Especial: Saiba tudo sobre Saramandaia, a nova novela da Globo

Por - 23/06/13 às 15:33

 

História

Já imaginou se um dia lhe crescessem asas? Você sairia voando por aí, passeando entre as nuvens, dando rasantes por mares desconhecidos, sentindo a brisa no rosto, vendo tudo lá do alto? Ou correria para um hospital, pensaria em cortá-las, em disfarçá-las e se esconderia de todos? E uma mulher que de tanto que engordou acabou explodindo?

São situações surreais como essas que Saramandaia, que estreia na segunda-feira (24 de junho), no horário das 23h da TV Globo, vai mostrar. Livremente inspirada na obra original de Dias Gomes, adaptada por Ricardo Linhares discutirá a resistência ao novo, ao diferente.

Com direção de núcleo de Denise Saraceni, direção geral de Denise Saraceni e Fabrício Mamberti e direção de Natália Grimberg, Calvito Leal, Adriano Melo e Oscar Francisco, a novela, que traz de volta o realismo fantástico à teledramaturgia.

Bole-Bole, a cidade onde tudo pode acontecer. Divertida por si só, fica no alto de uma colina e a população costuma ouvir uivos nas noites de quinta-feira. Ali, a magia paira entre canaviais, bosques e lençóis d'água. As placas na estrada indicam o caminho, mas seu CEP. é desconhecido. Pode estar no interior de qualquer parte do país. Se a arquitetura fosse uma pista, construções barrocas, góticas, em art déco e vanguardistas não ajudariam. As antigas ruínas da cidade
indicam qualquer coisa, menos que o lugar parou no tempo.

Computadores, tablets e smartphones mostram que, se até a modernidade a encontrou no mapa, não deve ser tão difícil chegar a Bole-Bole. De carroça, bicicleta, moto-táxi ou ônibus, não importa. Todos eles trafegam sem competição com clássicos conversíveis e incríveis possantes. Em suas ruas, cavalos, cabritos e porcos passeiam pelos exóticos jardins de topiaria. Os dois coretos da praça central frequentemente se enchem de música, ao lado da igreja de Santo Dias, padroeiro da cidade, que abençoa toda esta miscelânea.

Nos arredores de Bole-Bole, um parque de diversões abandonado ainda se ilumina à noite para conduzir casais apaixonados. E perto dali também está uma floresta encantada onde encontros acontecem em sonho e realidade. Mágica também parece ser a cadeia municipal: sempre aberta, o delegado, muito íntegro e respeitado, trata seu único preso como um hóspede e orgulha-se de nunca ter registrado uma fuga sequer.

Entre seus habitantes, há o que prevê chuva por uma estranha dor nas costelas. Um mais nervoso que solta formigas pelo nariz. E a apaixonada que literalmente queima de desejo por seu amado. Tudo muito normal…

Falam sem sotaque e fazem uso de um extenso e curioso vocabulário que ‘bastantemente’ mostra a ‘exagerância’ presente nos ‘conversórios’ de seus moradores. Porque se há uma coisa que gostam de fazer, é confabular. Principalmente depois que jovens progressistas se uniram em torno de um sonho premonitório: mudar o nome da cidade para Saramandaia e, com isso, trazer novos ares depois de anos da velha-guarda no poder. Por trás do movimento, uma antiga disputa, entre duas famílias rivais, Vilar e Rosado, pelo poder na região.

O pitoresco local é um caldeirão de contradições. Sua identidade é a diversidade. A mistura de estilos, de crenças e raças parece conviver pacificamente. Sua democracia é falha, com os mandos e desmandos dos dinossauros da política, que lutam por manter seus interesses pessoais. O bizarro já é normal e os absurdos não espantam, são corriqueiros, parte da rotina. Mas sua juventude é ativa , tem voz, corpo… e ferramentas: através da internet e das redes sociais, sopra o suave vento de mudança que não aceita as injustiças e quer mudar o mundo.

A cidade está partida. A esperança no futuro divide as pessoas. Bolebolenses e saramandistas anseiam pelo plebiscito que decidirá o nome do lugar e marcará o começo de um novo tempo para seus ilustres moradores.

Um dia, o vereador João Gibão (Sergio Guizé) acordou assustado. Havia sonhado que a cidade deveria se chamar Saramandaia para finalmente alcançar a paz e a tolerância. Habituado com as visões premonitórias que costuma ter, apresentou o projeto na Câmara e logo conseguiu um bom apoio, liderando o movimento e incomodando os tradicionalistas de Bole-Bole.

Leocádia (Renata Sorrah) é a única que sabe da condição de João. A viúva compreende a dor do filho e corta suas asas de tempos em tempos com uma tesoura de jardim para mantê-las em segredo. Enquanto as penas caem no chão, João questiona por que nasceu com esta sina e sempre escuta o mesmo da mãe: ser diferente não é motivo de vergonha. Seus conflitos fazem dele um homem solitário e introspectivo, mas nem por isso deixa de ser firme e de lutar pelo o
que quer.

Dono de uma loja de pássaros, quando pode, toca trombone na banda do maestro Totó (Zéu Britto). Além da visita de um gavião, que pousa em seus ombros esporadicamente, João tem a companhia de Marcina (Chandelly Braz), por quem é apaixonado. Esse amor só aumenta ainda mais suas angústias, já que a namorada não entende o motivo de tanta reserva.

Cordial e generoso, este homem alado tem um coração enorme e uma grande admiração pelo irmão Lua Viana (Fernando Belo). Mas nem por isso permite que ele saiba de suas asas. Tem pavor de que o rejeitem ainda mais.

Lua é o prefeito da cidade. Aliás, o prefeito que toda cidade gostaria de ter. Apartidário e honesto, governa para o povo, sem levar em consideração interesses próprios nem se dobrar a ameaças dos poderosos da região. Depois de anos das administrações centralizadoras do fazendeiro Zico Rosado (José Mayer), Lua foi eleito por habitantes cansados das desavenças entre as famílias rivais.

Tibério Vilar (Tarcísio Meira) nasceu e cresceu convivendo com o ódio de sua família pelos Rosado. Aprendeu a sentir o mesmo pelos rivais, sem nem entender o porquê de tanta animosidade. Em seus áureos tempos, foi extremamente violento no comando da fazenda… talvez para tentar extirpar a grande frustração de sua vida: não ter conseguido lutar pelo amor de Candinha (Fernanda Montenegro).

Saiba tudo sobre a nova novela da Globo, SaramandaiaHoje, Tibério vive enfurnado dentro de casa. De tanto passar os dias em sua poltrona na sala, começou a criar raízes, que lhe saem das pernas e penetram pelo chão. O fato de estar tornando-se uma árvore não o incomoda, mas resmunga quando Cleide (Ilva Niño), a sensata e fiel governanta da casa, recolhe alguns galhos e folhas de seus ombros. Parece estar sempre cochilando, alheio a tudo, sem entender o que se passa. Porém escuta perfeitamente e tem conhecimento de cada movimento de sua fazenda e da cidade. Quando alguns fatos do passado

A volta de Vitória (Lilia Cabral) não vai só mexer com a filha Zélia (Leandra Leal) e com o pai Tibério (Tarcísio Meira). Esse forte vento do passado abalará principalmente o coração de um homem. Assim renascerá o amor proibido da segunda geração das famílias Vilar e Rosado.

Quando Vitória, agora viúva, e seu filho mais novo Tiago (Pedro Tergolina) pousarem de helicóptero em plena praça de Bole-Bole, a manifestação ‘saramandista’, o comício ‘bolebolense’ e o cortejo fúnebre de um morador não serão nada perto do furacão provocado pela troca de olhares entre ela e Zico Rosado (José Mayer). O fazendeiro não vai acreditar que está diante de seu grande amor da adolescência.

Helena (Ângela Figueiredo) é uma boa esposa, bonita, de gosto clássico. Recatada e submissa, quase não sai da fazenda Rosado. Prefere ficar ali, cuidando para que nada saia do gosto de Zico. Sente que o marido não a ama verdadeiramente, mas nem desconfia de seu romance com Vitória. Está mais preocupada com o formigamento excessivo do nariz do marido.

A matriarca dos Rosado também mora na fazenda. Viúva, Candinha (Fernanda Montenegro) passa os dias vagando pela casa, jogando ironias para a nora Helena e conversando com galinhas mágicas, que só ela e o público veem.

Saiba tudo sobre a nova novela da Globo, SaramandaiaStela (Laura Neiva) é mesmo especial. A menina é o grande xodó do avô Zico e da bisavó Candinha. Foi criada por Helena (Ângela Figueiredo) depois que seu pai Zé Mário morreu, por encomenda dos Vilar, e crê que sua mãe faleceu no parto. Tem a pureza digna de seu fantástico dom: suas lágrimas de tristeza são capazes de dar força e fazer reviver qualquer ser morto, inclusive os humanos.

É comum ver o Professor Aristóbulo (Gabriel Braga Nunes) perneando pela cidade. Enquanto espera a meia-noite, o distinto presidente do Centro Cívico ensaia seus rebuscados e intermináveis discursos a favor da causa ‘bolebolense’. Mas quando o ponteiro do relógio indica que já é sexta-feira, o uivo escutado por toda a cidade é do lobisomem em que se transforma. Dona Pupu (Aracy Balabanian) acredita que a única solução para Neném, como chama o filho desde a infância, é encontrar uma esposa. Por isso simpatiza tanto com Risoleta (Debora Bloch), quando a conhece.

Não discutam com Cazuza (Marcos Palmeira) sobre a troca do nome da cidade! O dono da única farmácia da cidade pode se alterar e literalmente colocar o coração pela boca! Aí é um Deus nos acuda para segurar o queixo, apertar os lábios e engoli-lo novamente.

As crianças gritam cada vez que o solo de Bole-Bole treme com as pesadas passadas da distinta Evangelina, mais conhecida como Redonda (Vera Holtz). A senhora anda pela cidade com os seus mais de 250 quilos, entre idas à igreja e visitas às amigas. Só se mostra mais simpática quando o franzino e discreto marido Encolheu (Matheus Nachtergaele) elogia suas volumosas curvas e se encanta com a sua disposição para comer.

O coitado sofre do estômago e, infelizmente, não tem o mesmo apetite que a esposa. Chefe de gabinete da prefeitura, ele é consultor meteorológico da cidade prevê o tempo de acordo com a dor nos ossos de sua costela. Não erra nunca!

 

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