Fábio Assunção sobre o vício: ‘Me sinto livre’

Por - 30/08/19 às 16:12

Reprodução/Twitter

Nesta sexta-feira (30), Fábio Assunção decidiu mudar o visual e também resolveu aderir ao Twitter.

Inclusive, o ator realizou uma live no escritório da empresa, em São Paulo, e comentou sobre diversos assuntos.

O artista contou o que pensava sobre a rede social.

"Sendo bem sincero, sempre achei o Twitter um lugar de muita criatividade, de gênios. Mas também tem muita gente querendo ser gênio. É um ambiente genial, mas também hostil, agressivo. Tinha um pouco de medo, no Twitter vou ser bombardeado. Estou entrando de um jeito pacífico", disse ele.

Fábio também comentou sobre a repercussão da música da banda La Furia, que levou o seu nome e explodiu no Carnaval.

"Vocês devem lembrar que criaram uma música com meu nome, virei máscara. Foi um bullying coletivo, de muita opressão. Ser ator desde cedo me custou a minha privacidade. Tudo o que acontece comigo é muito falado, colocado nas redes. No ano passado, auge dos memes, quando começou o sextou e o ligar o modo Assunção, eu não sabia muito como reagIr. Esse não é o foco da minha vida. Quando surgiu a música, que era agressiva, também glamourizava o uso do álcool. As experiências que tive com drogas e álcool não tiveram essa beleza, não têm essa alegria. Embora as pessoas, pensem que sextou é para enlouquecer e ser feliz, pode não ser assim. Eu e minha equipe pensamos no que fazer. Conversei, por videoconferência com a banda, e o autor me falou que não tinha noção dos números da dependência química. Não acho que tenha sido má-fé. Eles disseram que me adoravam, que tinha sido uma homenagem. Podia ser uma homenagem de outra forma", disse ele.

Inclusive, o ator revelou que o dinheiro que foi arrecadado com a música será doado para instituições de caridade.

Durante a conversa, ele também falou do carinho que recebe do público.

"Nas ruas, nunca ninguém me abordou: Você é um drogado. Sempre foi em outra linha, me pedem selfies e dizem: Tenho um grupo aqui no WhatsApp e quero mandar uma foto com você, contar que sextou. Sinto que é uma brincadeira, um carinho. Acho que humanizei e virei gente com esse processo todo. Nas ruas, não há nenhuma agressão, pelo contrário. É um retorno muito positivo. Nas redes, eventualmente há agressão. Nas redes, as pessoas falam o que não falariam pessoalmente", disse.

E como era de se esperar, Fábio Assunção comentou sobre a sua relação com o vício.

"Falar do vício tem a ver com minha maturidade sobre o assunto. A questão da droga é que tem tanta coisa envolvida nela, né? É ilegal, tem aspectos religiosos, políticos. É um assunto complexo porque envolve muitos interesses. Envolve segurança pública, saúde pública, não há um consenso de como deve ser abordado. As pessoas que passam por isso tendem a se isolarem, esconderem, porque o julgamento é muito grande. Agora eu me sinto livre. Mas eu já tive medo durante muito tempo. Mas como já fui julgado, condenado, absolvido. Hoje, falo à vontade, e sem pretensão de ser uma voz sobre isso. O vício, você não tem nenhum distinção, é coisa do ser humano. Não tem distinção de classe, racial. São coisas que a gente bota para fora de alguma forma. Não tem nada a ver com caráter", afirmou.

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