Françoise Forton: “Coisas efêmeras não me encantam”
Por Redação - 03/09/13 às 09:04
O ar refinado é uma característica que se destaca em Françoise Forton. Não à toa, a atriz foi uma escolha unânime, entre os diretores Mauro Mendonça Filho e Wolf Maya e o autor Walcyr Carrasco para dar vida à granfina decadente Gigi de Amor à Vida. No entanto, enquanto sua personagem tem como prioridade hábitos supérfluos, como ir ao cabeleireiro ou gastar fortunas em roupas. Françoise garante que é uma pessoa de gostos simples.
"Coisas efêmeras não me encantam. Nem dinheiro e poder me compram", sentencia.
Na trama das nove, nascida em berço de ouro, Gigi tenta ao máximo manter o tradicionalismo de sua família intacto. Por isso, vive com seu filho Murilo, de Emilio Orciollo Netto, e sua neta Sandra, de Thavyne Ferrari, no que sobrou do imenso patrimônio de sua família: uma mansão caindo aos pedaços. Como não considera o trabalho uma necessidade, ela enxerga na figura de seu ex-marido, Atílio, vivido por Luis Melo, a única saída para seu sustento. Apesar dos golpes que sua personagem aplica na novela, Forton acredita que Gigi não é mau-caráter, apenas vive em uma realidade particular.
"A Gigi não é vilã, não sabe arquitetar planos contra os outros. Ela, simplesmente, acha que é natural que seus amigos a ajudem, que banquem sua família. Além disso, sua escala de valores é invertida", defende.
O Fuxico: Como foi a preparação para o papel? Se inspirou em alguém?
Fralçoise Forton: Eu li bastante sobre pessoas que passaram por essa situação da Gigi, de famílias ricas que perderam tudo. Além disso, estudei muito o texto do Walcyr (Carrasco) e construi primeiro o interior da personagem, para depois seu exterior aparecer. Então, eu comecei preenchendo o mundo dela. O que ela gosta, quem ela é, suas lembranças e sua vaidade. Idealizei onde ela iria com o Atílio, o que eles faziam juntos, as músicas e filmes que assistiam nessa época em que a Gigi tinha a vida que ela amava. Mas como a novela é uma obra aberta, a gente começa com pouca informação. Ao longo da trama os vínculos dela com os outros personagens também me ajudaram a compor o papel.
OF: A Gigi marca o seu retorno para a Globo, após quase 10 anos fora da emissora. Como surgiu o convite?
FF: A Globo tem uma preparação incrível para suas novelas, ela investe com antecedência. Por causa dela, o Brasil é uma referência nos folhetins. Então, é ótimo estar de volta. Até porque estreei na emissora e foi onde passei grande parte da minha carreira . É um lugar em que eu tenho história. Ainda mais quando o convite vem de um consenso geral entre os diretores e o autor da trama.
OF: Você estreou na tevê aos 12 anos, em uma participação na novela "A Última Valsa". Mas só ganhou destaque mesmo a partir de 1976, quando interpretou sua primeira protagonista, em "Estpido Cupido". Como foi a experiência?
FF: A novela Estúpido Cupido foi o grande divisor de águas na minha carreira. Em um mês no ar o folhetim estourou! Eu já não podia mais andar nas ruas. O público se apaixonou pelo casal protagonista. E foi quando eu levei meu primeiro susto. Na época, morava sozinha no Rio de Janeiro e fiquei desnorteada. Por sorte, tive grandes amigos que me ajudaram passar por esse momento e entender aquela repercussão toda.
OF: Ao longo da sua carreira, você procurou se aperfeiçoar não apenas na interpretação, mas também no canto e na dança. E atualmente, você está em cartaz com o musical "Nós Sempre Teremos Paris". Gosta de unir esses três segmentos artísticos?
FF: Eu descobri que cantar mexe profundamente com a minha alma. Adoro fazer esse tipo de espetáculo porque é leve. E eu tenho uma formação muito clássica, preciso do balé e do canto para me sentir completa. Tanto para a minha alma quanto para o meu trabalho.
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