Fabiana Karla espera criminalização da gordofobia

Por - 24/06/20 às 16:00

Reprodução/Instagram @fabianakarlareal

Representatividade é algo de suma importância não apenas em relação à pessoas negras, mas também às consideradas acima do peso. Em entrevista ao jornal O Globo, Fabiana Karla lamentou o preconceito que pessoas com sobrepeso ou obesas sofrem na sociedade atual e pediu, em tom de desabafo, que a gordofobia seja considerada um crime.

"Homens e mulheres do meu tamanho têm dificuldade em macas de hospitais, em cadeiras de aviões. Muitos acessos são negados. Espero que criminalizem a gordofobia. A hora que doer no bolso, as pessoas vão se segurar mais. Reconheço que algumas grifes vem se esforçando de um tempo para cá. Mas as etiquetas de moda precisam ser mais inclusivas. Seguir, pelo menos, o exemplo de marcas dos Estados Unidos, que produzem o 5X. Quando sou capa de revista, as meninas se sentem representadas. A Central de Atendimento ao Telespectador (CAT) também recebe milhares de mensagens para saber da onde são as roupas que uso no Se Joga. Tudo isso gera em mim uma responsabilidade imensa", disse.

A atriz voltou a comentar sobre o vídeo do Porta dos Fundos, que continha conteúdo tão ofensivo.

"O vídeo foi um soco no estômago. O Fábio (Porchat) é um querido, mas erraram a mão. Durante a quarentena, existem relatos de mulheres que apanham do marido por terem engordado. A gente está lutando para sobreviver. Pensei: 'Por que vou deixar descoberto o meu lugar de fala?'. Me senti ecoando a voz de milhares de pessoas", contou.

Relembre o caso

No início do mês, No último final de semana, o Porta do Fundos publicou um vídeo chamado Teste de Covid. O ator Fábio de Luca é Fernando, um homem obeso que recebe uma ligação de um laboratório de testes. A atriz Tathi Lopes interpreta a atendente que avisa ao homem que o resultado dele deu negativo para Covid-19 porque o vírus não conseguiu resistir ao "corpo podre dele". Fabiana Karla mostrou toda sua indignação diante da publicação e denunciou o vídeo como gordofóbico.

"Eu ainda fico perplexa com a ignorância de ainda associarem um corpo gordo à doença e ao desleixo. Aí você me fala 'Obesidade é doença' e eu te digo 'É!'. Mas que tipo de pessoa, então, ri de doente? Com problemas cardiácos, câncer… É isso que chamam de arte? Eu nunca fiz apologia à gordura e nunca farei. Eu sou adepta do movimento corpo livre, body positive e do bem estar e da saúde", começou ela.

Fabiana afirmou não acreditar que esse tipo de conteúdo seja arte e acrescente na vida das pessoas, principalmente num momento tão delicado no qual as pessoas estão tentando sobreviver.

"É irresponsável. Essas pessoas que escrevem piadas gordofóbicas são as mesmas que falam em empatia na internet e sobem hashtags nas redes sociais, mas escorregam em algo que pode afetar seriamente o psicológico de muita gente."

Prezando a ética, a atriz pediu desculpas aos colegas do Porta dos Fundos pela crítica pública, mas disse que não poderia se calar porque eles não pensaram nela quando escreveram o vídeo gordofóbico.

"Alguns de vocês, inclusive, têm proximidade comigo a ponto de ter meu telefone e poderiam me ligar para perguntar se eu achava ofensivo. Eu espero que um dia a criminalização da gordofobia, que traz uma grande quantidade de machismo estrutural junta, seja uma realidade. Quem sabe a coisa mude, né? Mas, por enquanto, eu vou falar para você, gorda, que não tem o mesmo privilégio que eu, que não é chamada para programas de TV, seja apresentando ou contando histórias divertidas onde tem a oportunidade de mostrar que não são um corpo podre. Eu lamento muito que alguns colegas promovam esse desserviço artístico em tempos tão delicados porque estão com dificuldade de serem mais criativos. Vai ver é psicológico por conta da pandemia", disse ela em resposta ao Porta dos Fundos.

A atriz ainda passou uma mensagem direta para as pessoas que sofrem com o sobrepeso, mas que não possuem os mesmos privilégios que ela.

"Mas, por enquanto, eu vou falar para você, gorda, que não tem o mesmo privilégio que eu, que não é chamada para programas de TV, seja apresentando ou contando histórias divertidas onde tem a oportunidade de mostrar que não são um 'corpo podre'. Eu lamento muito que alguns colegas promovam esse desserviço artístico em tempos tão delicados porque estão com dificuldade de serem mais criativos. Vai ver é psicológico por conta da pandemia."

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