Grazi Massafera diz atuar para o público, não para críticos
Por Redação - 06/09/13 às 07:22
O carisma de Grazi Massafera compensa sua falta de experiência. Prova disso é que, desde que surgiu na mídia – em 2005, ficou em segundo lugar no reality show Big Brother Brasil , a atriz vem construindo, passo a passo, sua trajetória na televisão. Façanha que poderia parecer improvável se consideradas as inúmeras críticas negativas a sua atuação. No entanto, na pele da determinada Ester de Flor do Caribe, sua segunda protagonista, Grazi ressalta que faz novela para o público e não para os críticos.
"Fiz o caminho inverso. O público conheceu a minha personalidade primeiro, por causa do Big Brother Brasil. E eu fui aprendendo a atuar na prática, aos olhos dos telespectadores. Todos os dias dou minha cara a tapa na televisão. E isso tem um preço, no meu caso, as críticas", argumenta.
Na trama solar de Walther Negrão, Grazi encarna a disputada Ester. Nascida e criada na fictícia cidade potiguar de Vila dos Ventos, ela sonha em se casar com o piloto de caça Cassiano, interpretado por Henri Castelli. Mas os planos do casal são interrompidos por uma armação de Alberto, vilão vivido por Igor Rickli. A história maniqueísta, típica do horário das seis, deixou a atriz receosa no começo. Já que, com apenas cinco folhetins no currículo, Grazi, até então, acumulava quatro personagens dignas do perfil de mocinha. Sem querer se repetir, a atriz buscou incorporar tons diferentes em sua nova heroína.
"É difícil interpretar uma mocinha, porque ela segue o padrão do politicamente correto. Principalmente no horário das seis. Então, meu desafio é tentar achar temperos para não deixá-la chata. Na Ester, tento fazer isso com o humor", revela.
Como a novela, apesar de ser contemporânea, também conta com um enredo histórico, a composição da personagem de Grazi teve duas fases. Na primeira, ela procurou se aprofundar em um dos temas centrais do folhetim: a Segunda Guerra Mundial. Para isso, leu livros que abordavam o momento histórico referente ao nazismo, como o clássico O Diário de Anne Frank. Filmes e documentários também fizeram parte de sua preparação. O longa A Fita Branca, do renomado diretor austríaco Michael Haneke, a ajudou a ter uma concepção melhor da sociedade alemã no período entre guerra.
"Tive de buscar referências, porque só conhecia essa passagem histórica pelo que meu pai me contava", admite.
Sem tirar o mérito que o aprofundamento na História teve na construção de sua personagem, Grazi sente que a viagem feita para o Rio Grande do Norte, no inicio das gravações do folhetim, foi essencial para seu entendimento de quem é Ester.
"Foi nesse momento solar da novela que andei descalça nas praias, dirigi bugre e conversei com as pessoas que moram por lá. Essa viagem me fez descobrir quem era a personagem", ressalta.
Em sua reta final, Flor do Caribe assumiu de vez um tom didático em seus diálogos. Como sua personagem é filha de um judeu perseguido pelo Nazismo, Samuel, de Juca de Oliveira, é através de Grazi que o autor tenta passar para o telespectador a seriedade do tema tratado. E mesmo considerando seu texto, muitas vezes, até repetitivo, a atriz entende a finalidade de apresentar o tema histórico para o grande público.
"No começo, acho que o público estranhou o tema. Mas hoje vejo que eles entenderam e torcem contra o personagem de Sérgio Mamberti, um nazista foragido", analisa.
Apesar da curta trajetória no universo da teledramaturgia, Grazi acredita que a cada trabalho passa por uma grande evolução profissional. Autocrítica assumida, ela ressalta que é perceptível seu desenvolvimento quando compara seu trabalho atual com a performance que teve há sete anos, em Páginas da Vida, sua primeira novela, onde interpretou a interiorana Thelminha. Desde então, outras mocinhas passaram pela vida da atriz, e até uma vilã, a pragmática Deodora de Tempos Modernos, em 2010. Mas é com a Ester, de Flor do Caribe, que Grazi sente pela primeira vez o reconhecimento do público pelo seu trabalho.
"Passei por muitas novelas que não fizeram sucesso com o público. Dessa vez é diferente. É a primeira vez, por exemplo, que as pessoas me abordam nas ruas pelo nome de uma personagem. É um reconhecimento que eu nunca tinha sentido", admite.
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