Ex-BBB Leka bate cartão na Secretaria do Estado
Por Redação - 06/01/11 às 08:21
Há nove anos, Alessandra Begliomini ou simplesmente Leka, integrava o elenco da primeira edição do Big Brother Brasil e, em poucos dias, começava a chamar a atenção pela sua espontaneidade e carisma. Hoje aos 33 anos, casada e mãe de dois filhos – Giovana, de 4 anos e Gabriel, de 6 meses – a atriz abre o jogo para O Fuxico e conta o que andou fazendo desde que saiu da atração, depois de dois meses e quatro dias confinada.
“Eu entrei no Big Brother em um momento da minha vida que eu já não tinha mais nada a perder, estava fazendo uma coisa que eu não gostava, fui pela experiência mesmo. Eu já tinha 13 anos de teatro, mais de 20 peças no currículo, mas eu fazia parte daqueles grupos que faziam o teatro pelo prazer, pela arte, tínhamos que carregar os cenários, nada com muita estrutura. O programa para mim foi muito bom, tem milhões de atores excelentes que são bons e não tem acessos a testes bacanas, como eu tive, porque não são famosos. Desde o BBB eu já fiz oito peças, dei um intervalo maior para ser mãe, mas já entro em cartaz novamente em julho”.
Leka, que sempre gostou de ter uma vida confortável e no programa confessou já ter gastado mais de 4 mil dólares em lingerie, contou que, além do teatro, também divide seu tempo trabalhando na Secretaria de Cultura do Estado de São Paulo, na área de artes cênicas.
“Teatro não é uma coisa estável, não tem uma fórmula para o sucesso. Uma peça pode fazer muito sucesso e você ganhar muito dinheiro e em outra pode ser um fracasso. Eu sempre gostei de ter uma vida confortável e hoje eu trabalho também na Secretária de Cultura do Estado de São Paulo nesta área mesmo, que é artes cênicas.”
Em média 15 pessoas participam do programa a cada ano, mas só uma delas leva o grande prêmio. Para os outros que, na maioria das vezes, optam por seguir a carreira artística após a exposição no BBB, Leka da dicas e diz que é muito importante se preparar.
“O programa me trouxe muita coisa boa, mas por outro lado existe o preconceito que as pessoas tem e até eu entendo isso. Grande parte das pessoas que entram no programa, nunca fizeram absolutamente nada no meio artístico e saem se ‘denominando’ apresentadores, atores… Todos podem ser o que quiserem, desde haja um preparo para isso. Antes do programa, eu já tinha duas faculdades, falava três idiomas, morei em dois países além do Brasil, me formei nas escolas de teatro Célia Helena, Macunaína, ou seja, eu já tinha uma profissão. Existe também a triagem natural do tempo, faz nove anos que eu participei e continuo trabalhando com isso.”
A atriz diz que conseguiu muita coisa desde que saiu do programa, mas não atribui tudo ao BBB.
“Consegui estabilidade financeira, profissional, mas não atribuo ao BBB, não. Acho que a pessoa que entra no programa sem ter nada de base, estudo, cultura, buscando apenas uma profissão, com certeza vai se dar mal. Eu sou uma ex-BBB sim, mas antes disso já era atriz há muito tempo”.
Leka levantou ainda uma questão muito importante, que na época era pouco divulgada no país, a Bulimia. A ex-participante forçava o vomito sempre que comia muitas calorias, para não engordar, e mostrou em horário nobre cenas fortes e reais de uma jovem que sofria de um distúrbio alimentar. Mesmo sem saber que as imagens estavam sendo exibidas para todo o Brasil, ela contribuiu para a conscientização das pessoas em relação à doença, que nos dias atuais, já viraram até trama de personagens de novela nas oito.
“Eu fiz o primeiro programa, então eu não tinha noção de como aquilo tudo era visto, só soube que estava sendo exibido quando o Pedro Bial falou no ar alguma coisa relacionada. Na época não se falava muito sobre esse distúrbio, logo que saí do programa fui procurada pelo hospital de Clinicas para começar a divulgar. Acho que foi bem importante ter aquela coisa tão real sendo mostrada”.
Por fim, Alessandra não sabe se participaria de novo do programa nos dias atuais, mas diz não ter se arrependido.
“Não que eu esteja com a vida ganha, mas profissionalmente, acho que eu perderia mais do que ganharia participando novamente do programa. As pessoas não sabem como é a convivência, a experiência lá dentro, é muito difícil, mas não me arrependo de nada.”
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