Giovanna Ewbank e Bruno Gagliasso reagem à condenação por racismo contra Titi e Bless

Por - 15/11/24 às 19:30

Após a condenação de Adélia Barros, de 59 anos, por injúria racial contra os filhos do casal, Giovanna Ewbank e Bruno Gagliasso se pronunciaram por meio de um comunicado. Sempre na luta contra o racismo, o casal novamente abriu o coração.

O caso, julgado em Portugal, resultou em uma pena de oito meses de prisão, que a acusada cumprirá em liberdade, desde que não cometa o mesmo crime nos próximos quatro anos. Além disso, Adélia terá que pagar uma indenização de 14 mil euros (aproximadamente R$ 85 mil) por danos morais e 2.500 euros (cerca de R$ 15 mil) ao SOS Racismo. A decisão ganhou destaque no jornal “Público”.

Leia a íntegra

“Há quase três meses a gente celebrava uma vitória contra o racismo no Brasil. E, hoje, direto de Salvador, neste mês que nos pede consciência para que lembremos da herança escravocrata que herdamos, a gente volta para propagar mais uma vitória contra o racismo, desta vez em Portugal.

Bruno e Giovana relatam casos de racismo até dentro de casa

Assim como já dissemos, mas precisamos repetir: sabemos que essa vitória acontece por termos visibilidade e por sermos brancos. Sabemos que somos mais ouvidos que quaisquer mãe ou pai negros que ainda são silenciados. Sabemos. E não podemos parar – principalmente se o nosso privilégio fizer diferença numa luta. É esse o nosso papel, é esse o papel da branquitude.

Como todos sabem, no dia 30 de julho de 2022 nossos filhos e uma família de turistas angolanos foram vítimas de racismo quando estávamos de férias da Costa da Caparica. Sim, o racismo não dá férias, mas hoje parece dar uma trégua com mais uma condenação histórica.

Esta é a primeira vez que a lei portuguesa condena uma pessoa em consequência do racismo. A mulher que agrediu nossos filhos – que são crianças – foi condenada a oito meses de prisão. Logo, estamos muito confiantes na Justiça Portuguesa e somos também gratos aos nossos advogados portugueses Rui Patrício e Catarina Mourão que sempre nos fizeram acreditar que a justiça seria feita.

MAIS UMA VEZ estamos emocionados, MAIS UMA VEZ agradecemos a comoção pública e a imprensa brasileira e de nossos amigos portugueses. E MAIS UMA VEZ devemos dizer que precisamos seguir vigilantes, pois o racismo SEGUE, segue diminuindo, ferindo, matando. E não podemos esmorecer diante dele.”

Relembre o caso

O episódio remonta a 2022, quando um vídeo viralizou mostrando Giovanna e Bruno em um confronto com uma mulher em Portugal. Ela foi acusada de fazer insultos racistas aos filhos do casal, Titi e Bless. A discussão aconteceu no restaurante Clássico Beach Club, na Costa da Caparica, onde a família estava de férias.

De acordo com relatos, Adélia Barros iniciou as ofensas verbais contra as crianças. Mesmo após a intervenção dos pais, entretanto, ela continuou a persegui-las com ataques racistas.

Em outubro deste ano, Giovanna e Bruno estiveram presentes no tribunal de Almada, onde o julgamento de Adélia Barros ocorreu. A atriz e apresentadora se manifestou publicamente durante o processo.

“A violência que é o racismo jamais pode ser considerada algo desimportante. Eu e Bruno falharíamos como pais se não combatêssemos uma violência contra nossos filhos e contra outras pessoas”, declarou. Ela ainda acrescentou, em seguida: “O racismo não deve jamais ser tolerado ou diminuído”. E destacou a importância de tratar o problema como uma pauta social, tanto no Brasil quanto em Portugal.

Titi, Bless e os efeitos do racismo

Acima de tudo, as consequências psicológicas do incidente foram profundas para as crianças. Titi, hoje com 11 anos, e Bless, com 10, ficaram traumatizados com os ataques. A mãe relatou ao tribunal que os filhos passaram a ter medo de retornar a Portugal e se sentiram inseguros.

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“A minha filha sempre foi muito solar, muito comunicativa. Só este ano é que começou a se abrir novamente. Os dois tiveram que fazer terapia”, disse Giovanna, evidenciando o impacto emocional do ocorrido.

Além da condenação em Portugal, a socialite Day McCarthy, acusada de racismo contra a filha do casal no Brasil, também enfrentou julgamento bem como foi sentenciada a oito anos e sete meses de prisão

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É jornalista formada pela Universidade Gama Filho e pós-graduada em Jornalismo Cultural e Assessoria de Imprensa pela Estácio de Sá. Ela é nosso braço firme no Rio de Janeiro e integra a equipe de OFuxico desde 2003. @flaviacirino