Girl Power! 5 famosas feministas para se inspirar

Por - 10/09/17 às 10:00

Reprodução/Instagram

Fatos recentes colocaram o Brasil no fervo de uma discussão sobre a importância do feminismo, em um País onde uma mulher é estuprada a cada 11 minutos. Pessoas começaram a questionar a gravidade deste dado veiculado em uma pesquisa feita pela Carta Capital, em 2016. E, até, as leis que compõem o Código Penal Brasileiro.

A discussão não é nova. Mas bastou uma mulher sofrer um abuso em um ônibus, na região da Avenida Paulista, em São Paulo, e o acontecimento chegasse à mídia, para que o assunto explodisse. Inúmeras conversas ao longo da semana foram pautadas na luta feminista e sua legitimidade.

Logo depois, a decisão do juiz José Eugênio do Amaral de Souza Neto em não condenar o agressor, por “não ter ocorrido o constrangimento da vítima”, cutucou ainda mais a “ferida” e aumentou as falas em prol da posição da mulher na sociedade.

As artistas, claros, não poderiam ficar de fora dessa. Afinal, é quase uma tradição que movimentos como esses nasçam no meio artístico e, também, um dos ícones desta luta é Frida Kahlo, pintora mexicana que, assim como muitas mulheres, viveu o machismo na pele e dentro de casa.

Pitty, Isis Valverde e Titi Müller usaram suas contas no Instagram como meio de militarem em favor da causa. As três, assim como boa parte dos brasileiros, reprovaram a posição do magistrado e colocaram uma reflexão para seus seguidores.

“Essa lei é falha e precisa ser mudada urgentemente”, comentou a roqueira.

A situação, entretanto, não foi a única vez em que as três falaram sobre o feminismo.

Titi Müller

A repórter do Multishow, inclusive, militou em rede nacional e virou um ícone nas mídias sociais. O episódio foi durante a transmissão ao vivo do Lollapalooza, pelo canal da rede Globosat. A ruiva foi escalada para introduzir o show do DJ israelense Asaf Borgore, que, segundo ela, tem músicas com “letras machistas e babacas”. A sementinha feminista da gaúcha viu aí uma possibilidade para conscientizar o público e, como uma comunicadora, o fez.

“Ele falou que isso é só um personagem. Querido, na próxima encarnação, invente um personagem melhor. Eu gostaria de falar 'machistas não passarão', mas vai passar um agora. É isso aí”, falou em tom forte e irônico.

Titi, também, escreveu um livro sobre o movimento, que será lançado no próximo mês. Como Me Tornei Feminista é uma forma de inspirar outras mulheres a aderirem à causa e colocar os leitores para refletir.

Isis Valverde

No caso da mineira, ela não teria outra postura, que não lutar por direitos iguais entre mulheres e homens. Recentemente, em entrevista a Rolling Stone, a atriz contou que suas inspirações são duas figuras femininas fortes: sua mãe e avó.

Mas é desta última, principalmente, que vem o ímpeto de aderir a movimentos como Mexeu Com Uma, Mexeu Com Todas – em resposta ao assedio sofrido por uma figurinista da Globo e praticado por José Mayer. Dona Maria Nilce foi a primeira mulher a se separar na pequena Aiuruoca. Além disso, criou quatro filhos sozinha e, ainda, se tornou prefeita da cidadela. Assim, não é de se admirar que Isis, mesmo contra a vontade do pai, tornou-se atriz – e que atriz.

Como é que eu ia fazer vergonha? (…) Eu falei para o meu pai que queria ser atriz, aí tive que ser”, brincou.

Pitty

O destino da feminista roqueira, também, estava traçado. Ela trazia no gene a sementinha da luta. Afinal, a baiana corajosa era a única mulher no cenário do rock n’ roll nacional e lutava por um espaço de destaque. Engane-se quem pensa que Pitty só quer que sua música seja ouvida e “levada a sério” assim como a tocada pelos homens. O feminismo da mamãe vai bem além disso.

Foram muitas as vezes em que a cantora usou sua voz para falar em prol do movimento. Diariamente, ela promove discussões em suas redes sociais a respeito de temas assim e não são poucas as oportunidades em que fala disso na televisão. Talvez as mais recentes e marcantes tenham acontecido do Altas Horas e no Criança Esperança (2017), ambos da Globo.

Neste último, Pitty estrelou a versão de um hino feminista, acompanhada por Carol Conka.

Em 2014, Pitty rebateu um comentário machista de um jovem e foi ovacionada pela plateia. O “pisão”, claro, repercutiu nas redes sociais. No mesmo dia, a baiana co-protagonizou uma discussão com Anitta. As duas apresentaram diferentes opiniões sobre atitudes que “cabiam” ou “não cabiam” às mulheres e ficou aquele climão. Mas, a confusão foi esclarecida dias depois pela fukeira, que afirmou não ter rivalidade com a colega.

Essas três meninas não são as únicas a levantarem abertamente a bandeira Girl Power.

Anitta

Apesar do super mal-entendido com Pitty, a popstar é uma das grandes ativistas do movimento. É inegável seu poder de alcance e engajamento quando fala em prol do Girl Power. Uma vez, a cantora usou sua apresentação no Planeta Atlântica, um dos principais festivais de música no Brasil, para fazer um discurso empoderador.

As falas de Anitta pelo feminismo, geralmente, seguem o mesmo padrão. Apontam o corpo da mulher como propriedade dela mesma e de mais ninguém. Vide a respostada dada pela funkeira a um deputado que a chamou de “vagabunda de quinta” e “garota de programa”.

"Amore, já que toda mulher precisa ser respeitada você poderia apagar o post onde me chama de garota programa sem nenhuma prova aparente baseado em um pré-julgamento e um preconceito contra a sensualidade? Trabalho como cantora, empresária, coreógrafa e compositora. Obrigada. Boa noite", escreveu.

Maria Casadevall

Girl Power! 5 famosas feministas para se inspirar

Outra grande feminista é a intérprete de Rimena, em Os Dias Eram Assim, super série da Globo. Sempre independente, Maria não vê sua felicidade e existência dependendo de um relacionamento amoroso. E, em recente conversa com a Glamour, deixou isso bem claro: “O ‘não’ em relação ao homem começou naturalmente, só depois entendi que não queria compactuar com esse pensamento machista (…)”.

A atriz coloca a pauta em discussão nos espetáculos com a companhia de teatro paulista, Os Satyros, respondendo a questões do entorno de forma orgânica. No bate-papo, a jornalista formada lembra do primeiro contato que teve com o movimento. Foi através dos livros, devorados por ela, uma a um, na época da faculdade. Mas o momento de descobrimento aconteceu só quando rolou a empatia entre ela e as outras mulheres. Quando descobriu que o problema não era só dela.

“Me entendi feminista (…) quando assimilei que somos treinadas a reproduzir valores de uma sociedade machista e sexista”, confessou.

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