Giovanna Lancellotti despede-se da sonhadora Lindinalva de Gabriela
Por Redação - 21/10/12 às 10:02
Ao se aproximar o último capítulo de Gabriela, Giovanna Lancellotti mostra-se dividida entre a tristeza de finalizar mais um trabalho e a sensação de dever cumprido.
"Tive muito medo de não conseguir passar a emoção exata da personagem para o público", assume a intérprete da sofrida Lindinalva.
A oportunidade de fazer sua segunda novela surgiu na carona da repercussão do primeiro personagem da atriz, a doce Cecília de Insensato Coração. Logo que foi convidada pelo diretor-geral, Mauro Mendonça Filho, para participar da trama – adaptação do clássico Gabriela Cravo e Canela, de Jorge Amado –, Giovanna já sabia das inúmeras cenas emotivas e da liberdade com que a novela trataria a nudez de suas personagens principais.
"Seria impossível revisitar uma obra de Jorge Amado sem falar de maneira natural sobre sexualidade", acredita a atriz de 20 anos.
Pela diferença em relação à personagem de estreia, Giovanna considera sua participação no remake de Gabriela como a prova de fogo de sua atuação. E enxergou em Lindinalva a chance de mostrar coragem e versatilidade perante as câmaras.
"A Cecília tinha uma história contemporânea, era muito do meu universo. Já com a Lindinalva, além de estar inserida em uma trama de época, pude mostrar um lado mais feminino e sensual. Isso foi fascinante", compara.
Na trama adaptada por Walcyr Carrasco, Lindinalva é a casta noiva de Berto, de Rodrigo Andrade. Ao perder os pais em um acidente de carro, a moça conhece a verdadeira face do vilão, que a leva para cama e depois acaba rompendo o noivado. Sozinha no mundo, Lindinalva torna-se prostituta do Bataclã, até que desperta o amor de Juvenal, o sensível irmão de Berto, interpretado por Marco Pigossi.
"É uma trajetória cheia de desencontros, altos e baixos. Me falaram que ela iria sofrer bastante, mas foi além. Me surpreendi com a carga dramática do papel", analisa, aos risos.
A inspiração de Walcyr Carrasco percorreu outros livros do escritor baiano. Tanto que a jovem órfã pertence ao romance Jubiabá, publicado em 1935, e não estava na primeira e clássica adaptação para a tevê de Gabriela, de 1975. A falta de referências fez Giovanna mergulhar na cultura baiana presente na obra de Jorge Amado e encarar um rigoroso processo de composição com o preparador Sérgio Penna.
"Ele é acostumado a auxiliar atores de cinema. Não estudamos texto, o trabalho dele mexe com a vida, aborda situações. Esse método mudou não só a construção da personagem, mas a minha visão sobre a carreira de atriz", valoriza.
O empenho valeu a pena. Por semanas, o sofrimento de Lindinalva protagonizou as principais cenas de Gabriela.
"Histórias de amor como a dela sempre chamam a atenção", opina.
Natural de Ribeirão Preto, interior de São Paulo, Giovanna sempre foi apaixonada pelos palcos. Aos 15 anos, mesmo sem grandes pretensões para a tevê, acabou matriculando-se na Escola de Atores dirigida por Wolf Maya.
"Foi tudo muito rápido. Estreei na Globo aos 17 anos. Meu foco não era fazer novela, mas estou apaixonada pelo cotidiano dos estúdios", conta.
De olho na carreira, no ano passado, a atriz acabou trocando São Paulo pelo Rio de Janeiro, sede do setor de teledramaturgia da Globo. Falante e bem resolvida, ela assume que mesmo se sentindo bem na nova casa, ainda está em processo de adaptação.
"Em alguns momentos sinto muita falta da minha família e dos meus amigos. Já fiz algumas amizades no Rio e tenho em mente que essas mudanças são em prol de um objetivo maior", garante.
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