja!’. Com o passar do tempo, ouvi meu pai falar olhando nos meus olhos ‘Filha, você é uma guerreira. Tenho muito orgulho de você! Sei o quanto foi difícil você conquistar sua independência”. Com ele, aprendi o que é ter palavra, que muitas vezes tem mais valor que um papel assinado. Ele me ensinou que viver na cidade é bom, mas ouvir o barulho do rio, sentir o vento, andar descalça na terra, não tem preço! Eu o amo com todas as suas qualidades e limitações. Além de pai, tenho um grande amigo. Amizade conquistada com atitudes. Meu pai me ensinou que usar a razão é importante, mas a grande sabedoria da vida vem do coração!”, disse Janaína.
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