Fernando Pavão: “Meu maior desejo é descansar um pouco”
Por Redação - 22/09/12 às 19:00
Protagonizar novela não é fácil. Mas Fernando Pavão se despede do conturbado Otávio de Máscaras, no início de outubro, com a consciência tranquila. E não hesita em afirmar que este foi seu personagem mais difícil na televisão. Talvez isso justifique a aparente certeza de amadurecimento profissional marcada por seu discurso.
“No início, não sabia como iria me virar com tanto texto para decorar e cenas para gravar. Mas consegui segurar a onda. E de maneira saudável, sem entrar em um estresse absurdo, como já presenciei em alguns colegas”, explica, aliviado.
Pavão também pontua outro fator determinante para que se sinta orgulhoso do destaque que recebeu na história.
“O Lauro sabe das propriedades do texto dele, então também é muito exigente”, diz ele, completando que, ao longo desses seis meses de exibição da trama, chegou a trocar alguns e-mails com o autor. O contato aconteceu quando recebeu elogios ou teve alguma indicação de como poderia agir em determinado momento do personagem.
Mesmo como protagonista, Pavão assegura que não se preocupou com a baixa audiência da trama. O ator jura que, apesar da média de diversos capítulos de Máscaras estacionar em torno de cinco pontos – bem abaixo dos dois dígitos aos quais a emissora está acostumada –, a repercussão de sua atuação nas ruas foi grande. O ator paulistano arrisca dizer que talvez tenha tido um dos maiores retornos do público de toda a carreira, que já soma 14 anos de trabalhos na tevê.
“Depois de Malhação, essa foi a época em que mais fui reconhecido e tive meu trabalho comentado e elogiado nas ruas, garante ele, que interpretou o professor Guto ao longo de três anos no seriado infantojuvenil da Globo.
Apesar de já ter trabalhado em outro projeto de Lauro César – interpretou o mafioso Khalid em Poder Paralelo, em 2009 –, Pavão sabe que outra atuação de seu currículo foi crucial para que fosse escolhido como protagonista de Máscaras. Ao lado de Mel Lisboa, ele deu vida ao personagem-título da minissérie bíblica Sansão e Dalila, em 2011.
“Além da direção da emissora ter ficado satisfeita com o resultado final, o Lauro me disse que assistiu à minissérie. Por isso, acho que devemos nos empenhar em qualquer situação. Sendo protagonista ou não, nosso trabalho está sempre sendo analisado”, reflete.
Como é contratado da Record até 2016 – o vínculo foi renovado em 2011, antes do término do anterior, por conta da repercussão positiva de Sansão e Dalila –, o ator ainda não sabe quando poderá ser escalado novamente para um projeto da emissora. Mas tem na ponta da língua a resposta sobre o que pretende fazer depois que Máscaras acabar.
“Meu maior desejo é descansar um pouco. Gostaria de voltar aos palcos ainda em 2012, mas sei que vai ser complicado conseguir isso tão rápido”, lamenta.
Alto-mar
Mesmo conhecendo a maior parte dos colegas de trabalho em Máscaras, Fernando Pavão explica que o início das gravações do folhetim favoreceu muito o entrosamento da equipe. Isso porque grande parte do elenco embarcou com a direção em um transatlântico, que realizava um cruzeiro para gravar nove capítulos. Como dormiam todos os dias no navio e passavam o tempo todo juntos, os atores tinham a oportunidade de conversarem mais sobre seus personagens e baterem seus textos com tranquilidade antes de cada sequência.
“Isso permitiu uma entrega bem maior. A única parte chata é que a gente tinha de se adaptar aos horários do cruzeiro”, lembra.
Curiosamente, foi também em um navio que Pavão conheceu o autor Lauro César Muniz. O encontro ocorreu durante outro cruzeiro, desta vez realizado pela própria Record. Foi lá, inclusive, que ele ouviu do autor suas considerações a respeito do trabalho desenvolvido na época em que gravou Poder Paralelo, a primeira novela que fez assinada pelo autor.
“Lauro não é só o principal novelista da Record, mas também alguém de quem o trabalho conheço bem. Já fui muito telespectador das obras dele e, mesmo antes de assinar com a emissora, já tinha vontade de trabalhar com ele”, valoriza.
Instantâneas
# “Máscaras” é o sexto trabalho de Fernando Pavão na Record. Antes, ele já havia atuado em “Metamorphoses”, “Caminhos do Coração”, “Os Mutantes”, “Poder Paralelo” e “Sansão e Dalila.
# A estreia do ator na tevê aconteceu em 1998, na novela “Meu Pé de Laranja Lima, da Band.
# Fernando Pavão nasceu em São Paulo, cidade onde mora até hoje. Quando está no ar, ele passa a maioria dos dias hospedado no Rio de Janeiro.
# A carreira de Pavão se iniciou no teatro, na companhia Os Menestréis, com o espetáculo "A Televisão Matou a Janela", de Oswaldo Montenegro.
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