Espetáculo de Marília Pêra lota teatro carioca
Por Redação - 19/08/06 às 10:10
Na telinha, Marília Pêra invade a casa dos telespectadores como hilária Milu, de Cobras & Lagartos. E nos palcos, desde a noite de sexta-feira, 18, ela está no Teatro Maison de France, no Rio de Janeiro, com o elogiado espetáculo Mademoiselle Chanel, que fez temporadas de sucesso em São Paulo, Paris (França) e Lisboa (Portugal). Sem contar que, nesse período, ainda estrelou tanto na Cidade Maravilhosa quanto na Terra da Garoa o musical Carmem Miranda. Qual a receita de tanto vigor?
“Dormir cedo, me alimentar direito e fazer exercícios. E nada de badalação. Ninguém me vê em festas”, resume a diva, ao lado do marido, Bruno Faria.
A atriz explica que não planejou fazer três trabalhos simultaneamente.
“Fui me envolvendo em muitas coisas ao mesmo tempo e estou num momento bastante fértil, de muito trabalho e sucesso”.
Maria Adelaide Amaral, autora do texto, não escondia sua felicidade por Chanel estar estreando no Rio de Janeiro.
“Os franceses caíram de joelhos diante do espetáculo. Os paulistas lotaram o teatro por dois anos. Tenho certeza de que a receptividade dos cariocas será a mesma. Escrevi esse texto em 1993 e sempre achei que uma hora viria a atriz ideal para representar a estilista francesa. Essa atriz era a Marília Pêra. Quando escrevo uma peça, nunca fico neurótica no sentido de que ela tem quer ser montada rapidamente”.
A estréia carioca de Marília Pêra em Mademoiselle Chanel literalmente parou o trânsito no entorno do Maison de France, teatro que fica no Castelo, área central do Rio de Janeiro. E os fãs da atriz que se acotovelaram do lado de fora puderam ver de perto outros ídolos.
A autora Glória Perez classificou de maravilhoso tanto o trabalho da atriz quanto o texto de sua colega de profissão. Os elogios foram unânimes e partiram de Tonia Carrero, Nathália Timberg, Eliane Giardini e de suas filhas, também atrizes, Juliana e Mariana, de Cláudia Jimenez e sua companheira, Stella Torreão, de Totia Meireles, de Lucélia Santos, do diretor de Cobras & Lagartos Wolf Maya e de vários casais como Christiane Torloni e Ignácio Coqueiro, Lázaro Ramos e Tais Araújo, Carolina Dieckmann e Tiago Worcman, Daniel Oliveira e Vanessa Giacomo, Pedro Neschling e Luíza Possi e, claro, do diretor e cenógrafo do espetáculo, Jorge Takla.
Mademoiselle Chanel
Marília Pêra sempre interpretou no palco, à perfeição, divas do imaginário coletivo. Com Gabrielle Chanel não é diferente. Ao encarnar a mulher que revolucionou a moda do século 20 e se tornou símbolo da elegância feminina no mundo, a atriz transformou Mademoiselle Chanel em um dos maiores sucessos do teatro brasileiro dos últimos tempos.
Encenado em cidades como São Paulo, Paris e Lisboa, o espetáculo já foi visto por cerca de 200 mil espectadores e chega agora ao Rio para uma curta temporada.
Com texto de Maria Adelaide Amaral, direção, cenários, iluminação e trilha sonora de Jorge Takla e figurinos originais assinados por Karl Lagerfeld, diretor de criação da Maison Chanel, a montagem ocupará o palco do Teatro Maison de France a partir do dia 18 de agosto, em produção da CIE Brasil. As modelos Laura Wie e Elen Londero completam o elenco, explica o release da peça.
Mulher multifacetada
A peça flagra Chanel (1883-1971) já no crepúsculo da vida, aos 88 anos, em seu famoso estúdio da Rue Cambon. Ela odiava os fins de semana, sobretudo os domingos, porque era o momento em que tinha de se confrontar com a solidão. A peça se passa exatamente em uma sexta-feira, quando o último cliente já foi atendido e os funcionários partem para suas casas.
Arrogante, impaciente, sarcástica e mitômana – sem qualquer pudor em reinventar a própria história de acordo com a conveniência -, Chanel foi também extremamente sedutora. Embora nunca tenha se casado (daí o Mademoiselle, tratamento francês dispensado somente às solteiras), colecionou amantes e amigos famosos. Sua obsessão pelo trabalho a acompanhou até o final da vida.
“Chanel sempre foi consciente da sua importância e do seu lugar no mundo”, explica Maria Adelaide Amaral, que escreveu o texto em 1993 após uma extensa pesquisa. “Procurei encontrar a mulher por trás do mito. Entendo por que ela era vista como arrogante. Saiu de um orfanato, trabalhava em uma loja de costura durante o dia e se prostituía à noite. Quase perdeu a vida muitas vezes, mas só morreu aos 88 anos, no auge. Sua altivez era típica de quem vence e não deve nada a ninguém.”
Serviço
Mademoiselle Chanel
Teatro Maison de France
Av Presidente Antônio Carlos, 58 – Centro
Tel – (21) 2544.2533
Horários: quinta a sábado, 21h; domingo, 18h
Preço único: R$ 100,00
Meia entrada: R$ 50,00
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