Grace Gianoukas volta à Globo após reinventar a Terça Insana
Por Redação - 11/08/20 às 08:00 - Última Atualização: 13 julho 2022
Uma das grandes estrelas da comédia brasileira, a atriz Grace Gianoukas se reinventa nesta pandemia junto com sua Terça Insana, espetáculo de humor que completa 18 anos, e também com a novela Salve-se Quem Puder na Globo, na qual dá vida à personagem Dona Ermelinda, a Ermê.
Após fazer disputada sessão dupla com ingressos esgotados, o show de divertidos personagens volta nesta terça (11) ao Drive-In Arena Estaiada, em São Paulo, com sessões às 19h30 e 22h.
“Sobre adaptação, a gente tentou fazer as trocas de cenas mais ágeis, com mais agilidade, também tivemos que adaptar luz, tem a ‘’coisa do telão’ atrás; foi muito bacana e um desafio maravilhoso experimentar esta nova linguagem”, declara a atriz em conversa exclusiva com o jornalista Miguel Arcanjo Prado para OFuxico.
Ela ainda lembra que fez no último sábado uma sessão especial direto do palco do Teatro J. Safra, que foi transmitida em live para público pagante. “Foi bom, tanto online quanto no drive-in, foi um sucesso tão grande que a gente vai fazer mais duas apresentações agora nesta terça-feira (11), às 19h30 e às 22h, com roteiro completamente novo”, avisa.
“Para quem viu no Arena Estadaia da a primeira apresentação pode vir de novo, porque o roteiro é outro, a gente vai fazer outras personagens, bem divertidas, ainda falando de quarentena”, adianta.
Salve-se Quem Puder
Grace ainda conta à nossa reportagem como foi o impacto de parar as gravações da novela Salve-se Quem Puder, na qual dá vida à personagem Ermê.
“Eu estava quando as gravações pararam. Quando começou o isolamento social estava fazendo a dona Ermê de Salve-se Quem Puder”, recorda. “Ah, foi um susto, uma lástima, todos nós ficamos assim ‘óh’, mas era o que tinha que ser feito. E eu me sinto muito protegida pela Globo, eu gosto muito de trabalhar nesta empresa, porque eles cuidam da gente com muito carinho”, afirma.
“Então, até eles entenderem o que poderia ser feito para a gente estar em segurança, tudo foi suspenso. Isto é de uma coragem enorme, ainda mais com quem trabalha com entretenimento, as gravações já voltaram agora, semana passada, eu começo a gravar semana que vem, por isso também não posso fazer mais nenhuma apresentação do Terça Insana, vou para o Rio e lá ficarei também no isolamento entre a Globo e o hotel”, explica.
“Ficarei num hotel, nós estamos com todo esquema de segurança, protocolos de segurança, seguindo para conseguir terminar esta obra. O que eu posso adiantar é que eu estou morrendo de saudade dos meus colegas, e que antes de passar ‘Salve-se Quem Puder’, vai passar uma outra obra que eu fiz, que eu amo que é ‘Haja Coração’. E a ‘Salve-se quem Puder’ só vai entrar no ar, que acredito, quando já estivermos com muitos capítulos gravados ou tudo pronto já, é isso”, conta.
Grace caiu nas graças da Globo com seu farto talento já velho conhecido dos palcos paulistanos. E conquistou o público televisivo: “Tanto Haja Coração, que foi a Theodora Vidala, uma personagem que foi uma loucura, que ‘explodiu’ no país inteiro, as pessoa ficaram repetindo o bordão da personagem, aí me encontravam na rua e perguntavam: ‘cadê o dedo?’, porque a Theodora perdeu o dedo em um acidente, quanto a Petúlia, que é uma dupla que eu fiz também com a Alessandra Negrini, era uma governanta muito fiel à vilã, quase como uma ‘cachorrinha’, que é escorraçada e volta”, diverte-se.
Dos palcos para a TV
Para Grace, quando um ator de teatro vai para a TV ele leva consigo sua bagagem de muita experiência de contato próximo com o público.
“Eu acredito que os atores de teatro, que vivem esse aprofundamento, essa entrega, muito intensa para as personagens, porque no ‘tete a tete’ tudo tem que ser muito de verdade, tanto na comédia quanto no drama, a gente vem com uma bagagem de verdade na interpretação, que eu acho que acaba sempre se destacando mesmo”, diz.
“É o palco, é direto com o público, claro, a gente têm uma adaptação para a coisa da câmera e do público não estar ali diretamente, o grande público que demora um tempo para a gente entender a linguagem, né? Principalmente, por exemplo, ‘tu já fez uma novela, fez TV, aí fica uns cinco anos sem fazer TV, só fazendo teatro, aí volta pra TV tem que reaprender’, tem que se reacostumar com a linguagem da câmera”, pontua.
“Mas eu acho que a gente traz a bagagem, claro, tem que reduzir movimentos, tem que reduzir expressões, mas o que tá dentro da gente, tá no coração, essa intensidade, essa verdade que a gente tem que ter no teatro, acho que a gente leva para TV. E claro, a gente faz para o pessoal que está atrás das câmeras, que tem toda uma equipe, neh!?”, recorda.
Humor em tempos tristes
Grace lembra que o humor é fundamental nestes dias que vivemos. “Olha, em todos os tempos de terror, nas guerras, o Humor, a comédia, sempre foi a grande válvula de escape, então, na época da Segunda Guerra, os cabarés ganharam um grande lugar na Alemanha e na França”.
“A gente tem aquele filme, que eu acho um filme bastante polêmico, mas que mostra isso ‘A Vida É Bela’, que se passa tudo no campo de concentração, quando o Roberto Benigni que o pai tenta fazer com que o filho pense que tudo aquilo é uma brincadeira e tal, para que ele não sofra tanto”, diz.
“Então, eu acho que vida é dura, a vida é difícil, o mundo ao nosso redor não está fácil, não tem sido fácil, são questões muito trágicas que a gente tem vivido nos últimos tempos, é essa questão do coronavírus, 100 mortos é muito, muito difícil, mas a gente não pode perder a nossa capacidade de tentar ver o mundo por um ponto de vista bem humorado, sem machucar ninguém”, declara.
Grace, como sempre, aposta no humor inteligente. “Mas a gente não precisa rir do outro, a gente pode rir de si mesmo, da nossa neurose nesses tempos que estamos todos tendo que ser obrigados a viver de uma forma diferente, como é que cada um de nós reage a isso”, diz.
“E rir nós mesmos porque nós somos ridículos, isto é uma maneira de tornar os dias mais leves, de produzir endorfina, porque se a gente ficar só de mau humor e ver tudo de uma forma trágica, a gente não vai conseguir seguir a diante. A gente perde a fé, a gente perde a esperança. Então, ter bom humor é um exercício diário de ponto de vista que a gente precisa fazer, é uma musculatura da alma, pra que ela se fortaleça. A comédia, o humor, o riso é a musculatura da alma!”, filosofa.
Desejo para o Brasil
Sobre o que deseja hoje para seu público, ela diz: “Primeira coisa, eu desejo que a gente tenha bom senso, que a gente confie na ciência, que nós possamos, já que a gente tá no país que não tem um Ministro da Saúde, é um desgoverno, cada um fala uma coisa, a gente se sente refém, nós nos sentimos reféns em vez de cidadãos, refém das provedoras de serviços de internet, reféns dos bancos, nós somos reféns de muitas coisas”.
“Desejo que a gente tenha bom senso, que estejamos unidos para que não sejamos divididos pelos políticos e pelas ‘fake news’, nós somos um povo, nós temos força e vamos olhar um para o outro com carinho e não com ódio, vamos aceitar as diferenças que nós temos, vamos somar e aprender com os diferentes porque a diferença é a grande aprendizagem”, pontua.
“Aprender com as pessoas que são diferentes de nós, na maneira delas viverem e a maneira de ver o mundo diferente, pode nos ajudar em momentos difíceis, em momentos que a gente não tem mais saída, que a gente não vê solução, de repente alguém pode vir com uma nova ideia e geralmente são as pessoas que pensam diferente de nós, que podem nos salvar em momentos mais difíceis”, recorda.
“Então, estejamos unidos, que tenhamos amor, que tenhamos, acima de tudo, respeito a quem não é igual a nós; e não tenhamos medo, vamos adiante juntos, nós somos um povo, o povo é uma nação, uma nação é formada por cidadãos e não sejamos inimigos porque existe muito aquele desejo de quem está no poder que é dividir o povo para conquistá-lo, não nos deixemos conquistar, façamos nós a nossa própria história juntos, um de mão dada com outro, com respeito um pelos outros e com muito bom humor”, conclui.
Grace Gianoukas apresenta Terça Insana em sistema drive-in
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