Ex-paquita Bárbara Borges desabafa: ‘Bebia para tentar sobreviver’
Por Redação - 11/03/20 às 11:19
Bárbara Borges, ex-paquita, resolveu fazer um longo desabafo em seu Instagram. A atriz aproveitou o Dia Internacional das Mulheres no último domingo (8) para falar das situações de machismo pelas quais já passou.
"Eu já ouvi e vivi tantos absurdos que antes passavam despercebidos. Eu não tinha a menor noção do tanto de machismo estrutural que me abusava, tolia, silenciava e que eu, inclusive, permitia e até reproduzia. Abusos na infância, abusos psicológicos, assédio, ser diminuída, chamada de 'louca e desequilibrada'… Recentemente caiu a ficha de uma situação vivida no passado: uma 'brincadeira' que um namorado fazia comigo quando eu tava empolgada falando algo e ele fechava a minha boca 'carinhosamente' fazendo 'shshshshsh, fica caladinha'. Sim, era exatamente essa frase que ele usava sempre fechando com os dedos a minha boca. Por mais que láaa no fundo eu sentisse um desconforto com isso, eu achava engraçado, eu ria, eu acreditava mesmo que eu falava besteira sempre e me calava e até me sentia amada porque ele fazia igual o pai dele fazia com a mãe… Loucura,loucura!", relembrou ela.
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A artista também refletiu sobre a situação e disse que, antes, não tinha tanta segurança como tem hoje e não conseguia se impor diante de casos como esse.
"Infelizmente antes eu não tinha a consciência que tenho hoje, não era tão segura de mim para falar: 'Para! Não gostei, não quero, não permito que me cale', por mais boba e insignificante que a situação fosse e isso serve pra diversas situações abusivas mais pesadas que eu sempre me culpei", completou.
Ainda durante o texto, Bárbara revelou que tudo isso a feria tanto, que ela precisou criar uma válvula de escape para isso. Uma delas era o álcool, com o que enfrenteu sérios problemas de vício.
"Eu vivi muito tempo da minha vida empurrando tudo que me fazia sofrer para 'debaixo do tapete' e, para me proteger e sobreviver, usei o artifício das 'máscaras', das bebedeiras cada vez mais exageradas e assim fui me afastando de mim", declarou.
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Mas a ex-paquita começou a superar o problema. Forte e determinada, ela encontrou um jeito de sair daquele estado e se curar, principalmente após descobrir a gravidez e com a aproximação com o feminismo.
"Mesmo atrás de tantas máscaras, o meu 'eu iluminado' que foi escondido mandava sinais de 'Acorda! Desperta!'. Em 2012, comecei a dar os primeiros pequenos passos desse despertar. Esse processo tomou força ainda maior quando engravidei em 2013. No meu processo de despertar, a vida naturalmente me aproximou de mulheres incríveis feministas e passei a ler mais sobre o feminismo e tive muita inspiração em mulheres que tanto me ensinaram, inspiraram e inspiram até hoje. Eu peguei a trilha do autoconhecimento e mergulhei profundo no mar turbulento das emoções adormecidas. Da minha mulher adormecida. E aí foi sacode atrás de sacode. Memórias vieram à tona. As máscaras foram caindo. Uma por uma. Eu pedi a Deus tanto pela verdade, que me mostrasse a verdade, que a vida jogou um holofote! Comecei a enxergar com clareza. Desespero e alívio. A gente sofre mas vai curando e libertando. Comecei a me impor, tive que lutar muito por mim, para soltar a voz da minha mulher. A luta é diária! Eu ainda preciso gritar muito pra me defender do machismo/patriarcado e o que eu passo, eu sei, não chega nem perto do que muitas mulheres passam. Foi com o feminismo que aprendi a enxergar as situações machistas que vivi e também a conhecer o meu privilégio dentro da minha “bolha” e diante de outras realidades femininas. Empoderamento e sororidade", contou ela.
A atriz ainda finalizou a mensagem mandando um recado motivacional para outras mulheres.
"Eu sinto uma admiração enorme pelas mulheres. As manas tão incríveis, na firmeza, de mãos dadas na resistência desse sistema patriarcal machista opressor. Eu honro as mulheres! Eu reverencio as mulheres! Cada uma na sua essência. Somos uma potência! E ninguém, nada, pode nos moldar e tolir! Feliz nosso dia oficial da luta feminista!", concluiu.
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