Filho de Renato Russo recebe material inédito apreendido pela Polícia Civil
Por Redação - 10/12/20 às 11:00
A Polícia Civil do Rio de Janeiro apreendeu na quarta-feira (9) um vasto material do cantor e compositor Renato Russo, que morreu aos 36 anos em 1996. Os produtos – 91 fitas com material inédito – estavam em um depósito usado por uma gravadora em Cordovil, na Zona Norte. O acervo está catalogado pelo produtor musical Marcelo Fróes.
Batizada de Operação Tempo Perdido, a ação é um desdobramento da Operação Será? e foi coordenada por um agente da Delegacia de Repressão aos Crimes Contra a Propriedade Imaterial (DRCPIM) e tinha como objetivo localizar e entregar ao legítimo proprietário material inédito de Renato Russo, Giuliano Manfredini, filho e herdeiro do compositor.
Em outubro, produtores musicais que trabalharam com a obra do artista negaram que havia material inédito entre os materiais citados em um relatório encontrado durante a Operação Será?.
Giuliano Manfredini prestou depoimento na polícia Civil do RJ, na tarde de quarta-feira (9) e também teve acesso ao acervo.
Inventário
De acordo com a Polícia Civil, Marcelo Fróes foi contratado pelo pai de Renato Russo em 2000, para fazer um inventário de todo o material produzido pelo cantor, mas ele nunca apresentou o resultado para a família.
Em 2001, segundo a polícia, o produtor fez um contrato parecido com a EMI Music e entregou para a gravadora tudo o que encontrou. A EMI foi comprada pela gravadora Universal. A investigação começou em 2018 com uma denúncia do filho de Renato Russo, que tem os direitos autorais de parte da obra do pai.
“A gente não sabe qual o objetivo disso, se algum dia teve um objetivo, se esse objetivo se perdeu no tempo. O que a gente sabe é que esse material estava fora do domínio do verdadeiro dono, que é o senhor Giuliano Manfredini, herdeiro do Renato Russo”, explicou o delegado Maurício Demétrio.
Tesouro musical
O material apreendido tem, pelo menos, 30 arquivos de áudio inéditos. São trechos de músicas, versões nunca tocadas, como o clássico Faroeste Caboclo com uma pegada reggae e até uma música inédita batizada de Helicóptero.
O filho de Renato Russo se emocionou ao ver o acervo.
“A gente está atrás de todo o registro histórico do Renato. Tem um valor histórico incomensurável, e acho que os fãs precisam saber disso, os admiradores precisam saber, eles precisam ter acesso a isso”, disse Giuliano Manfredini ao Jornal Nacional.
A defesa do produtor musical Marcelo Fróes e a gravadora Universal não comentaram a apreensão do material.
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