Guerra dos Sexos traz trama mais elaborada que versão antiga

Por - 01/10/12 às 09:33

Luiza Dantas / Carta Z Notícias.

Colocar uma novela no ar requer organização e planejamento. Tanto que o diretor Jorge Fernando e o autor Silvio de Abreu estão desde outubro do ano passado trabalhando em Guerra dos Sexos. A dedicação antecipada tinha um objetivo final: estrear a trama no dia 1º de outubro, com 24 capítulos gravados.

"Eu botei uma meta quase impossível, mas queria e consegui. Isso é um passo importantíssimo para os nossos próximos oito meses, para a gente não ter de gravar domingo e sábado", justifica o diretor.

Amigos de longa data, os dois já haviam trabalhado juntos na versão original do folhetim, exibida em 1983. E há 10 anos, desde As Filhas da Mãe, não repetiam a parceria. A amizade, inclusive, acaba refletindo na rotina de gravação.

"Quando leio o que o Silvio escreveu, já sinto o que ele quer e imagina para a cena. Nessa fase inicial, estou fazendo questão de cuidar de tudo minuciosamente", ressalta o diretor.

"O Jorge tem uma competência para fazer comédia que é assustadora. Tinha de ser com ele", elogia Silvio.

Apesar de Guerra dos Sexos ter sido exibida originalmente em 1983, o autor prefere não encarar a produção atual como um remake. Por isso, partiu de uma nova ideia para começar a história. Os protagonistas Otávio e Charlote – cujos apelidos são Bimbinho e Cumbuqueta –, vividos por Tony Ramos e Irene Ravache, são sobrinhos de Charlô e Bimbo, interpretados por Fernanda Montenegro e Paulo Autran na década de 80. Assim, as duas versões se conectam, sem que uma seja necessariamente a cópia da outra.

"Não é que eu fique chateado quando chamam de remake. É porque 'remake' seria eu pegar os textos que já foram feitos há 30 anos e refazê-los da maneira que estavam escritos. E isso não é o que estou fazendo", frisa Silvio, que pretendia transformar a novela em filme.

Por isso, há cinco anos, assistiu novamente a todos os capítulos. O projeto do longa acabou não dando certo. Mas a Globo aprovou a ideia de produzir uma nova novela.

"Confesso que, no momento em que realizei que recriaria a novela, bateu um pouco de receio. Me preocupava o fato de mexer em uma coisa que fez tanto sucesso no passado e que eu mesmo tinha feito", admite Jorginho.

As primeiras gravações foram realizadas em São Paulo, onde parte do elenco ficou durante quase um mês. A paulistana Mariana Ximenes, que interpreta Juliana, aproveitou para respirar o ar de sua cidade natal enquanto fazia as cenas de sua personagem.

"Para mim, é maravilhoso. Quero sempre estar em São Paulo", anima-se.

A trama de Juliana, inclusive, está sendo mais explorada nesta versão. É que em 1983, época da ditadura, Silvio não pôde ir a fundo no romance que a personagem teria com um homem casado. Agora, a mocinha tem de fato um caso secreto com Fábio, de Paulo Rocha.

"Os personagens nunca se tocaram em 1983. Agora, essa história está sendo totalmente reescrita", destaca Silvio.  

Como a novela se passa nos dias de hoje, a cenografia fez uma intensa pesquisa, durante quatro meses, para recriar os principais ambientes da história. A sede das lojas Charlô´s é inspirada nas grandes lojas de departamento inglesas e tem 50 metros de extensão. Possui imensas vitrines com perfumes, moda masculina e feminina, entre outros produtos.

"A Charlô´s é realmente uma loja de departamentos. Tudo ali dentro é real, a começar pelo tamanho. O telespectador vai perceber essa diferença no ato", acredita a cenógrafa Eliane Heringer.

Já para construir a Vila da Mooca, a equipe visitou a região em São Paulo e mapeou várias ruas do local. Na cidade cenográfica no Projac, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, a vila possui um ar histórico, reforçado pelas casas geminadas.

"Nossa ideia não foi reproduzir fielmente cada casa, cada rua. Mas sim trazer os elementos mais característicos da arquitetura e urbanização para aproximar o máximo da realidade", conta Eliane.
 

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