Fora do SBT, Bozo ainda faz sucesso em SP. Saiba tudo sobre o palhaço

Por - 28/06/12 às 11:21

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Silvio Santos quer ressuscitar o programa do Bozo para reforçar a programação infantil das manhãs do SBT, brigando pela liderança do Ibope no horário com a Globo, que aposentou a TV Globinho e estreou, no começo desta semana, o talk show Encontro com Fátima Bernardes.

Bozo é um palhaço com macacão azul, nariz vermelho, cara branca e peruca laranja. “Alô, criançada! O Bozo chegou, trazendo alegria para você e para o vovô!” era como ele fisgava a atenção das crianças na tevê brasileira, entre 1981 e 1991, chamando de “amiguinho” o telespectador infantil que ligava para o número 236-0873 para participar dos jogos da memória, da batalha naval, da corrida de cavalinhos…

Mesmo ainda fora da tevê, o Bozo ainda pinta em baladas nostálgicas. Em São Paulo, o ator Marcos Pajé, que interpretou o personagem de 1986 e 1987, reviveu o palhaço para o clube noturno Comics, em Pinheiros, tocando no começo deste mês na pista hits do Bozo como Chuveiro, Chuveiro e Bitoca no Meu Nariz. Não se sabe ainda quem poderá ser o novo Bozo no SBT. 

O que pouca gente sabe é que antes de ser astro da tevê o Bozo era cantor. O personagem nasceu em 1946 nos Estados Unidos com o lançamento do disco (Bozo no Circo). Ele fez tanto sucesso com a criançada americana que ficou 200 semanas (quatro anos) no topo da lista dos mais vendidos da Billboard, segundo o livro Mofolândia, almanaque escrito pelo especialista Antonio Carlos Cabrera sobre a história da TV.

Em 1949, o personagem ganha cara e fantasia pela primeira vez. O cantor Pinto Colvig, que gravou o álbum, vestiu a peruca e o macacão e apareceu em um programa ao vivo do canal KTTV, de Los Angeles (EUA).

Em 1956, o empresário Larry Harmon, entusiasmado com o lucro de 20 milhões de dólares obtido com a venda do disco, deu ao palhaço um programa diário, ao vivo, com plateia infantil e desenhos animados. Sua ideia era vender o show para emissoras de todos os Estados Unidos.

Em 1960, o ator Bob Bell vestiu a peruca laranja pela primeira vez. Ele foi o Bozo mais longevo dos Estados Unidos e ficou à frente do programa exibido na WGN, de Chicago, até 1984. O Bozo estrangeiro ganhou o título de “Embaixador Mundial da Boa Vontade”, da Unesco. Já a versão brasileira do palhaço fã de laquê levou o Troféu Imprensa por cinco anos consecutivos, além de três discos de ouro.

Quando chegou ao Brasil em 1980, a produção era toda feita no Brasil. Apenas os desenhos animados eram “importados” dos EUA. O primeiro Bozo nacional foi o grandalhão Wandeko Pipoka, que ficou no posto até 1982, conta o livro Mofolândia. Ele durou um ano no cargo.

”Diz a lenda que ele não tinha lá muita paciência com crianças e xingava a garotada na hora do intervalo. Os substitutos de Wandeko foram Luiz Ricardo (aquele que vendia a Tele Sena do Baú da Felicidade) e Arlindo Barreto”, conta o livro.

Em 2001, a WGN anunciou que o Bozo sairia do ar definitivamente depois de 40 anos em exibição. Além do Bozo, o programa brasileiro contava com outros palhaços: Papai Papudo (o ator Gibi, que depois fez pegadinhas no Topa Tudo por Dinheiro), Salsi Fufu (o eterno carrancudo Pedro de Lara, saudoso jurado do Show de Calouros) e Vovó Mafalda (Valentino Guzzo).

Nas participações por telefone, havia incidentes em que as crianças falavam palavrões. O palhaço gritava: “Bananadaaaaa!” e colocava o fone no gancho. 

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