Felipe Ventura relembra os primeiros passos de sua Corrente do Bem em prol do Teleton

Nos dias 25 e 26 de outubro mais uma vez o Brasil vai acompanhar, pelo 16^o. ano consecutivo, a campanha Teleton, nobre iniciativa encabeçada por Silvio Santos e sua emissora SBT em prol da AACD, uma das mais sérias e respeitadas entidades do brasil.

Em paralelo a essa maratona televisiva do bem, um garoto se destacou como um exemplo de consciência, solidariedade e empenho em ajudar o próximo. Em sua primeira aparição no Teleton, Felipinho tinha apenas 8 anos e desde então virou o que podemos chamar de símbolo jovem da campanha.

Quinze anos se passaram, Felipinho virou Felipe Ventura, hoje é um jovem publicitário e sua iniciativa criada em 1998 se transformou no projeto Corrente do Bem, também em prol da AACD, que em 2012 arrecadou mais de R$ 400 mil e recebeu o Prêmio Marketing Best de Responsabilidade Social.

Neste ano de 2013, em sua 15ª participação no Teleton, Felipe Ventura busca bater o recorde de contribuição e tem tudo para conseguir.

O Fuxico convidou Felipe Ventura para falar sobre seu projeto em prol da AACD. O mais importante dessa história é perceber que  este jovem segue firme e dedicado à esta causa, sempre focado em expandir sua participação. EDurante todo o ano ele trabalha para motivar pessoas a ajudar a AACD. Leia abaixo o que ele tem a dizer e entre nessa corrente do bem!

"Desde os meus oito anos aprendi que uma pequena ação pode sim mudar o mundo e a vida de tantas pessoas. Minha história com a AACD começou quando eu decidi doar minhas moedas ao Teleton. Era uma noite fria de 1998, e eu estava em casa, assistindo ao programa com meus pais. Faltavam poucas horas para o término do programa, e três milhões de reais para atingir a meta que construiria um novo hospital para as crianças.

Cada história que eu assistia era tão cheia de amor, união e superação, que me fez refletir a importância de nos unirmos nestas causas sociais e ajudar, seja da maneira que for. A Hebe Camargo pedia desesperada para as pessoas doarem, e esse apelo tão verdadeiro, fez com que eu pegasse meu cofrinho, que toda criança tem, e contasse na mesa da sala com meu pai.

O valor era pequeno, mas eu como uma boa criança, tinha certeza que de seria o necessário para atingir a meta. Insistentemente pedi então para meus pais me levarem até a TV Cultura, emissora que estava transmitindo o Teleton, já que existia uma tenda que estava recebendo doações. Quando chegamos na emissora, em um lance de sorte, destino ou simplesmente Deus, acabamos parando atrás do palco, já que pelo horário, não existia mais a tenda.            

Quando a produtora do programa contou a Hebe, que existia um menininho, que arrastou os pais de casa devido a um pedido seu, ela pegou na minha mão e me colocou no palco com Silvio Santos. Com oito anos, é claro que eu não tinha a noção de que ele era o dono daquilo tudo, e quando ele pediu para eu dar o cofre na mão dele, eu relutei e disse que só entregaria no banco.

Sendo um homem de extrema sensibilidade e experiência, e vendo que eu estava ali única e exclusivamente para abrir mão de algo que era meu em prol de pessoas que eu nunca tinha visto, ele me fez um desafio. Um desafio de que se no próximo ano, eu conseguiria voltar ao palco do programa levando dois cofres. Aquilo pra mim foi um grande desafio, já que até então eu juntava as moedas somente para comprar coisas superfulas. Fui pedindo ajuda para meu avô (meu grande e eterno colaborador), primas e tios, além de alguns amigos que sempre me dão sua contribuição. E ano após ano, o Silvio aumenta o desafio, e de um cofrinho de R$ 75 em 1998, minha doação se transformou em 120kg de moedas e R$ 26 mil em 2012.

Sou um jovem comum, fanático pelo Corinthians, vou pra balada, viajo, mas nada disso me impede de fazer o bem e ajudar quem realmente precisa. Nunca pensei que aqueles meus setenta e cinco reais fossem fazer a diferença, mas hoje sei a importância que eles tiveram na minha vida e na vida de tantas outras pessoas.

Através dessa minha ação, a AACD (Associação de Assistência à Criança Deficiente) criou a Corrente do Bem, uma campanha onde visito escolas contando minha história, com o objetivo de desenvolver os conceitos de cidadania entre os estudantes. Além das participações de escolas públicas e privadas e universidades de todo o Brasil, o conceito agora foi estendido a estabelecimentos comerciais, como supermercados, farmácias, padarias, e pedágios. Ano passado foram arrecadados R$ 400 mil, que foram revertidos em 15 mil atendimentos para pessoas carentes.  Hoje a campanha já chega nas cidades de Cambará, Jacarezinho e Santo Antônio da Platina, no Paraná, e Santa Rita do Passa Quatro, São João da Boa Vista e Ourinhos, no interior paulista. Agora estamos recolhendo e começando a contabilizar esses cofrinhos. Em 2012 a campanha recebeu o Prêmio Marketing Best de Responsabilidade Social. Sou apenas um elo desta corrente, nós jovens precisamos nos mobilizar se queremos ter um mundo melhor. Não podemos ficar acomodados só cobrando dos nossos políticos, temos que fazer a nossa parte.

Poucos sabem, mas aos 10 anos, por ironia do destino, levei um tombo e fiquei paralítico por quase seis meses. Passei na pele tudo que um deficiente passa: exclusão social, falta de estrutura na cidade, discriminação, olhares de pena. Graças a Deus fiquei curado, mas este momento só veio provar ainda mais dentro de mim que tenho que continuar lutando cada dia mais pela dignidade do ser humano! Nossa solidariedade e compaixão farão a diferença no mundo, e nos farão crescer como seres humanos mais justos e felizes!

Vocês podem acompanhar todo meu trabalho na página do facebook: Felipe Ventura / Teleton AACD!”.