Federação Israelita de SP reclama de Belíssima

Acusada de racismo pelo Ministério Público da Bahia, devido à abordagem da escravidão na novela Sinhá Moça, a Globo está enfrentando mais um problema. De acordo com o jornal Folha de S. Paulo, a Federação Israelita de São Paulo enviou carta à emissora reclamando da novela Belíssima.

A carta, assinada por Jayme Blay, presidente da entidade, relata “o desconforto que a comunidade judaica paulista vem passando em referência ao estereótipo da família judaica, especialmente da personagem Ester”.

Para ele, os personagens da novela “transmitem uma imagem de avareza, perversidade, malvadez (…) ocasionando um mal-estar generalizado” na coletividade judaica.

Em uma carta de resposta, a Globo, assinada pelo diretor de comunicação, Luis Erlanger, definiu o Brasil como “um paraíso de miscigenação racial e religiosa”. E defendeu a abordagem da novela: “Fazendo uso do humor tipicamente brasileiro (…), Belíssima tem mostrado de forma caricatural rigorosamente todos os grupos retratados na trama”, como “afro-decendentes, passando por outros grupos de imigrantes, não poupando a igreja católica, com repetidas brincadeiras até com Nossa Senhora da Candelária”.

Luis Erlanger finalizou a carta a Jayme Blay, dizendo que irá encaminhar a reclamação ao autor da novela, Silvio de Abreu, “que certamente ficará atento para que essa impressão não prevaleça na novela”.