Familiares e amigos participam da missa de 7º dia de Chico Anysio, no Rio
Por Redação - 31/03/12 às 12:03
Na manhã desta sábado (31), foi realizada a missa de 7º dia da morte do humorista Chico Anysio na igreja São Francisco de Assis, no Rio Comprido, no Rio de Janeiro. Bruno Mazzeo, filho de Chico, foi um dos primeiros a chegar ao local, acompanhado pela família.
A esposa do humorista, Malga Di Paula, usando preto, também chegou bem séria à igreja, segurando algo, que parecia ser a urna, onde estão depositadas as cinzas de Chico Anysio, que foi cremado. Parte delas serão jogadas, ainda hoje, no complexo de estúdios da TV Globo, em Jacarepagyá, zona oeste carioca, onde o artista trabalhou durante anos. A outra parte das cinzas irão para Maranguape, no Ceará, terra natal de Chico.
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Amigos de profissão de Chico Anysio também marcaram presença como Marília Pêra, Tony Belotto e Malu Mader, a diretora Cininha da Paula, a autora Glória Perez e o ator Milton Gonçalves.
Chico Anysio morreu na sexta-feira (23), no Rio de Janeiro, vítima de uma parada cardiorespiratória. O falecimento ocorreu por conta de falência múltipla dos órgãos decorrente de um choque séptico causado por infecção pulmonar.
Chico, que completaria 81 anos no dia 12 de abril, era casado com a empresária Malga Di Paula, e deixou oito filhos e casamentos anteriores.
História de sucesso
Foram 65 anos de carreira no rádio, na TV, no cinema e teatro. Um legado de 200 personagens.
Francisco Anysio de Oliveira Paula Filho. Esse foi o nome escolhido pelos pais de um dos maiores nomes do humor brasileiro de todos os tempos, ou, simplesmente, Chico Anysio.
Filho de Francisco Anysio, um dos homens mais ricos do Ceará em sua época, e de dona Haideé Viana, Chico nasceu na pequena, mas próspera, cidade cearense de Maranguape no dia 12 de abril de 1931.
O pai de Chico era dono de uma grande empresa de ônibus na região, mas certo dia a empresa pegou fogo e como o humorista explicava sempre, o pai foi dormir rico e acordou pobre.
Aos oito anos, Chico Anysio deixou o Ceará com a família para se instalar no Rio de Janeiro. Esse foi o primeiro passo de uma carreira de enorme sucesso.
O pequeno Chico, desde cedo, tinha mania de imitar as pessoas, o que fazia de forma perfeita.
Aos 14 anos, Chico começou a participar de alguns programas de calouros nas rádios do Rio e de São Paulo. O garoto vencia todos! O empresário Renato Murce observou o talento do jovem e resolveu aproveitar suas imitações em um show.
Chico se apresentava em clubes do Rio e passou a receber seus primeiros cachês.
Fez vestibular para Faculdade de Direito, passou, mas não cursou. Não era isso o que ele pretendia para sua vida. Queria mesmo era fazer graça e divertir as pessoas.
Os primeiros passos
Chico iniciou oficialmente sua carreira na Rádio Guanabara, no início dos anos 50, onde logo de cara passou a exercer múltiplas funções como radioator, locutor, comentarista esportivo e redator. Esperto, ele conseguia se sair bem em todas! Chegou a ser galã das radionovelas, mas não tardou a perceber que seu caminho era mesmo para a linha de shows e comédias. Além da rádio Guanabara, Chico também passou pela Rádio Mayrink Veiga, sempre com sucesso e competência.
Não demorou muito e Chico começou a escrever diálogos para as chanchadas da década de 50 e, algumas vezes, fazia um bico como ator nos filmes da Atlântida.
Chico Anysio chegou à televisão em 1957, na TV Rio e nessa época decidiu que não queria ser só um, mas vários. Começou aí a criar seus famosos personagens. O primeiro deles foi o Professor Raimundo, que ele trouxe do rádio. Chegou a fazer 207 personagens na televisão.
Aos poucos, Chico deixou o trabalho no Rádio para se dedicar à TV, mas seguiu escrevendo para amigos que continuavam com seus programas de rádio.
Estreia na TV
Chico estreou na TV Rio com o programa Noite de Gala. Em 1959 estreou o Só tem Tantã, que mais tarde passou a se chamar Chico Anysio Show. Nessa época, começou a popularizar seus tipos.
Mas Chico sempre foi múltiplo. Além de escrever e interpretar seus próprios textos no rádio, na TV e no cinema, Chico ainda se aventurou no jornalismo esportivo, no teatro, na literatura, na música e até na pintura.
Na década de 60, agora na TV Tupi, o humorista criou o programa Chico Anysio Show, que mais tarde seria apresentado na TV Excelsior e depois na Globo.
Também nesta fase, Chico começa a demonstrar sua grande habilidade para os espetáculos de stand up comedy, tão populares hoje em dia, mas que tem como precursor o grande Chico Anysio.
Chico na Globo
Em 1968, Chico leva todo o seu talento para a TV Globo, com o programa Chico Especial. Em 1971, no Chico City, Chico cria e apresenta mais de 200 personagens. Entre os mais famosos estão Alberto Roberto, Tavares, Pantaleão,
Bozó, entre centenas de outros. Na emissora carioca faz sua história ficar ainda maior, tornando-se um dos principais nomes da televisão brasileira. Na Globo, Chico comandou os programas Chico Total, Chico Anysio Show e a Escolinha do Professor Raimundo, que apresentou de 1990 até 2002.
Nessa época, estabeleceu um vínculo forte de amizade com o então diretor José Bonifácio Sobrinho, o Boni. Em 2008, Chico Anysio deu uma entrevista ao site da TV Vanguarda, emissora comandada por Boni. Na ocasião, o humorista falou sobre sua ligação com o diretor. “O Boni é um irmão. Mais do que um irmão, porque os irmãos nos são dados e os amigos nós elegemos. O Boni é um amigo querido, um profissional soberbo, a quem eu devo os melhores anos da minha vida profissional”.
Sempre se reciclando e criando novos personagens, o programa de humor de Chico Anysio se tornou um dos mais importantes da programação da emissora.
Com a saída de Boni da Globo, Chico Anysio começou a perder espaço na emissora e não teve mais uma atração fixa na grade, passando a fazer participações especiais, como fazia até recentemente no humorístico Zorra Total, para onde levou alguns de seus personagens, como Salomé, o Professor Raimundo e Bento Carneiro, o Vampiro Brasileiro.
Chico também passou a fazer participações em novelas da casa. Atuou em Terra Nostra, Pé na Jaca, Caminho das Índias, Sinhá Moça, no infantil Sítio do Picapau Amarelo e também das séries Brava Gente, A diarista e Guerra e Paz.
No cinema, os trabalhos mais recentes de Chico Anysio foram em Tieta (1996), Se eu Fosse Você 2 (2009) e Uma Professora Muito Maluquinha, lançado em 2010.
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