Gata pintada de rosa choca web e mobiliza resgate em MG

Uma gata pintada de rosa com tinta para móveis foi resgatada na segunda-feira, 21 de julho, em Araxá, Minas Gerais, após imagens do animal viralizarem nas redes sociais. A protetora Fernanda Castelha assistiu ao vídeo, identificou o local e procurou imediatamente a Polícia Civil. Ao chegarem na casa, os agentes encontraram o animal tingido, sem acesso a água e alimentos. A situação causou comoção entre os defensores da causa animal e revolta na população local.

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A responsável pela gata, uma mulher de 37 anos, estava no imóvel em condições visivelmente precárias. Conforme informações da Polícia Civil, ela estava com os cabelos tingidos de verde e azul, demonstrando confusão e comportamento alterado. Usuária de drogas, a mulher afirmou já ter repetido o ato anteriormente, quando a gata ainda era filhote.

De acordo com Fernanda, a cena foi difícil de assimilar. “A mulher estava desorientada. Pelo que apuramos, talvez ela gostasse do animal. Mas isso não muda o fato: o que aconteceu é inaceitável”, afirmou a protetora. A polícia confirmou que o local era insalubre, sem condições mínimas de higiene.

Tinta usada causa risco grave à saúde do animal

Especialistas alertam que a tinta usada, voltada para superfícies de madeira, contém solventes tóxicos. O contato direto com a pele do animal pode provocar dermatite química, coceira intensa, vermelhidão, descamação e infecção cutânea.

Em alguns casos, há risco de queimaduras por corrosão. Além disso, como os felinos têm o hábito de se lamber, a ingestão de substâncias nocivas pode afetar o sistema digestivo e respiratório.

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A inalação do produto também representa um perigo sério. Dependendo da quantidade e do tempo de exposição, o animal pode desenvolver inflamações pulmonares, falta de ar e até sofrer parada respiratória. Segundo veterinários, a morte pode ocorrer por intoxicação severa. Nesse caso específico, ainda existe avaliação clínica em andamento, mas se já se constataram os sinais de intoxicação cutânea.

A gata, após o resgate, seguiu para o abrigo de uma cuidadora voluntária em Araxá. De acordo com os primeiros exames, o animal apresenta irritações na pele e está em tratamento. A recuperação ainda depende da eliminação total dos resíduos da tinta no organismo.

Maus-tratos contra animais: Crime com pena agravada

A Lei de Crimes Ambientais, nº 9.605/1998, prevê punição para quem praticar maus-tratos a qualquer espécie. No caso de cães e gatos, a legislação segue a Lei nº 14.064/2020, que estabelece pena de reclusão de dois a cinco anos, além de multa e proibição da guarda. Se o ato resultar na morte do animal, a pena pode aumentar em até um terço.

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Embora a responsável esteja em liberdade — por não estar em flagrante —, ela seguiu para a delegacia e acabou ouvida pelos agentes. O caso será encaminhado ao Ministério Público, que pode oferecer denúncia e pedir medidas legais cabíveis.

Fernanda, bastante comovida com a situação, afirmou: “A gente sente pena, claro, mas isso não pode ser normalizado. Animal não é brinquedo. É um ser que sente, que sofre.” O caso serve como alerta para a gravidade dos maus-tratos e os riscos de atitudes irresponsáveis disfarçadas de afeto