Gianecchini: ‘O que fiz de errado serve para o que sou hoje’

Depois do sucesso em Verdades Secretas, Reynaldo Gianecchini voltou para o horário nobre da televisão. Atualmente, ele vive Pedro, na novela A Lei do Amor, que vive par romântico com Helô, personagem de Claudia Abreu.

Em entrevista à revista Ti Ti Ti, Giane, como é chamado pelos amigos mais próximos, falou sobre a mudança de visual para o personagem, que tem os cabelos e a barba loiros, bem diferente do que estamos acotumados a ver quando se trata do ator.

“Ninguém me reconhece mais (risos). Fiquei esses meses todos andando nas ruas quase incógnito. Na Olimpíada, eu ia para Copacabana ver os jogos e as pessoas achavam que era só mais um gringo (risos)”, disse.

O ator ainda contou os principais motivos para a mudança de visual radical, feita pro Fernando Torquatto. “O Pedro é um velejador, então queríamos o visual de um cara que ficou anos exposto ao sol. Foi um processo bem difícil para chegar a essa cor. O pessoal da caracterização foi testando durante meses e fiquei bem feliz com o resultado final. Agora, retoco o cabelo a cada 40 dias e a barba semanalmente. São três tons de loiro. Estou sofrendo bastante (risos)”.

Gianecchini ainda revelou que uma das maiores semelhanças entre ele e seu personagem é o amor pela natureza. “Tenho um respeito enorme, para não falar medo, dos rios e mares que o Pedro adora. Mas minha relação é muito próximo, sobretudo, com o mar. Mas amo a natureza em si. Toda vez que vou a alguma praia, faço uma oração. Sempre com todo o respeito”.

Na primeira fase de A Lei do Amor, Pedro foi muito bem interpretado por Chay Suede e Gianecchini falou sobre a convivência que ambos tiveram nos bastidores. “Conversamos sobre tudo e deixamos nos contagiar um pelo outro. Chay é muito interessante, um jovem focado, com a cabeça muito legal. Ele tem uma opinião bacana sobre tudo. Até acho o Pedro dele mais desafiador que o meu, porque depois que você chega aos 40, não tem mais energia assim para gastar (risos). O Pedro jovem é desafiador, marrento. De qualquer forma, foi muito bom ver como ele compôs o personagem. Essa troca com ele foi muito terapêutica, Me via muito nele, fazendo as coisas que ele faz com 20 anos. Vi nele muito do meu passado”, disse.

E, falando sobre o passado, o ator contou que não se arrepende de nada e que isso só ajudou em sua formação pessoal e profissional. “As coisas que fiz de errado são importante para a pessoa que sou hoje. Sou quase uma outra pessoa, relaxei. Hoje em dia, não parto mais para o tudo ou nada, não saio peitando tudo. Aos 40 e poucos anos, a gente já sabe quais são os nossos brinquedinhos do ego e não quer mais. Já não se interessa em conquistar tanta gente assim. Estou numa fase da vida que não me interessa provar mais nada a ninguém, nem a mim mesmo”.

Comparando os inicios de carreira dele e Chay Suede, Gianecchini contou que é bem difícil fazer essa análise, pois os tempos são outros. “É difícil comparar, porque essa geração tem acesso a muita coisa, como por exemplo preparação de elenco. Eu nunca tive isso. Chay vem mais estruturado. Na minha primeira novela, fui jogado na cova dos leões e falaram: ‘Te vira’ (gargalhadas). E eu, realmente, não sabia de nada! E nem dava tempo de ninguém ficar me ensinando. Os tempos são outros”, finalizou.

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