Fabiula Nascimento foi ao Gantois fazer laboratório para viver mãe de santo em minissérie

Por - 29/12/12 às 11:08

Luiza Dantas/ Carta Z Notícias, Jorge Rodrigues Jorge/ Carta Z Notícias

Mexer com assuntos ligados à religião é sempre uma grande responsabilidade na tevê. Por isso, Fabiula Nascimento foi direto para o Terreiro da Mãe Menininha do Gantois assim que chegou à Bahia para gravar suas cenas de O Canto da Sereia, microssérie que estreia dia 8, na Globo. A atriz interpreta a mãe de santo Marina de Oxum, responsável pelo terreiro que a protagonista Sereia, de Isis Valverde, frequenta. E decidiu tentar aprender tudo que pudesse sobre o assunto para não fazer feio no ar. Mas, confessa, não recebeu o "caminho das pedras" durante esse laboratório.

Fabiula Nascimento foi ao Gantois fazer laboratório para viver mãe de santo em minissérie"As mães de santo são muito sérias e, como não pertenço ao candomblé, não me disseram tudo. Pensando bem, achei isso seríssimo e certíssimo da parte delas. Não queriam me introduzir no assunto sem responsabilidade", analisa. 

A história é policial e parte do assassinato de Sereia, uma cantora de axé que é morta no auge de seu sucesso, enquanto comanda um trio elétrico no Carnaval. A partir daí, muitas pessoas próximas a ela são investigadas e se tornam suspeitas. E várias cenas de flashbacks entram no ar para ajudar o público a entender o que levou ao crime. No caso de Fabiula, a maior parte de suas sequências é ao lado de Isis Valverde.

"Não posso revelar muita coisa do que gravei para conservar o mistério. Mas a relação entre as duas é muito forte. É maternal mesmo", adianta.

Fabiula também precisou trabalhar seu sotaque para a microssérie. Como a história se passa em Salvador, ela teve a ajuda da instrutora de prosódia Íris Gomes para descobrir a melhor forma de falar sem destoar demais do resto do elenco.

"A direção não queria uma coisa forçada e grandiosa. Na comédia, quanto mais exagerado e divertido, melhor. Mas, para um personagem sério, é um trabalho bem mais complicado", avalia ela, que nunca havia encarnado uma baiana. 

O convite para interpretar Mãe Marina de Oxum veio enquanto Fabiula ainda gravava suas cenas como a espevitada Olenka de Avenida Brasil. Na época, era dirigida por José Luiz Villamarim, que está também à frente da microssérie. Mas, por preocupações em relação à caracterização da personagem, sua permanência no projeto passou a virar uma dúvida.

"É uma figura muito forte no candomblé e havia uma ideia de ter uma mãe de santo um pouco mais velha e, talvez, negra. Depois, isso foi mudando e o papel voltou para mim. Acho que era mesmo para ser meu", explica. 

O maior orgulho da atriz, atualmente, é poder emendar trabalhos, como vem acontecendo em sua carreira. Seu primeiro papel fixo na tevê foi em 2009, no seriado Força-Tarefa, em que interpretava a batalhadora Jaqueline, mulher do capitão Wilson, papel de Murilo Benício. Depois, participou da primeira temporada do humorístico Junto & Misturado, em 2010, emendando logo com a nova leva de episódios da série policial. Foi ali, em 2011, que conheceu José Luiz Villamarim, que a indicou para o elenco de Avenida Brasil e, depois, para O Canto da Sereia.

"Estou dando um passo atrás do outro. Mas fico feliz porque transito em diversas áreas. Não estou presa ao humor ou ao drama. Com isso, alcanço públicos distintos dentro da mesma emissora", valoriza. 

E Fabiula já sabe qual será seu próximo trabalho na tevê. Ela está reservada para a novela O Pequeno Buda, prevista para estrear em setembro na faixa das 18 horas da Globo. Na trama, escrita por Thelma Guedes e Duca Rachid, a atriz será uma dançarina de cabaré da década de 1940. Mas, por ainda estar envolvida com o trabalho na microssérie, prefere não adiantar muitas informações a respeito da nova personagem.

"Desconheço os traços de personalidade dela e nem sei com quem vou contracenar. Já criei umas cinco mulheres diferentes na minha cabeça, mas a verdade é quem nem sei que ritmo ela dança", desconversa. 

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