Glória Perez aborda pacificação de favelas e tráfico de pessoas em Salve Jorge
Por Redação - 08/10/12 às 16:00
Fascinada por histórias de luta e superação, Glória Perez define Salve Jorge, folhetim que estreia na Globo, no próximo dia 22 de outubro, como uma história de guerreiros. A inspiração para formatar seu décimo quinto trabalho na Globo – entre novelas, minisséries e especiais – foram as pessoas que enfrentam, cotidianamente, seus dragões pessoais. A partir disso, Glória encaixou na trama o mito do famoso Santo Guerreiro.
"São Jorge é muito abrangente. Ao mesmo tempo em que é padroeiro da Inglaterra, está nos terreiros de Umbanda. O mito me levou a pesquisar e ambientar a história na Turquia. Já que, pela lenda, ele nasceu na Capadócia", explica a autora de 64 anos.
O encontro de Glória com lugares como a rural região da Capadócia e a populosa Istambul foi decisivo. Ela se encantou com a mistura de costumes orientais e o ocidentais presentes na região. E descobriu o cenário perfeito para a principal campanha social do folhetim: o tráfico internacional de pessoas.
"Como em outras tramas minhas, quero dar voz a quem não tem. A novela aborda o tráfico de várias maneiras. Desde o sexual, passando pelo trabalho doméstico e a adoção ilegal", adianta Glória, que já abordou temáticas como a doação de órgãos em De Corpo e Alma, de 1992, crianças desaparecidas em Explode Coração, de 1995, entre outras.
"Acredito que a tevê possa servir para mobilizar a população em prol de causas nobres", analisa.
Ávida por questões sociais genuinamente brasileiras, na parte nacional de Salve Jorge, Glória resolveu abordar a pacificação do Morro do Alemão, localizado na Zona Norte do Rio de Janeiro. Na comunidade carioca reside a protagonista Morena, de Nanda Costa. Sonhadora e na busca por oportunidades de trabalho fora do país, Morena torna-se vítima de uma rede criminosa e acaba sendo forçada a trabalhar em uma boate turca.
"Ela é o eixo entre os dois países. E a base da principal história de amor da trama, que gira em torno dos encontros e desencontros entre Morena e Theo, capitão da cavalaria do exército", conta a autora, referindo-se ao personagem de Rodrigo Lombardi.
Inicialmente, a ideia de Glória era repetir o casal de Caminho das Índias, de 2009, – Rodrigo Lombardi e Juliana Paes – no novo trabalho. O galã já estava garantido desde o fim de O Astro, mas na frequente guerra pelos principais atores da Globo, a autora teve de ceder Juliana Paes para Gabriela.
"Eu escrevo para atores específicos. Me envolvo com o elenco e crio de forma especial. A troca da protagonista me custou caro. Tive de refazer boa parte do perfil da personagem. Pois Nanda e Juliana têm perfis e idades diferentes", assume a autora, que na contramão de novelas mais recentes, que contam com elenco enxuto, em torno de 40 personagens, segue a linha de folhetins mais tradicionais, em uma trama que ultrapassa os 70 nomes.
"Não me importo com a quantidade de personagens. Todos têm importância e estão a serviço da dramaturgia", justifica.
Completamente imersa na cultura turca desde o ano passado, entre viagens e pesquisas, Glória trouxe na bagagem muitas músicas, expressões típicas e passos de dança, algo bem comum em suas tramas ambientadas em outros países, como O Clone, de 2001. Segundo a autora, todas essas informações encontram equilíbrio e agilidade nas mãos do diretor Marcos Schechtman. É a terceira vez que Marcos assina a direção de núcleo de uma trama da Glória.
Segundo ela, a dupla, volta mais afinada à tevê. Principalmente, depois de conquistarem um inédito Emmy Internacional – prêmio concedido pela Academia Internacional das Artes & Ciências Televisivas – para a teledramaturgia brasileira com Caminho das Índias.
"Foi uma das maiores vitórias da minha carreira. Seria ótimo ganhar outro, mas não existe pressão. Com prêmios ou não, quero mesmo é fazer um bom trabalho", garante.
Salve Jorge – Globo estreia prevista para o dia 22/10, às 21 h.
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