Gilberto Braga conta como introduziu Raul Cortez nas novelas da Globo

Por - 20/07/06 às 21:00

OFuxico

Raul Cortez já era um nome consolidado no teatro e em telenovelas de emissoras paulistas, quando Gilberto Braga o convidou para integrar o elenco de Água Viva, em 1980. Dois dias depois da morte do ator, vítima de câncer, ocorrida na noite de terça-feira, dia 18, em São Paulo, Gilberto conta a OFuxico o que mais destacava em Raul.

“Ele agradava demais nas cenas românticas. Apesar disso, sempre foi mais um ator com ‘A’ maiúsculo do que um astro ou galã. Vai fazer muita falta…”, resume, com tristeza.

Gilberto Braga, portanto, é considerado o responsável pela estréia de Raul na Globo, onde ele viria a mostrar seu talento em inúmeras produções, como novelas e minisséries.

“Raul estreou na Globo em Água Viva, 1980, por idéia minha, que o conhecia bem de teatro. Foi uma grande experiência escrever pra ele. Fazia um triângulo romântico muito forte com Betty Faria e Reginaldo Faria”.

Triângulo

Em Água Viva, Raul Cortez interpretou o cirurgião plástico Miguel Fragonard, que era meio-irmão de Nelson, papel de Reginaldo Faria, e com quem não mantinha um bom relacionamento. Miguel era a responsabilidade em pessoa e Nelson um típico playboy carioca que adorava curtir o mar e acabou perdendo a riqueza por total ingenuidade. E na hora de fazer a partilha dos bens, após a morte do pai deles, o cirurgião acabou passando a perna no irmão.

Miguel era casado com Luci (Tetê Medina) de quem ficou viúvo, após a mulher morrer em um acidente durante a explosão de uma lancha. O casal tinha uma filha adolescente, Sandra (Glória Pires). Nelson era pai de Maria Helena (Isabela Garcia) que nasceu de uma aventura dele com uma dançarina de boate, que deixou a menina em um orfanato aos cuidados da assistente social Suely (Ângela Leal).

Os dois irmãos vão acabar disputando o amor de Lígia (Betty Faria) que não sabe do parentesco existente entre eles. Lígia fica muito dividida, porque Miguel representava a segurança que ela, uma mulher interesseira, sempre procurou em um homem, conforme aconteceu durante os anos em que foi casada com Heitor (Carlos Eduardo Dolabella). E, ao mesmo tempo, se encanta com o modo livre de vida de Nelson, que morava em um iate.

Para complicar ainda mais a situação, Lígia vai enfrentar uma resistência grande de Sandra, que ao sentir que a relação dela com o pai é séria, se torna muito agressiva. Com Nelson, Ligia não tinha esse tipo de problema porque ela e a órfão Maria Helena se deram muito bem desde o primeiro encontro.

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