Especial: Saiba tudo sobre a novela Guerra dos Sexos – Figurino

Por - 01/01/12 às 13:26

Divulgação/TV Globo

Figurino e caracterização

Limpeza, despojamento e glamour. É com este trio poderoso que a figurinista Marília Carneiro define o estilo dos personagens de Guerra dos Sexos.

A ideia de apenas realçar a beleza de cada ator partiu das referências das comédias cinematográficas dos anos 40, tão presente no texto de Silvio de Abreu.

Para o sexo frágil, quer dizer, forte, Marília buscou sofisticação e elegância.

Charlô (Irene Ravache), a mais barroca das fortes mulheres da trama, exigiu que a equipe de figurino vasculhasse antiquários e feiras de antiguidades para reunir joias fora do padrão. Quem vê a personagem pela primeira vez logo identifica um traço marcante de sua personalidade. Charlô é politicamente incorreta, assim como as peles e plumas que usa para completar as elegantes blusas e calças de seu guarda-roupa. Vestidos e saias quase não entram; dificultam o constante movimento em que se encontra nossa protagonista.

Já a neta Juliana (Mariana Ximenes) é todo o contrário da avó. Saias e vestidos bem marcados destacam o corpo esguio e a beleza da personagem. Para a executiva, que trabalha de dia e tem vida social à noite, peças que se complementam são prioridade. “O armário da Juliana é o sonho de consumo de toda mulher. São peças variadas, muito elegantes, de grife e pouco acessíveis – “mas que deixam qualquer uma deslumbrante, sem exageros”, conta a figurinista. Atenção: Juliana não é uma patricinha paulistana. Ao contrário, usa seu bom gosto para comprar peças certeiras. Muito feminina, abusará dos vestidos e deixará o jeans de lado.

Roberta Leone (Gloria Pires) é o poder. Para Marília, não há palavra que melhor defina o estilo da personagem. Ela é uma mulher que está sempre arrumada, de salto alto e com tons fortes como o vermelho e o turquesa, que realçam o cabelo e a pele morena da atriz. De esposa dedicada com seus vestidos fluidos à executiva de tailleur mais viril, seu figurino marca bem a transição pela qual passará Roberta. Mas não importa o momento, joias de pedras grandes e cores vivas, encomendadas e produzidas exclusivamente para a personagem, estarão sempre com ela.

Do outro lado de São Paulo, na Vila da Mooca, está uma das mais características personagens. Nieta (Drica Moraes) é a típica mooquense que não sai sem seu casaquinho de tricô, seja para o friozinho da manhã ou para o da noite. Sempre de tênis e pochete para facilitar no dia a dia, ela é marcada pela dureza do asfalto.

Otávio (Tony Ramos) tem figurino bastante particular. A figurinista se inspirou nos atores Clark Gable e Gary Cooper, galãs norte-americanos da década de 40, para marcar o personagem com roupas clássicas e austeras. Tudo nele remete à realeza, dos pullovers de cashmere ao hobby com o brasão da família. Calças e camisas de alfaiataria, ternos de corte reto e sapatos tradicionais enchem as gavetas do sisudo Bimbinho.

O oposto do “engomado” tio, Felipe (Edson Celulari) não sabe como dar nó em gravata nem se liga se o botão está na casa errada da camisa. Ele está sempre com a gravata frouxa, com a calça amarrotada e com o punho da camisa aberto. Para montar o displicente executivo, a equipe de figurino se inspirou em intelectuais e cineastas que, não por mau gosto mas sim por distração, pouco se importam com a indumentária.  Fora do escritório, Felipe adora moletons e malhas para curtir o lar doce lar.

Mais oposto ainda, o irmão de Nieta e também morador da Mooca, Nenê Stallone (Daniel Boaventura), é um caso a parte. Quase surreal, é a versão paulistana do malandro carioca. O galã de terno branco e sapato bicolor, que certamente arrancará gargalhadas de quem estiver por perto.

Na trama, não haverá maquiagem pesada, cortes de cabelo extravagantes ou qualquer coisa fora do comum. A preocupação maior dos caracterizadores Erica Monteiro e Leonardo Almeida foi a de evitar a caricatura.

O trabalho focou realçar a beleza de cada ator e atriz, baseado sempre na personalidade dos personagens. Erica e Leonardo passaram dias em São Paulo observando como os paulistanos se preparam para enfrentar o dia a dia.

Os tons de esmalte, sombra e batom escolhidos seguem um dos traços mais marcantes da trama: a leveza. Cores neutras e claras como pêssego, laranja, bege e marrom são usadas por quase todas as personagens.

Para ajudar a atriz Irene Ravache a encontrar a sua Charlô, a equipe de caracterização marcou e arqueou levemente suas sobrancelhas e apostou no vermelho nas unhas para passar modernidade e segurança. Já em Tony Ramos, foi necessário utilizar spray para esbranquiçar alguns fios de cabelo perto dos ouvidos. Para surpresa (e inveja) de muitos, o ator não é grisalho.

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