Filha de James Brown revela que cantor espancava a sua mãe

Em sua autobiografia, Cold Sweat: My Father James Brown and Me ( Suor Frio: Meu pai James Brown e eu), publicada nos Estados Unidos no começo do mês, Yamma fala sobre vários episódios onde o "Padrinho do Soul" bateu em sua mulher na frente dela e de sua irmã.

 

Yamma diz que Brown jamais bateu nela ou em sua irmã, Deanna, porém, se lembra com tristeza da violência contra sua mãe. 

"Meu pai nunca bateu na minha irmã e eu, mas às vezes eu acho que apanhar teria sido menos doloroso do que ouvir os sons de minha mãe sendo usada como um saco de pancadas. De todo aquele terror, lembro particularmente de um incidente onde ele bateu com os punhos fechados no rosto dela", relata. 

 

Mais adiante ela recorda: "Quando meu pai ficava furioso dessa forma, a culpa era sempre da minha mãe. Ela não conseguia fazer nada direito. Quando ele começou, ele a levou para o quarto e fechou as portas. Eu acho que para evitar que Deanna e eu assistísimos", diz Yamma na publicação. 

Yamma questiona também a postura da mãe:

"Por mais que eu amasse meu pai, e com certeza amava, eu o odiava naquela época. Da minha mãe nem sempre eu gostei muito. Não entendia por que ela deixei o meu pai fazer isso. Se ela não podia se proteger, como eu iria me proteger? " 

Um dos momentos mais dramático é quando ela fala que as gribas eram tão comuns, que ela se acostumou a ouvir os gritos pela casa. Ela relembra que, num dia de verão, a mãe correu para fora do quarto perseguida por seu pai, que chegou na varanda e começou a bater descontroladamente em seu rosto, que estava coberto de sangue. Nesse dia, ela e sua irmã entenderam que precisavam agir rapidamente para evitar que que a briga terminasse em um crime.

"Deixe-a. Pare de bater na minha mãe!”, gritou. Ele não olhou para trás e continuou a bater nela. "Meu pai parecia abatido e era como se tivesse acabado de acordar de um sonho ruim", pondera. 

Nesse dia ela jurou que jamais deixaria esse homem maltratar a sua mãe. Mas esse clima de horror durou muito tempo e a mãe teve que suportar 10 anos de agressões, ciúme e insultos antes de deixá-lo.