Fernanda Montenegro: “Trabalho feito uma vaca e gosto de trabalhar!”

Por - 04/06/14 às 17:49

AgNews

Se existe unanimidade entre as divas da teledramaturgia, Fernanda Montegero é o nome. Aliás, não apenas na telinha, mas no cinema também, arte para a qual a veterana atriz está de volta, aos 84 anos, trazendo no currículo o privilégio de ter sido a primeira brasileira a receber uma indicação ao Oscar e a faturar o Emmy de melhor atriz, situações que não a envaidecem.

"Nunca me pus num pedestal", explica.

Quase 15 anos depois de ter interpretado Nossa Senhora em O Auto da Compadecida (2000), Fernanda volte a dar vida à santa no filme A Primeira Missa Ou Tristes Tropeços, Enganos e Urucum, que está em cartaz no circuito nacional.

“Sou católica, daquelas que nasceram de uma família italiana bem religiosa. Então, não é que eu não frequente. Quando posso, vou à missa, comungo, tenho uma vida de atividade religiosa. Mas não sou uma crente bitolada. As religiões têm seus dogmas, seus preceitos, e todas se equivalem no sentido de que têm rituais e decálogos a serem respeitados. Ou não. Mas esse é um tema muito sério para se falar rapidamente, eu nem deveria me arriscar, disse ela ao jornal Extra.

Cheia de disposição, Fernanda ainda destacou que o trabalho não a assusta e que não tem privilégios.

“Eu trabalho como uma vaca, uma desesperada. Só não me desespero de fato porque sou uma vocacionada e gosto de trabalhar, mas não me vejo nessas pompas e circunstâncias. A vida aqui embaixo é muito mais dura, desafiadora e batalhada”, avaliou, falando ainda sobre sua impressão do sucesso.

“Sucesso é assim: você faz o maior sucesso hoje. Se amanhã, por azar, você não der conta de alguma coisa, o sucesso acaba na mesma hora. O sucesso vai de acordo com o vento. Nada segura nada. Não é matar um leão, é matar três leões por dia. Basta um fracasso para sua vida toda ficar em dvida. Um dia, achei que podia fazer alguma coisa no teatro e descobri que era algo que eu não só poderia fazer como não poderia viver sem.  Estou nisso há 70 anos. Foi uma vocação que se fez em mim”.

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