‘Falas de Acesso’ usa humor para enfrentar capacitismo e dar voz às PCDs

O especial “Falas de Acesso”, da TV Globo, chega para reforçar a luta contra o capacitismo com uma estratégia ousada: usar o humor acima de tudo como instrumento de conscientização. O programa será comandado pelas influenciadoras e comediantes Pequena Lo e Tata Mendonça, que levam ao palco piadas, críticas e provocações sobre situações vividas diariamente por pessoas com deficiência.

A atração aposta em quadros bem-humorados que expõem expressões e atitudes comuns, mas que reforçam preconceitos. Segundo Pequena Lo, a comédia é o caminho ideal para aproximar o público. “O humor facilita a conversa. Ele mostra que nós também somos atrizes, apresentadoras e artistas, cada um com o seu talento. A diferença é que precisamos de visibilidade”, afirma. Tata completa que a iniciativa mostra o óbvio: “Merecemos estar em todos os acessos”.

Elenco diverso e protagonismo PCD

O diferencial desta edição está no elenco, majoritariamente composto por pessoas com deficiência. Entre os nomes confirmados estão o comediante Vini Santos (@ovini.santos), a escritora Amanda Soares (@pcdperigosa) e o ator Gigante Leo (@giganteleo). Cada participante leva para a cena suas experiências e estilos, criando uma narrativa que mistura humor e reflexão.

A roteirista Veronica Debom ressalta que o debate sobre acessibilidade se mantém central em todos os quadros. Para ela, a proposta de tratar o tema de forma leve é uma forma poderosa de transformar mentalidades. “O que mais falta para a comunidade PCD é acessibilidade e empatia. Um programa que fala disso com leveza pode quebrar muitos estigmas”, explica.

As histórias apresentadas respeitam a individualidade de cada personagem, mas se entrelaçam para mostrar que os desafios são coletivos. Em cada piada, ironia ou crítica, o público encontra um retrato fiel de como a sociedade ainda falha ao lidar com a inclusão.

Direção que aposta no debate social

Com direção artística de Matheus Malafaia, o especial não pretende apenas divertir, mas também provocar debates em casa e nas redes. O diretor defende que o programa amplia o alcance da discussão sobre inclusão.

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“Vamos colocar uma lente de aumento em situações cotidianas. Queremos que as pessoas reflitam sobre como a sociedade trata a deficiência e como podemos construir um mundo mais acessível”, comenta.

Malafaia destaca que a proposta vai além de “quebrar tabus”. De acordo com ele, o objetivo é reparar lacunas históricas no entendimento sobre as pessoas com deficiência. Setembro, mês que marca a luta pela inclusão social da comunidade PCD, se torna o cenário perfeito para essa exibição.

Para Pequena Lo, respeito é a base de toda transformação: “Incluir é, antes de tudo, aprender a respeitar”. Já Tata Mendonça reforça a importância da visibilidade: “O programa chega para dar a esse tema a força que sempre mereceu”.