Glória Perez começa a escrever Amazônia, em janeiro

Por - 30/10/05 às 12:55

OFuxico

Na prática, a autora Glória Perez já está de férias, porque entregou o último capítulo de América, que vai ao ar no próximo dia 4 de novembro, com três semanas de antecedência. Mas, ela só pensa em fazer uma viagem, com destino ainda não definido, no período das festas de fim-de-ano. Em meados de janeiro de 2006, Glória começa a pegar no batente, ou seja, a minissérie que a Globo produzirá no próximo ano, para ser exibida apenas em janeiro de 2007. 

O réveillon, por exemplo, Glória decidiu que passa fora do Rio. Mas, ao retornar, reúne-se com sua equipe de pesquisadoras e o diretor Marcos Schechtman, para colocar as mãos à obra intitulada Amazônia, de Galvez a Chico Mendes, uma homenagem a seu estado natal, o Acre.

 “A estréia é só em 2007, mas a fase de pesquisar, escrever e produzir a minissérie vai me ocupar 2006 inteiro. Escolhi esse tema, porque sou do Acre. Sempre quis falar da minha terra, mas havia muita dificuldade de se gravar na Amazônia. O Marquinhos sabe melhor que eu dessas dificuldades, porque eles tentaram na época em que trabalhavam na Manchete”, conta Glória, que já havia feito dupla com Schechtman na extinta emissora, em 1987, na novela Carmem.

Em sua nova história, Glória vai falar de Luiz Galvez Rodrigues de Arias, boliviano que proclamou a independência do Acre, em 1900, e de José Plácido de Castro, gaúcho que se tornou um líder acreano ao reproclamar a independência do local, em 1902. E também de Chico Mendes, morto em Xapuri, naquele estado, em dezembro de 1988. O assassinato de Chico Mendes chamou a atenção mundial para a questão dos seringueiros que ele representava, e de muitos outros moradores da floresta assassinados, despossados ou ameaçados.

Ao falar de seu estado, Glória volta a trabalhar com personagens reais, como aconteceu em Desejo, de 1990, na qual era abordada a vida de Euclydes da Cunha (Tarcísio Meira) e a tragédia que se abateu sobre a família, uma vez que Ana de Assis (Vera Fischer) acaba se casando com Dilermando de Assis (Guilheme Fontes), assassino de seu marido. E, certamente, a autora tomará todo o cuidado que teve ao escrever um de seus trabalhos que mais admira: a fidelidade com os personagens retratados.

“É sempre mais difícil, mas muito prazeroso escrever sobre personagens reais. Não inventei nada do que a Ana dizia na minissérie. Tudo estava ali no processo que ela respondeu. É um trabalho completamente diferente de criar, por exemplo, em cima de Hilda Furacão, que era personagem de um livro”, conta Glória.

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